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05/02/2019

Desagradável Mundo Novo

Desagradável Mundo Novo
Luiz Carlos Cichetto
(Aka Barata Cichetto)

Sou uma pessoa desagradável. Dentro dos conceitos da palavra agradável: aquele ou aquilo que agrada, satisfaz, transmite prazer, deleite; que demonstra delicadeza, afabilidade; cortês, que satisfaz ou dá prazer aos sentidos, sou puramente o antônimo. Não tenho orgulho de ser desagradável, mas muito menos tenho vergonha. Não faço força para ser, mas muito menos para não ser. Sou assim, e pronto. Ademais tudo depende do que possa ser considerado agradável, sem cair na vala da hipocrisia; tudo depende de quem possa ser considerado agradável, sem cair na mesma pieguice. Não tomo o fato, entretanto, como muita gente pensa, como qualidade boa nem ruim.

Ser uma pessoa desagradável, e admitir isso publicamente, a torna muito mais desagradável, já que a maioria dos seres que compõem a sociedade não tolera desagradáveis, especialmente aqueles que o admitem. Educamos nossos filhos do mesmo jeito que fomos educados, nesse quesito: para serem agradáveis, antes mesmo de os educarmos para serem respeitosos, o que, ao contrário do que pensam serem sinônimos, são coisas extremamente diferentes. Procurar ser agradável, muitas vezes é ser desrespeitoso, especialmente quando não se é honesto com nossos próprios conceitos.

Desconfio absolutamente de pessoas totalmente agradáveis, daquelas que estão sempre sendo corteses, solícitos e risonhos; daqueles que sempre se mostram dispostos a tecerem elogios, soltar palavras de conforto e solidariedade, daqueles que estão sempre procurando demonstrar o quão são bondosos, afetuosos e amorosos. E com esses, decerto, sou muito, mas muito mesmo, desagradável.

Pessoas agradáveis são fúteis, inseguras, falsas e muitas vezes maquiavélicas, já que para manter sua agradabilidade acabam por representar um papel num palco imaginário, onde elas sempre são as protagonistas. 

As próprias definições em dicionário, que dividem o adjetivo de dois gêneros em três partes: educado, alegre, aprazível, acabam por colocar mais lenha nessa fogueira de vaidades, já que nem sempre ser educado significa ser encantador, lisonjeiro e bom, do mesmo jeito que ser alegre não é sinônimo de engraçado, e por fim, ser aprazível é ser risonho e prazeroso. Precisaria muitas laudas apenas para dissecar e rebater esses termos, mas ai seria muito mais desagradável. O importante é que se diga que ser uma pessoa agradável pode ser exatamente a antítese de todos os conceitos pré-estabelecidos, e referidos nos dicionários.

Mas o que me cabe, como aliás cabe a qualquer pensador que se preze, - e que não tenha pretensão a ser filósofo, daqueles que fazem da filosofia uma ciência, coisa que ela absolutamente não é, - é analisar seus próprios conceitos baseados em fatores empíricos, muito mais que qualquer outro. E é nisso que baseio toda a minha análise sobre o que é ser o que sou: um ser desagradável.

As diferenças básicas entre uma pessoa agradável e uma desagradável, é que a primeira diz aos outros não o que ele pensa, mas o que querem escutar, sem ser perguntado, enquanto o segundo diz exatamente o que pensa sobre eles quando perguntado. Existe também outro tipo, uma espécie de mescla entre os dois, que é aquele que diz aos outros o que ele próprio pensa sem ser perguntado, e esse não é agradável nem desagradável, mas simplesmente um mal educado arrogante. 

Somos frutos de uma mesma espécie de árvore que floresce de formas diferentes e em solos diferentes, portanto somos de inúmeros sabores, que podem agradar ou desagradar paladares peculiares, e isso significa que não existem frutos bons ou maus, existem frutos diferentes. E ponto.

Como poeta devo também dividir a categoria entre agradáveis e desagradáveis, sendo que a primeira congrega uma maioria absoluta, já que poetas são aduladores por natureza, procurando com sua arte soar forte e bonito aos leitores e ouvintes, e sempre usando palavras esteticamente belas e falando sempre no plural, e agradando-lhes descaradamente. Já na segunda categoria, ao qual me enquadro sem maiores problemas, não deseja agradar, mas sim provocar emoções fortes, mas nem sempre bonitas. Esses normalmente falam muito de si, da sua própria dor, fazendo assim com que o ouvinte ou leitor o enxergue como um reflexo de espelho, e assim possa se identificar, sem se sentir bajulado ou ofendido.

Pensemos que políticos, artistas populares, personalidades midiáticas e de uma forma geral pessoas enamoradas sempre procuram ser agradáveis, afinal, necessitam ser reconhecidos como boas pessoas. Precisam da admiração alheia para atingir seus objetivos, e o único caminho para tanto é ser um agradável. Essas pessoas são claramente edificáveis por sua linguagem corporal, mantendo gestos abertos, sorrisos plenos, olhares afetuosos, chamando as pessoas por seus nomes, que repetem frequentemente em qualquer ponto da conversa. 

Ao contrário do senso popular, existe uma diferença enorme entre egoísmo e individualismo. Segundo Flávio Gikovate, "Podemos definir o individualismo como a capacidade de exercer a própria individualidade", enquanto "O egoísta é aquele que precisa receber mais do que é capaz de dar. É um fraco e não um esperto. Ou melhor, é esperto porque é fraco e precisa usar a inteligência para ludibriar outras pessoas e delas obter o que necessita e não é capaz de gerar. O egoísta tem que ser simpático e extrovertido. Não é assim porque gosta das pessoas e de estar com elas. É assim porque precisa delas e tem que seduzi-las com o intuito de extrair delas aquilo que necessita.". Portanto, baseado nessa análise, concluo que na prática, uma pessoa agradável é, em suma, um egoísta, e o desagradável pressupõe exatamente a figura do individualista, já que, por sua natureza autônoma, não extrai dos outros sua força, não usa outros para obter ganho. 

A maioria das pessoas tende a preferir o Homem agradável em detrimento do desagradável, basicamente em função de algo que aprendemos desde a gestação: a famigerada generosidade, que tem origem na falsidade dos princípios religiosos, e que é define um ser que "precisa se sentir amado e benquisto e que, para atingir esse objetivo faz qualquer tipo de concessão"m, sendo portanto um egoísta. A generosidade, e seus sinônimos, é outra das características do ser considerado agradável, enquanto que cabe ao desagradável outro termo também mal interpretado como análogo, mas que é de fato bem distinto, que é o altruísmo. Ainda usando como referência o Dr. Flavio Gikovate, que assim define o altruísmo: "a ajuda anônima a terceiros desconhecidos ou pouco conhecidos, de modo que não implica no reforço do egoísmo".  Em resumo: o agradável é por síntese um egoísta dotado de generosidade, enquanto um desagradável é um individualista, que faz com o restante da sociedade uma troca, e que pode - ou não - ser um altruísta. Em resumo: o agradável generoso trata toda a sociedade como meio, enquanto acredita ser ele próprio o único fim, enquanto o desagradável altruísta (ou não) a trata como fim, sendo ele próprio apenas o meio.

Vivemos em um mundo desagradável, numa sociedade desagradável, e com pessoas desagradáveis que fingem de toda a forma serem agradáveis em sua maioria. E é isso que nos transforma em escravos, mais que uns dos outros, de nossas própria agradabilidade. Afinal, o Homem agradável nada mais é que um parasita, que se aloja nas estranhas da árvore social feito um cupim, corroendo-a, enquanto demonstra uma casca polida. Adaptando uma frase da filosofa americana Ayn Rand eu diria que: A preocupação do desagradável é a conquista da natureza, enquanto a do agradável é a conquista dos homens.

E por fim, saindo do campo individual, penso que precisaríamos ter para com a Terra, uma atitude desagradável, por mais paradoxal que isso possa parecer. Que não a tratemos com generosidade, mas com altruísmo, que não a tratemos com egoísmo, mas com individualismo; que não a tratemos como meio, mas como fim. E estou certo que assim entendamos o que de fato é agradável.


Referências:
"A preocupação do criador é a conquista da natureza. A preocupação do parasita é a conquista dos homens." - Ayn Rand - A Nascente

http://flaviogikovate.com.br/individualismo-nao-e-egoismo-2/
http://www.xn--sinnimo-v0a.com/agrad%C3%A1vel.html

05/02/2019

18/10/2012

Ayn Rand



“Ayn Rand, nascida Alissa Zinovievna Rosenbaum, (São Petersburgo, 2 de Fevereiro de 1905 - Nova Iorque, 6 de Março de 1982) foi uma escritora, dramaturga, roteirista e controversa filósofa estado-unidense de origem judaico-russa, mais conhecida por desenvolver um sistema filosófico chamado de Objetivismo, e por seus romances The Fountainhead (que foi lançado no Brasil com o título de "A Nascente" e deu origem a um filme homônimo conhecido no Brasil por "Vontade Indômita") e Atlas Shrugged ("A Revolta de Atlas" no Brasil). Nascida e educada na Rússia, Rand imigrou para os Estados Unidos em 1926. Ela trabalhou como roteirista em Hollywood e teve uma peça produzida na Broadway, em 1935-1936. Ela alcançou a fama com seu romance The Fountainhead, publicado em 1943, que em 1957 foi seguido por seu melhor e mais conhecido trabalho, o romance filosófico Atlas Shrugged.

Sua filosofia e sua ficção enfatizam, sobretudo, suas noções de individualismo, egoísmo racional, e capitalismo. Seus romances preconizam o individualismo filosófico e liberalismo econômico. Ela ensinava:

- Que o homem deve definir seus valores e decidir suas ações à luz da razão.
- Que o indivíduo tem direito de viver por amor a si próprio, sem se sacrificar pelos outros e sem esperar que os outros se sacrifiquem por ele.
- Que ninguém tem o direito de usar força física para tomar dos outros o que lhes é valioso ou de impor suas idéias sobre os outros

Um admirador de Ayn Rand organizou, em 1972, o Partido Libertário Americano, cujo programa original tinha os traços que ela mesma defendia nos anos 40. Um de seus principais pupilos foi Alan Greenspan, mais tarde presidente do Banco Central dos Estados Unidos (a Reserva Federal).
(Fonte: Wikipedia)
Entrevistas Com Ayn Rand








07/07/2012

Os Poetas e a Farsa dos Dominadores (Manifesto Parco Capitalista ou Vive La Différence)


Os Poetas e a Farsa dos Dominadores
(Manifesto Parco Capitalista ou Vive La Différence)
Luiz Carlos Barata Cichetto
“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”. – Ayn Rand

Após ler o pensamento acima, acredito que o leitor estará pensando: “Em que sociedade eu estou”? Que espécie de mundo eu ajudei a criar? Que espécie de mundo é este, que por omissão ou interesse eu ajudo a manter?

Estou certo que muitos terão a frase escrita por Ayn Rand, a filosofa de origem judaico-russa, como um retrato do Brasil... Que à mercê de um populismo da mais baixa instância, disfarçado de “socialismo moderno” nos atirou a vala mais comum da pobreza. E pobreza de todas as matizes, transformando este país numa terra de favelados e esmoleiros. Em geral disfarçam sua ganância, seu “coletivismo” primário e hipócrita sob o manto nem tão sagrado de uma Democracia fraudulenta, que sobrevive devorando aqueles que ainda ousam produzir e pensar. A produção e o pensamento – ou a produção do pensamento ficaram à disposição de velhacos corruptos e gananciosos, que as usam em prol de seus próprios e escusos desejos. E através de benesses, favoritismos e leis estapafúrdias, as converteram em moeda de troca. A produção, tanto de bens materiais, como a cultural deixaram de ter importância, usando, aqueles velhacos, de artimanhas sórdidas para controlá-las, escravizando todos os tipos de produtores, deixando-os a mercê de um esquema que favorece sempre os dominantes e seus tutelados.

Particularmente, o pensamento individual ficou perigoso, “politicamente incorreto”. A livre expressão de pensamento, antes tratada corretamente por censura era execrada pelos mesmos que hoje a usam em prol de seus próprios interesses. Massacram-se os pensadores e os verdadeiros artistas, destituem o caráter humano do pensamento, sob uma vã desculpa de uma igualdade que na prática não existe. Criaram então essa falsa idéia “coletivista”, que engana a todos, podando as asas dos criadores, transformando em crime tudo aquilo que não é aceito pelo mesmo esquema. Mantem-se assim o Estado de Coisas... Indefinidamente.

Criam protecionismos tolos e fascistas, disfarçados de modernidade. Não somos iguais, embora geneticamente carreguemos semelhanças. Somos de cor de pele diferentes, sim. E também somos de opção sexual, cor de olhos, de cabelo, tamanho de pés e mãos... Somos diferentes em essência, pois mesmo aqueles que acreditam em alma as sabem diferentes. E se somos diferentes, porque gostamos de ser tratados como idênticos? A verdade é: não, não gostamos disso, somos induzidos a que pensemos assim, pois é claro, de tal forma aqueles que nos dominam terão facilitados seus mecanismos de dominação. 

Quando criam cotas e privilégios especiais em função de idade, cor, sexo, predileção sexual, tamanho do nariz ou de qualquer outra coisa, nada mais estão fazendo do que admitindo sua culpa em não gerir o Estado de forma eficaz. E as pessoas se digladiam para exercer e exigir aquilo que pensam que lhes é favorável. Incompetente e mal intencionado, o Estado cria cada vez mais regras para encobrir sua incompetência e má fé. Em lugar, por exemplo, de obrigar que todas os prestadores de serviço de transporte publico transportem todas as pessoas com conforto, decência e dignidade, criam regras que privilegiam determinadas classes. No lugar de obrigar bancos, que são as que maior lucro indecente recebem, a atender e tratar as pessoas de forma confortável, decente e digna, criam filas de atendimento especial... E vai por ai. O Estado tem que prover vagas suficientes em escolas para todos, não criar cotas. O Estado tem que prover assistência médica decente a todos, não criar regras de privilégios, como se a saúde tivesse maior ou menor grau de gravidade em função de qualquer coisa. Essas regras são desumanas, fascistas, mas querem fazer com que as pessoas acreditem que são boas regras de convivência social.

O protecionismo e as leis que o comandam servem a propósitos contrários àqueles cujas intenções são declaradas abertamente. Ao criar leis que estabelecem direitos especiais e privilégios, estão em primeiro lugar criando a segregação. Em segundo, acirrando ânimos entre os dois lados. De um lado os Privilegiados e do outro os Não Privilegiados. Na Carta Magna está escrito que “Todos devem ser tratados iguais perante a Lei.” O que é, além de um engodo, uma forma fraudulenta, pois abre brechas para atitudes fascistas, segregacionistas e no fim, desumanas. O correto seria: “As leis devem ser iguais perante todos”... A diferença, sutil à primeira leitura é absurdamente enorme quando entendemos com clareza o seu sentido amplo. E esse diferença é crucial, pois enquanto no primeiro caso, diz-se que perante uma lei criada por alguém, todos devem ter tratamento idêntico. E no outro, que as leis é que devem ser formuladas para atender a todos.  De fato, entretanto, tanto uma quanto a outra forma são injustas e desumanas, pois ainda mesmo na segunda, os serem humanos são tratados como manada, como incapazes. A busca hipócrita da tal igualdade tão sonhada tanto pelos românticos quanto pelos ditadores. 

Seres humanos são diferentes, com desejos e necessidades diferentes, com buscas e caminhos diferentes. E, portanto serem tratados como idênticos é uma falácia. Uma mentira cuidadosamente alimentada por aqueles que tem por único objetivo a dominação. Temos sim, que conquistar aquilo que o personagem de Ayn Rand, no filme “Vontade Indômita”, conclui no discurso proferido durante seu próprio julgamento, onde dispensa o uso de advogado ou qualquer testemunha. “O direito do homem de existir por suas próprias razões." Este sim é o único Estado de Fato e de Direito justo ao ser humano. O resto, qualquer outra coisa, são mentiras impostas por dominantes. Aliás, quando o personagem dispensa o uso de advogados e testemunhas deixa bem clara a questão de que um ser humano, em condições normais, não naquelas criadas por uma sociedade falsamente democrática, é capaz de conduzir seu próprio julgamento, sem usurpadores e intermediários. Advogados, selecionadores, supervisores, diretores, comandantes, políticos de uma forma geral, todos esses e muitos outros foram criados não por uma necessidade de “organização” ou de “moral”, mas sim para atender as necessidades e desejos dos dominadores.

Dirão aqueles defensores das leis naturais, que mesmo dentre os animais selvagens existem dominados e dominadores. Sim, mas estes o são pela força, pela necessidade vital de sobrevivência. E ao que se concerne, o ser humano deixou esse estado selvagem de lado há alguns milhares de anos, servindo tal referencia apenas com uma máscara que esconde rostos bem mais perversos. Sobreviver pela força física não é o atributo da humanidade, dominar o inimigo, conquistar territórios, estes são apenas subterfúgios usados pelos dominadores e ao qual a maior parte da humanidade parece acreditar, por força não por escolha, ser um caminho natural à sua existência. 

O capitalismo não é o mal, o mal são os capitalistas. Alguém com certeza já deve ter proferido essa frase, embora eu nunca a tenha lido. Mas o que sustento, é que na essência o capitalismo é até mais justo ao ser humano, o ser humano individual, do que supõe a vã filosofia Marxista. É mais justo porque é mais honesto... Ou mais honesto porque é mais justo? Ambas as afirmações são verdadeiras. Em teoria, o capitalismo oferece chances reais de destaque aqueles que mais trabalham, que mais se esforçam, que têm mais cultura, mais inteligência... Enquanto o socialismo na essência quer tratar de forma idêntica a todos, o que acaba por gerar a injustiça e consequentemente o caos. A prova está no fato de que de alguma forma a espécie humana rechaçou o socialismo, pois, com exceção de dois ou três paises no mundo onde ele é mantido por ditaduras execráveis, no restante simplesmente sumiu. Em sua própria terra de origem, há mais de 20 ele não existe mais, tendo deixado atrás de si, e para as próximas gerações, um legado de mentiras, corrupção e desigualdade social que nem nos mais selvagens capitalismos existiu. 

Os próprios termos “direita” e “esquerda”, com sua conotação política, na maior parte dos países do mundo, deixou de ter significado. O socialismo, baseado nos tais princípios de Igualdade, falhou em todas as experiências humanas reais. E junto com seu primo mais pobre, o Anarquismo, provaram apenas aquilo que muita gente sabe, mas finge não saber: o ser humano não é igual. E não sendo igual tem pensamentos, desejos e principalmente metas e necessidades diferentes.

Mas os maiores fatores de derrocada do Espírito Socialista no mundo são os mesmos que fazem com o capitalismo não seja a grande forma de governo: a Vaidade e a Ganância. Elas, sim, as parentes distantes da Igualdade, em principio bastardas, que nos afastam uns dos outros. São elas, na essência que nos trazem de volta o lado selvagem, da dominação de territórios, na imposição da vontade própria em detrimento do aceite da vontade alheia. E acaso alguém consiga dominar, refrear esses “instintos”, teremos uma sociedade capitalista, que, ao contrário do que prega a hipocrisia socialista, justa. Uma sociedade é feita dos valores individuais e só assim é que chegamos ao bem comum, nunca ao contrário. Um país é um agrupamento de pessoas, que se felizes e bem sucedidas, em qualquer âmbito, farão um país feliz e bem sucedido.  O resto, queridos, é a mais pura e absoluta enganação. E não me falem que as ditaduras são privilégio da “direita”, porque as de “esquerda” foram tão ou mais violentas. Basta olhar a história.

Mas muitos poderão estar falando: “Esse camarada e maluco! O que tem a ver capitalismo e socialismo com Igualdade?” E ainda acrescentarão: “O capitalismo é quem está destruindo o mundo!” Ora, meus senhores e minhas senhoras, o que está destruindo o mundo não é o capitalismo, cujas bases fincadas no “individualismo” puro, pressupõe em resumo que você receberá proporcionalmente ao seu volume e qualidade de produção, em razão do seu valor individual, em linha direta a sua capacidade criativa. Enfim, terá aquilo que trabalhou para ter. E terá então, assim, seu merecido destaque e premiação, por seu valor individual, revertendo isso, obviamente, do coletivo. Claro que o capitalismo também se prostituiu ao lucro fácil, á ganância e a outros fatores que lhe mudaram a vocação inicial, mas ainda assim eu prefiro saber que um dia, poderei ter o lucro de meu trabalho e de meu esforço próprios, do que saber que estou dividindo tudo com preguiçosos e corruptos. Que as minhas chances são iguais às deles... Por quê? Para ter uma ilusão que estarei sendo justo? Ao preguiço e ao corrupto são quem interessa esse tipo de “socialismo”. E antes que me arremessem dúzias de pedras, quero que fique claro, que, sim, precisam existir os programas sociais para socorrer necessitados, mas apenas como situação circunstancial, emergencial, porque ocorreu alguma lacuna ou falha no sistema, jamais de forma permanente. Em resumo, um cidadão pode e deve ser socorrido por programas sociais quando sobre ele se abate uma tragédia, não para que ele viva de tragédias.

Então, vamos deixar de ser hipócritas e analisar a realidade: o que tem colocado a perder um sistema que é justo na essência e injusto no final, são as tentativas de inseminação artificial de dogmas “socialistas” dentro do capitalismo. Perplexo? Então: é justo que uma pessoa que não move uma palha para conseguir algo para sua própria vida, que é preguiçoso e inerte receba as mesmas oportunidades que aqueles que, de uma forma ou de outra produzem riquezas, sejam elas financeiras, culturais ou artísticas? É justo que exatamente essa pessoa que recolhe impostos e paga seus tributos e contas, alimente programas sociais corruptos e incompetentes que privilegiam não as exceções, as falhas no sistema, mas uma horda de vagabundos e preguiçosos? O Estado tem obrigação, sim, de prover as bases idênticas a todos, ou seja: educação e saúde públicas. E garantir que as pessoas não sejam alijadas do processo natural. Nada, além disso. Em outras palavras, bem mais simples: o Estado tem que ensinar a pescar e manter o rio limpo, não dar o peixe... A pescadores que ficam na beira do rio, dormindo e depois quando chega a fome, se alimenta do peixe que o outro pescou..

Tirando aquelas experiências retratadas em livros, de ficção, todas as experiências de sociedades igualitárias fracassaram. Todas as teorias sobre sociedades utópicas são belas e maravilhosas no papel. Desde a “República” de Platão, passando pelas enxurradas de textos literários, como o “Walden II” de B.F. Skinner, todas elas colocam como possível tal sociedade. Os Hippies da década de 60 obtiveram alguns bons resultados... Por pouquíssimo tempo. Mesmo experiências individualistas como a de Thoreau em “Walden, ou a Vida nos Bosques”, esbarram nas dificuldades inerentes ao ser humano. Aliás, na maior delas: seres humanos são diferentes, com necessidades... É claro que a vaidade e a ganância também tiveram seus fatores preponderantes na falência dessa idéia de “comunidade utópica”. Mas o fundamental, que a maioria das pessoas não quer enxergar é simples: seres humanos não diferentes... Com necessidades... E querer colocar todos dentro uma mesma regra, mesmo que seja esta a ausência de qualquer outra regra, é de uma estupidez total.  No fim das contas, mesmo que induzidos pelo sistema de dominação a acreditar que ele é igual aos outros, e que deve usar isso a seu favor, o ser humano não quer ser igual, quer ser diferente, gosta disso, de fato. Agora, existem os aproveitadores, aqueles que têm orgulho de ser diferentes, mas querem ser tratados como iguais... Mas estes estão naquela mesma leva que adora as cotas, os privilégios. Não porque acha justo para a “sociedade”, mas para si mesmo. E esses é que fazem a delícia dos cagadores de regras e leis protecionistas. Aliás, são até piores.

O pensador Ignácio de Loyola Gomes Bueno, em seu livro “O Futuro Começou”, coloca que “O Homem não é bom nem mal, é história.” O que é a mais pura e absoluta realidade. O que somos é o que fizemos, o que seremos o que fazemos. O Bem e o Mal, maniqueísmos e moral religiosa à parte, são conceitos fechados que na prática dependem apenas da visão individual. E essa visão é puramente baseada, na forma pura, pela história de cada um. E a história é individual essencialmente. Ninguém escreve a história de ninguém. Um biografo apenas retrata a história de uma pessoa, mas cabe apenas a cada individuo escrever a sua. Apenas a ele. E se cada um de nós construir sua história, seja ela dedicada ao que for, das ciências ocultas e exatas às artes ou mesmo a arte do ócio, de forma criativa e objetiva, teremos então uma cidade, um país, um planeta repletos, sim, de homens vitoriosos. E assim, cada um dentro de sua necessária diferença, iguais.

A cada dia percebo a diminuição da capacidade de raciocínio individual. Ninguém mais quer pensar. Teria acontecido algo com o cérebro humano? Teriam colocado alguma substância nos reservatórios de água que emburricou as pessoas? Não, o que ocorre é simplesmente é essa ditadura do falso socialismo, do coletivismo torto e fracassado que nos alimenta com ideais falsos de igualdade. Instigam o não pensar, instigam o não racionar, porque é, lógico, de tal forma a dominação é mais eficaz. E tratam de colocar mais elementos nesse caldeirão, como a Ganância, a Vaidade e o Orgulho, todos eles teóricos inimigos naturais da Igualdade, mas que numa química poderosamente ensaiada reduz a um líquido viscoso, bebido com prazer em salões emoldurados, servido por eunucos.

Estamos todos de mãos atadas, de joelhos no chão e bocas caladas perante nossos dominadores, este é fato irrefutável. Dependemos cada dia mais de seus métodos e meios de produção. Particularmente nos grandes centros urbanos cada vez maiores, nada, absolutamente nada daquilo que consumimos depende de nós mesmos. Nem a água que bebemos, nem a comida que comemos. Em tudo, e cada vez mais, dependemos dos esquemas gigantescos de produção. O reflexo disso é que, como qualquer dependente absoluto de algo, nos transformamos em escravos inertes e, o que é pior, defendemos com unhas e dentes os nossos “senhores”, com receio de perdermos aquilo que eles nos oferecem. E que não podemos viver sem. E eles nos fazem querer sempre e sempre mais e “melhor”. E quanto mais queremos, mais deles precisamos e mais somos escravos e mais somos agradecidos.

Quando, ainda nos anos 1980 se falava em tecnologia no futuro, acreditava-se que com a informatização iminente, as pessoas não precisariam trabalhar tanto e que teriam mais tempo para o lazer e para o prazer. Mas de fato o que a tecnologia nos trouxe foi exatamente o oposto disso. Passamos a trabalhar mais para, entre outras coisas, adquirir a tecnologia que passou a ser “necessária” ao prazer e ao lazer. E passamos a depender mais e mais de “novas tecnologias” que são criadas diariamente, alimentando e realimentando o mesmo monstro insaciável. Outro bom exemplo é com relação á medicina. Achavam os escritores e sonhadores, que a tecnologia resolveria a maior parte dos problemas de saúde das pessoas, que ela seria a panacéia de todos os problemas médicos, a cura de todas as doenças. Mas de fato o que se viu foi, não apenas essa panacéia não ocorrer, como o surgimento de inúmeras outras doenças decorrentes do abuso na utilização da tal tecnologia. Claro que seria assim, pois a indústria farmacêutica é a que mais movimenta dinheiro no mundo. A pergunta que com certeza ficará sem uma resposta definitiva: a alta tecnologia que temos a disposição atualmente foi benéfica ou maléfica? Se a resposta for “maléfica”, o que precisaria ser feito? Uma nova revolução, uma revolução que trouxesse de volta valores mais precisos e menos desumanos? Uma revolução definitiva, intuitiva e cognitiva?

A Revolução Francesa, tida como uma das mais importantes da humanidade foi baseada num trinômio: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. A frase, cunhada por Jean-Jacques Rousseau, um dos maiores filósofos do Iluminismo, que defende uma atitude geral de pensamento e de ação, baseando-se no fato de que os seres humanos estariam em condição de tornar este mundo um lugar melhor, mediante a introspecção, o livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social. Não me considero o suficiente gabaritado e nem disposto a analisar e discorrer em páginas e páginas sobre esse assunto, entretanto, a frase de Rousseu, baseado puramente em minha própria análise, enfoca os três pilares básicos não do que seriam as bases do próprio Iluminismo, mas da parte hipócrita do capitalismo. E a parte mais cruel dele. É onde eu retorno ao início de dois parágrafos atrás, onde falo que o mal não está no capitalismo em si, mas nos seus “detentores”. São esses três fatores que transformam o capitalismo em algo desumano, por fazer as pessoas acreditarem em coisas altamente irracionais e subjetivas. São reles palavras que carregam uma carga de mentira e ignorância usadas apenas no intuito de aplicação do procedimento padrão dos dominadores. A tal Fraternidade, antes de ser aquilo que originalmente propunha o termo, passou a ser usada pelo pilar das religiões, a Liberdade pelos artistas e teólogos do impossível, do inatingível, feito o Céu e o Inferno. E a ignóbil Igualdade, tema recorrente e motriz deste artigo, que é usada para sustentar uma corja de velhacos e interesseiros, cada um defendendo seus próprios e inconfessáveis propósitos.

Ah, essa tal de Igualdade, que tanto sua irmã gêmea e tão hipócrita quanto ela chamada de Liberdade, na prática não existem. Meras ilusões arquitetadas nos salões dos palácios dos dominadores. Acreditem, elas não existem, a não ser nas mentes dos poetas, dos sonhadores, dos artistas... E dos dominadores. Triste constatação esta, a de que os poetas são aqueles que alimentam a farsa dos dominadores...

04/07/2012



03/07/2012

Vontade e Ideal

Vontade e Ideal
Luiz Carlos Barata Cichetto



Dias atrás, uma amiga virtual, a Joanna Franko, colocou uma citação na Facebook de autoria de Ayn Rand. Confessei minha ignorância em nunca ter lido nada e quando me deparei com a obra, me senti um tolo, um inútil, um verdadeiro analfabeto literário, apesar de tudo que já li. Pois o que encontrei sobre essa filosofa e escritora de origem judaico-russa, radicada nos EUA, me fascinou, me deixando dias plantado à frente do computador, em sites de busca, procurando mais e mais informações sobre ela. E busquei os livros. Acabei de pedir por um sebo virtual uma de suas obras mais significativas, os três volumes de “A Revolta de Atlas”. Mas “A Nascente” (The Fountainhead, escrito em 1935) passei dias revirando sites de sebos e editoras sem sucesso. No You Tube encontrei um dos trechos mais impactantes da obra que foi levada ao cinema, em 1949, com Gary Cooper no papel do arquiteto idealista e com a direção de King Vidor. Como sempre a tradução brasileira, (“A Vontade Indômita”) é histérica, parecendo se referir a filme de faroeste, muito em voga naquela época. Do ponto alto do filme, que também consegui encontrar e acabei de assistir, retirei um trecho texto que é o discurso no julgamento do arquiteto Howard Roark, vivido por Cooper, onde ele faz uma defesa do individualismo. Os scripts do filme foram escritos pela própria autora. O texto a seguir foi construído a partir de duas bases: o áudio em português e uma tradução encontrada num blog. Que provavelmente foi transcrita do livro. Fiz uma mixagem entre as duas, pois achei que a tradução de uma ou outra versão, ou possui erros ou não é tão literária.

Agora, cumpre-me a obrigação de fazer o que qualquer pessoa a quem foi entregue o mapa de um tesouro incalculável, que é o de seguir cada passo, cada caminho que o leve até ele. Neste caso, a obrigação de buscar todas as obras de Ayn Rand. E por uma necessidade egoísta, de agradecer a quem lhe ofertou, gratuitamente o tal mapa, a Joanna Franko. Uma demonstração de que a parte as redes sociais serem compostas de pessoas carentes, que lutam por demonstrar o quanto são amistosas, belas, francas, sinceras e revolucionárias, ainda existem pessoas que agem exatamente da forma daquilo que Ayn Rand chama de “Criadores”: pensando, criando, produzindo e não servindo nem dominando, mas fazendo com as outras pessoas uma “troca livre e de escolha voluntária.”

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Trecho de "A Nascente"
"Há milhares de anos, o primeiro homem descobriu como fazer o fogo. E provavelmente ele se queimou na tocha que ensinou seus irmãos a acender. Mas deixou-lhes um presente que eles não haviam concebido e assim levantou as trevas da Terra.
Ao longo dos séculos, houve homens que deram os primeiros passos em novas estradas, armados a não ser com sua própria visão. Os grandes criadores, pensadores, artistas, cientistas, inventores, ficaram sozinhos contra os homens de sua época. Cada pensamento novo era rejeitado, cada invenção nova, era denunciada. Mas os homens de visão seguiram seu caminho. Eles lutaram, sofreram e pagaram, mas venceram.
Nenhum criador foi levado pelo desejo de agradar seus irmãos. Seus irmãos odiaram o presente que ele oferecia. Sua verdade era seu único motivo. Seu trabalho, seu único objetivo. Seu trabalho, não daqueles que o usaram. Sua criação e não os benefícios que outros extraíram dela. A criação que deu forma à sua verdade.
Ele manteve sua verdade acima de tudo e contra todos os homens. Ele prosseguiu, mesmo que outros não estivessem de acordo com ele, ou não? Com sua integridade como sua única bandeira.
Não serviu a nada, nem a ninguém. Viveu para si mesmo. E somente vivendo para si mesmo foi capaz de conseguir as coisas que são a glória da espécie humana. Essa é a natureza da conquista.
O homem não pode sobreviver, exceto através de sua mente. Ele vem ao mundo desarmado. Seu cérebro é sua única arma, mas a mente é um atributo só do indivíduo. Essa história de cérebro coletivo, simplesmente não existe. O homem que pensa, deve pensar e agir por conta própria. Aquele que raciocina não pode trabalhar sob nenhuma forma de coação. Não pode ser subordinado às necessidades, opiniões ou desejos de outros. A mente não é um objeto de sacrifício.
O criador segue seus próprios julgamentos, o parasita segue as opiniões dos outros.
O criador pensa, o parasita copia.
O criador produz, o parasita tira dos outros.
O interesse do criador é a conquista da natureza. O do parasita é a conquista do próximo.
O criador exige independência. Ele não serve, nem domina. Ele faz com homens uma troca livre e de escolha voluntária. O parasita procura o poder. Ele quer reunir todos os homens num ato comum a todos e de escravização comum. Ele alega que o homem é somente uma ferramenta para o uso de outros, que deve pensar como eles pensam e agir como eles agem. E viver em abnegada e triste servidão de qualquer necessidade, menos a dele mesmo.
Vejam a história!
Tudo o que temos, cada grande realização, veio do trabalho independente de alguma mente independente. E cada horror ou destruição tem origem na tentativa de reduzir os homens a rebanhos sem cérebros, robôs sem almas. Sem direitos pessoais. Pessoas sem ambição. Sem vontade, esperança ou dignidade.
Esse conflito é muito antigo. E ele tem um outro nome: o Individual contra o Coletivo.
Nosso país, a terra mais nobre na história da humanidade, fundamentou-se no principio da individualidade. O principio dos direitos alienáveis do homem. Foi um país onde um homem era livre para buscar a sua própria felicidade. Ganhar e produzir, não desistir e renunciar. Para prosperar, e não passar fome. Para realizar, não saquear. Para ter como sua maior possessão, o sentido de valor pessoal e como sua maior virtude, o seu auto-respeito.
Olhem os resultados. Isto que os coletivistas estão agora pedindo para os senhores destruírem, tanto quanto da Terra já foi destruída.
Eu sou um arquiteto. Eu sei que se constrói a partir das bases.
Estamos nos aproximando de um mundo no qual eu não posso me permitir viver.
Minhas idéias são minha propriedade. Elas foram retiradas de mim à força, por quebra de contrato. Nenhum recurso me foi deixado.
Entenderam que meu trabalho pertencia a outros, para fazer o que quisessem, que tinham direito sobre mim sem minha permissão, que era meu dever servir-lhes, sem escolha ou recompensa.
Agora sabem por que eu dinamitei Cortlandt. Eu a projetei eu a fiz possível. E eu a destruí. Concordei em fazer o projeto com a finalidade de vê-lo construído como eu queria. Esse foi o preço que eu cobrei pelo meu trabalho. E não fui pago.
Meu edifício foi desfigurado pelos caprichos de outros que se beneficiaram com o meu trabalho e nada me deram em troca.
Vim aqui dizer que eu não reconheço o direito de ninguém a um minuto de minha vida. Nem a qualquer parte de minha energia, nem a alguma de minhas realizações. Não importa quem faça essa reivindicação.
Tinha que ser dito. O mundo está perecendo em uma orgia de auto-sacrifício.
Eu vim aqui para ser ouvido em nome de cada homem independente que ainda resta neste mundo.
Eu quis estabelecer meus termos. Eu não quero trabalhar ou viver em nenhum outro.
Meus termos são: o direito do homem de existir por suas próprias razões."

O Livro:
O livro "A Nascente" (The Fountainhead) foi escrito em 1935 e demorou 7 anos para ser concluído. Foi rejeitado por 12 editoras e finalmente publicado em 1943. Nos 2 anos seguintes, o boca-a-boca tornou-o um grande best-seller.

A edição em português está esgotada e, na data deste post, nem mesmo os sebos virtuais ofereciam a obra.







O Filme:
Título Nacional: Vontade Indômita
Título Original: The Fountainhead
Diretor: King Vidor
Elenco: Gary Cooper, Patricia Neal, Raymond Massey, Kent Smith, Robert Douglas, Henry Hull, Ray Collins, Jerome Cowan, Moroni Olsen
Roteiro: Ayn Rand, baseado em livro de Ayn Rand
Estúdio: Warner Bros. / First National Picture
Produção: Henry Blake
Fotografia: Robert Burks
Trilha: Max Steiner
Duração: 114 minutos
Ano: 1949
País: EUA
Gênero: Drama
Preto e Branco
Resumo: Howard Roark é um arquiteto idealista. Ele se apaixona por Dominique, mas termina a relação quando tem a oportunidade de construir edifícios de acordo com suas próprias diretrizes. Dominique casa com um magnata da imprensa, Gayl Wynand (Raymond Massey), que no princípio comanda uma forte campanha contra o que é chamado de "Radical Roark", mas posteriormente se torna partidário dele. Ao ser firmado um contrato de moradias populares, há a condição de que os planos originais de Roark não serão mudados de forma nenhuma, mas ele fica surpreso ao descobrir que suas determinações serão radicalmente alteradas. É quando resolve revidar, custe o que custar, sendo levado a julgamento por seus atos, ocasião em que dispensa qualquer ajuda de advogados e testemunhas e profere o discurso acima.

Trecho do Filme: