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24/05/2019

Genny e a Iron Butterfly

Genny e a Iron Butterfly
(Da Série: Sonhos de Um Roqueiro Politicamente Incorreto Aposentado)
Luiz Carlos Cichetto

Era uma senhora um tanto idosa, obesa e dadivosa ou, como diziam os antigos, uma puta velha e gorda. Nos anos 1960 foi hippie em San Francisco, nos 70 punk em Londres, nos 80 pós-punk na Tchecoslováquia, e quando chegaram os 90, esquelética e quase morta virou gótica na Bela Vista. Nos 2000 foi metaleira de coturno e pulseira de couro com pontas de plástico cromado; depois não foi mais nada, pois já não tinha mais nada para ser, a não ela mesma.

O seu nome era Genny, mas era com ípsilon e dois enes, pois não queria ser confundida com a outra, em quem jogaram bosta e pedra, pois nela ninguém jogava nada. E seu nome era Genny e podia ser Geni se ela quisesse, pois já fora chamada de "Bola de Sebo" pelo escritor francês Guy, e de "Geni" por um sambista comunista carioca, e por "Garota" por uma banda de metal anarquista.

E seu nome era Genny e podia ser Genny enquanto fosse, e ela queria era ser artista, pintar quadro vanguardista, escrever texto anarquista e namorar escritor capitalista, mas mesmo que fosse e que fizesse, ainda era Genny, dos tempos das casas de lâmpadas vermelhas na porta, dos tempos das revistas e dos em que ela era chamada de puta, não garota de programa; dos tempos em que era chamada de gorda e não de obesa, e dos tempos em que se respeitava não pelas palavras que se usavam, mas pelos atos e sentimentos que se tinham.

Aposentada de seu trabalho de caridade em prol dos necessitados, Genny queria a paz, e descansar suas histórias numa bucólica cadeira de balanço, quando apareceu uma enorme borboleta de ferro, sob as nuvens flutuando, e de lá desceu um general de cinco estrelas no peito e uma enfiada no rabo, e disse que toda a cidade se preparasse que ele a destruiria tão lentamente quanto à execução de In-a-Gadda-da-Vida, a não ser que aquela gorda lhe servisse. E então a cidade apavorada se quedou desmoralizada, e decidiu em reunião da militância que apenas ela, Genny, poderia lhes salvar.

E partiu então em cantoria, caminhando, cantando e seguindo a canção chata, a multidão de desocupados com o rabo entre as pernas, à porta de Genny. O padre chegou de joelhos, e o prefeito lhe trouxe um coelho, que ela não aceitou por que não falava, e muito menos a levaria ao país das maravilhas. Ela mandou o padre levantar e o prefeito enfiar o coelho no rabo, mas a multidão lhe pediu com tanta tristeza que até ela até acreditou que era verdade, e que apesar de sua idade, poderia ainda para alguma coisa servir.

Então partiu Genny, a frente da manifestação, seguida de feministas de sovacos peludos, machistas de sacos depilados e alienígenas trans de orelhas roxas peludas e costeletas de Elvis Presley, em direção da enorme Butterfly de Ferro, onde esperava o general cantando o refrão de In-a-Gadda-da-Vida em mandarim. Assim que viu Genny, o homem parou de cantar, se enfiou na sua nave e desapareceu dizendo: essa dama é a Genny, e eu queria era a Geni, e se não pode ser Geni, então estão todos ferrados, que vou destruir essa porra toda. E a multidão canta: essa gorda é a Genny, mas a outra era Geni. Essa é feita pra apanhar, a outra de cuspira. Essa dá de dez pra um, maldita Genny!. E o general, sem querer saber de conversa, ainda falou: e será da forma mais cruel, pois vão ter que escutar In-a-Gadda-da-Vida cantada em dupla pelo Chico Buarque junto com o Gilberto Gil, cantando em dialeto africano.

E foi assim, que nossa querida Genny, que não podia mais ouvir a multidão pedir que ela desse a todo mundo, pediu que lhe jogassem pedra, lhe jogassem bosta e que depois fosse todo mundo para a puta que pariu. E ela assim pediu, e aí dormiu, sonhando que transava com Caetano Veloso embaixo da Torre Eiffel e ele lhe dizia: "óu não!", e a chamava de "Tigresa".

25/05/2019

19/08/2012

O Suprassumo do Superestimado


O Suprassumo do Superestimado
Minha Lista dos 11 Mais (ou Menos?) 
Luiz Carlos Barata Cichetto

É muito comum pedirem a pessoas, especialmente aquelas que têm um certo renome para que façam listas, de preferência com dez itens (porque 10? Numero redondo?) das coisas que mais gostam. Com pessoas relacionadas a musica, então, as listas dos "Dez Melhores Discos" é comum. O intuito é muito menos saber do que o tal renomado ou renomada gosta, mas com isso influenciar o público alvo.

Acredito que até eu mesmo tenha feito essas listas a pedido de alguém. Um blog que tem uma rádio um dia pediu uma lista minha com 500 (sim, quinhentas) musicas consideradas clássicos do Rock... Mas no fundo, essas listas são completamente idiotas e inúteis. Listas são necessárias a compras de supermercados e festas de casamento.

Mas não resisti a uma idéia de montar uma lista não com as melhores, mas com as piores, e não com 10, mas com 11. Então, seguidas dos comentários explicativos, minha lista dos artistas mais superestimados. A minha lista contem: os mais pedantes, prepotentes, pomposos, patéticos... Ou seja, para continuar na letra "P", Os Onze Mais Pau no Cu!... Lista 1 - Brasil.

Não desejo influenciar ninguém, muito menos mostrar que sou “do contra”, como muita gente pode pensar. Essa “lista” é bem conhecida daqueles que acompanham meu trabalho. Apenas não sou parte integrante de uma massa burra que aceita o que é imposto “pela ditadura das massas”.

A lista não segue nenhuma ordem de preferência e é acompanhada no final por um disco com a indicação "Suprassumo do Superestimado", um disco que ninguém deve, em hipótese alguma escutar.


1. Elis Regina - Uma das mais chatas, insuportáveis e pretensiosas cantoras brasileiras. A panela da elite da Musica Popular Brasileira a elegeu como grande cantora, mas seus berros deixavam qualquer gralha com inveja. Só consegue berrar. Não bastasse isso, morreu de overdose e se tornou mito, deixando ainda um legado mais chato, insuportável e pretensioso que ela própria, sua filha Maria Rita.

Suprassumo do Superestimado: "Falso Brilhante". (Esse disco lançou a carreira de Belchior, outro que merecia estar nesta lista, mas por falta de espaço não coube. Segundo a Wikipedia: "um dos discos mais representativos da MPB.".. Então realmente estamos mal de representatividade.

2. Caetano Veloso - Até por volta de 1980, quando lançou Bicho Baile Show, Caetano era um ser pensante, ativo, inteligente. A partir dai, acredita-se que com medo da idade que chegava, passou a se portar como um adolescente insuportável e ranheta. A roupa cor de rosa não combinava mais e suas posturas menos ainda. Fez algumas, poucas, musicas interessantes desde então, mas suas declarações se tornaram piegas e ridículas. Caetano não soube envelhecer e ainda quis posar de roqueiro ao lançar um disco chato ao extremo.
Suprassumo do Superestimado: "Bicho" (A pior bobagem discografica que um musico poderia lançar. "Tigresa" "Leãozinho" são pura frescura autobiográfica de um artista que chegou ao fundo do poço criativo e agora se debate para sair, mirando na água abaixo dele pensando que espelho...”Narciso acha feio o que não é espelho”?.


3. Chico Buarque - O maior caso de varizes confundida com sangue azul do Brasil. Chico Buarque, com seus olhos claros era a delicia das mulheres da Ditadura Militar. Sua chatíssima "Carolina" embalou os corações verde oliva e os livros de Educação Moral e Cívica e ele contando como sofreu com a Ditadura. Gosta de brincar de pobre e tem algumas questões de plágio a abalar sua gloriosa carreira. O livro "Fazenda Modelo", plágio de "Revolução dos Bichos", "Geni e o Zepelin" de um conto de Guy de Maupassant e outras tantas, fazem dele um autêntico gozador com o pau dos outros.

Suprassumo do Superestimado: "Ópera do Malandro" (O maior exemplo da "criatividade" chicobuarquiana, incapaz de criar a partir de suas próprias idéias. É nesse disco que aparece "Geni e o Zepelin")

4. Gilberto Gil - O eterno "murista". Participou da "Passeata Contra a Guitarra Elétrica" e uma semana depois participava de de um festival acompanhado de uma banda empunhando esse instrumento "dominador". Sempre foi para a praia onde a onda da fama e do dinheiro o carregou. Usa de símbolos da cultura popular, como a umbanda e outros para se fingir de pobre. Sua grande obra como Ministro da (A)Cultura foi aumentar sensivelmente o valor do cachê de seus shows, coisa que andava meio em baixa. Brincou de ser "Punk da Periferia" também. Entre outras facetas, foi o responsável pela hipervalorização de uma banda pra lá de mediocre, que segue:
Suprassumo do Superestimado: "Realce" (Além da confessional "Super Homem, a Canção" (Gilberto não é gay, mas não ia perder a oportunidade de subir nesse muro também) tem a chatissima versão da não menos chatissima "No Woman No Cry", de Bob Marley (ele não ia perder a oportunidade de subir no muro do Reggae também).


5. Mutantes (Rita Lee e Arnaldo Dias Baptista) - Uma das coisas mais pomposas, chatas e supervalorizadas da Musica Brasileira. Tem uma legião interminável de ripongas tardios a lhe seguir pelo mundo afora. São responsabilizados por criar uma linguagem roqueira no Brasil, quando na verdade eram um bando de mimados pretensiosos que só queriam transar e fumar maconha. Desse grupo, o mundo não ficaria livre tão cedo, pois sua "estrela" foi alçada a categoria de musa e até hoje acha que é. Gosta de provocar policiais e se fingir de fora da lei, mas também de invocar a mesma quando o calo lhe aperta. Seu ex-muso, Arnaldo Baptista, é hoje um artista plástico que pinta tão bem quanto meu neto de dois anos. É considerado uma lenda viva, mas pensa que ainda é Loki.. Bicho.

Suprassumo do Superestimado: "A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado" (Um disco que demonstra bem a pseudo psicodelia intectualóide da banda)

6. Renato Russo - Um dos casos mais explícitos de supervalorização, de um cantor medíocre, plagiador que não se sentia constrangido de plagiar até a Bíblia Cristã e Shakespeare. Criou uma autêntica legião de retardados culturais que cantam suas musicas e o acham o grande poeta do Brasil. Uma estrelinha micha que gostava de aprontar escândalos para chamar a atenção. Outro que depois da morte passou a ser endeusado e colocado como mártir, mas que se vivo estivesse estaria participando exaustivamente de programas chatos de domingo á tarde na Televisão.
Suprassumo do Superestimado: "Música para Acampamentos" (Uma coletânea, então, portanto a forma mais fácil de saber o quão pretensioso era esse cidadão)

7. Tom Zé - Ele é um grande musico... É??? Gosta de desmontar e remontar violões enquanto toca, fotografar bolas de vidro enfiadas no cu de mulheres e ... de dar entrevistas em programas de humor na Televisão. Sua musica é ovacionada mundo afora e serve para os descolados se fingirem de entendidos, demonstrando o quanto a "arte conceitual" brasileira é importante e criativa, tal como um prego torto numa galeria de arte.
Suprassumo do Superestimado:  "Estudando o Pagode" (Que ainda tem a petulância de colocar uma musica chamada "O Amor é Um Rock"... Isso é uma ofensa!)


8. Tom Jobim - Caso típico de chato pseudo-intelectual que agrada aqueles que se fingem de inteligentes, descolados e cultos. Ninguém consegue escutá-lo mais do que cinco minutos, por isso fazem silêncio e o colocam como grande criador. É um grande maestro, mas sua musica é de uma chatice incompreensível. Com exceção das entrevistas e dos violões desmontados, era exatamente igual a Tom Zé.

Suprassumo do Superestimado: " Miucha & Tom Jobim" (Como se não bastasse, a companhia de uma das irmãs de Chico Buarque, ex-mulher de João Gilberto e mãe de Bebel Gilberto... Nossa, quanta coisa ruim junta para uma pessoa só..)

9. Jorge Mautner - É um grande escritor. Era até interessante antes de se tornar o puxa-saco-mor de Caetano Veloso. Como escritor, escreveu obras sensacionais, mas como musico, apenas esquisitices. É tido como um maldito, mas não passa de um metido... Ou seja, superestimado.
Suprassumo do Superestimado: "Eu Não Peço Desculpa" (Que ainda conta com a participação de Caetano Veloso: peça desculpas, sim!)


10. Raul Seixas - Muita gente poderá estranhar a presença de Raul em minha lista. Mas o adiciono não tanto por ele propriamente, mas pelo endeusamento de sua figura depois de morto. E também por ter sido ele um grande plagiador. Ao menos uma duzia de musicas são plágios descarados, incluindo ai ""Rock das Aranhas", "A Beira do Pantanal"  e outras tantas. Mas o grande motivo de Raul Seixas estar presente aqui é pela aura de Santo, de Deus, que seus fãs colocaram, transformando-o num messias. Suas frases são repetidas aos quatro cantos do mundo, sem a menor compreensão na maioria das vezes, e ele passou a ser uma grande desculpa para bêbados e irresponsáveis sociais. A Passeata do Raul, em 21 de Agosto, é a coisa mais deprimente da face da Terra, com uma porrada de bebuns, fanáticos e nóias, empunhando um violão que não sabe tocar e - até as mulheres - usando cavanhaque e bigode. Aquilo parece a regravação do clip "Thriller" de Michael Jackson, com um bando de mulambos saindo dos bueiros. Realmente, ele não merecia isso.

Suprassumo do Superestimado: "A Panela do Diabo" (Último disco, gravado com Marcelo Nova, mostra um Raul Seixas deprimente, se arrastando, mal conseguindo cantar, demonstrando uma fragilidade tentando disfarçar a saude combalida.


11. Roberto Carlos - O "Rei" não poderia faltar na minha lista de superestimados. Primeiramente pergunto: Rei de Quê? De Quem? Só se for o rei do mal gosto e dos pobres aculturados. Aluno da escola de João Gilberto que fez com que aqueles que não sabem cantar, que não voz,  sejam alçados à categoria de cantores. Quando ainda se vendia discos, ele gravava todo ano o mesmo e enchia os bolsos de dinheiro, agora faz show até em puteiro de periferia. Suas manias, suas esquisitices fazem dele o Rei, sim! Mas o Rei dos Superestimados.

Suprassumo do Superestimado: "Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim"... (Esse disco é o suprassumo dos suprassumos elevado a enésima potência da Superestimação. Tinha que terminar com ele, porque ele resume a lista de forma absoluta. )

Nota Final: Guarde suas pedras! E aprenda a dar importância a realmente aquilo que é bom de fato, não àquilo que a grande mídia quer que dê. Não diga que João Gilberto, Tom Jobim e todos os outros citados nesta lista são gênios sem ter escutado mais do que uma música deles. (Aliás, não escutou porque? Porque não aguentou? ) Deixe a aparência e a cor dos olhos, a origem deste ou daquele artista fora do seu julgamento e, por conseguinte, gosto. Um artista é um ser humano igual a qualquer outro, que peida, caga, mija, enche a cara e escreve ou compõe em determinados momentos uma ou outra obra. Genialidade é o conjunto de, não apenas obras artísticas, mas das atitudes de um artista. Deixe de ser papagaio e falar que fulano ou fulana são bons pra caraio apenas pra contentar a maioria e não se sentir fora da "galera". Seja autêntico, revolucione a si mesmo!

Existem, claro, outros artistas que poderiam e podem fazer parte desta lista,ainda dentro do território brasileiro. Ao menos uma outra lista de outros onze nomes. E nem precisa ficar comentando e discordando de um ou outro nome, muito menos acrescentando nenhum. E, é lógico que os fanáticos por um ou outro nome constante poderão e irão espernear, xingar, ameaçar... Mas, o lugar de gente fanática é na política ou na igreja, enfiado dentro de sua própria mediocridade.

18/08/2012

14/03/2012

Da Capo al Coda


Qualquer dia apanho meu barco bêbado e parto em direção á África. Ser mercenário feito Rimbaud. Renegar minha poesia, comerciar armas e mulheres brancas de bucetas raspadas, mamilos roxos e cus cheirosos.  Um dia ainda serei igual a Baudelaire, colecionando gatos e compondo litânias a Satanás. Ou quem sabe, um dia serei feito Augusto e dissecarei cadáveres, corações e mentes. Não, um dia, quando eu crescer, quero ser igual a mim mesmo: colecionar litânias, dissecar almas e acariciar gatos e bucetas cheirosas enquanto amolo minha faca nas pedras do meu caminho.

Um dia ainda pego uma garrafa e bebo até, feito barco embriagado, ancorar em qualquer porto que tenha putas de beira de cais. E feito marinheiro perdido, amá-las feito um desesperado.  Um dia, um dia... Um dia ainda amanheço e depois durmo novamente nos braços de alguma megera espanhola de grandes tetas, ou de alguma matrona italiana de lábios gulosos e buceta peluda. Um dia, uma noite dessas ainda parto, dormindo no convés de um barco embriagado e descascando batatas em troco de rum. Piratas sanguinários, putas cheirosas e um gosto de dia que não amanhece.

Um dia, qualquer dia desses, depois de beber a noite inteira, acordo feito Drukpa Kunley, o santo budista das 5.000 virgens, e saio pelado pelas ruas, comendo belas e iluminadas bucetinhas em troca de cerveja. Minha iluminação passa pela luz de mercúrio das esquinas cheirando a mijo, sangue e dor. Minha iluminação passa pelas sombras de objetos inexistentes...

Um dia desses ainda deixo esse Inferno e causo uma rebelião no Céu, comendo a bunda cheirando a talco daqueles anjos assexuados. Afinal eu sou Poeta e os poetas são comedores de bundas de anjos. Ainda deixo esse frio dos infernos e vou tocar punheta em algum manicômio celestial. Poetas são santos? Nem demônios, acredite.

Gostaria tanto de pensar que sou livre, que posso sair, apanhar meu barco bêbado e cair de cara no meio das pernas de alguma puta tailandesa pompoarista. Mas por enquanto apenas escrevo para matar as horas que me matam, me consomem, segundo a segundo. E a cada segundo que morre, outro segundo nasce e durante um segundo, reina absoluto sobre a minha vida. E depois que morrem 60, morre um minuto, e depois de 60 deles uma hora; e 24 horas mortas depois morre um dia. Uns após os outros, morrem e renascem todos os soldados do tempo. Um exército sem fim.  Exército invisível.

Qualquer dia desses ainda apanho um barco cheio de putas e, bêbado, mato o senhor do tempo e me embrenho no mar tendo o horizonte por destino. Qualquer dia desses, qualquer hora dessas, a qualquer minuto, a qualquer segundo... 

Eu não bebo pra esquecer, esqueço pra beber. Ainda hoje tomo um porre, pego o primeiro barco sóbrio e me embrenho nas florestas selvagens dos teus pelos pubianos... Ouvindo Rock and Roll e seguindo a ultima banda de Rock que foi criada depois da hecatombe nuclear, as máquinas dominaram o mundo e não há mais Rock and Roll decente, nem bebida decente, nem cigarro decente... Aliás, não existem mais escritores e poetas decentes... 

Queimem os barcos, não pode existir retorno, assim determinou Cortez. Barcos bêbados carregam outros bêbados no convés, feito cegos carregando outros cegos. Barcos bêbados carregam marinheiros cegos e putas tristes e Garcia Márquez ainda tem saudade de ... de seus anjos velhos com asas enormes que caíram no galinheiro depois da tempestade.

Qualquer dia desses escrevo um poema, ou talvez uma crônica... Porque tem que rotular? Um poema pode ser uma crônica e uma crônica um poema, fodam-se os rótulos, fodam-se as regras gramaticais, prefiro as femininas. 

Qualquer um desses dias, ainda acampo em seu quintal em uma barraca de lona rasgada e então vamos fumar e beber e transar e rir e chorar e depois vamos acordar com a angustia de um marinheiro cego que não enxerga a beleza do mar e não sabe que pode sentir tal beleza do mar apenas respirando fundo. Vamos respirar fundo, vamos nos cheirar, vamos nos respirar.  Uma barraca é o que um ser humano precisa para sua felicidade, democracia é uma mentira bem contada. A religião e a democracia são apenas formas de separar ainda mais os seres humanos. Mentiras piedosas e piedade é falsidade e falsidade é mentira...

Qualquer dia desses mergulho no mar, pelado feito um pensamento e depois me afogo na saliva de deusas virgens... Existem deusas virgens? Alguma que Drukpa Kunley nunca tenha comido?  Quero uma cerveja! Sem gelo por favor! Uísque só cowboy, ou com água. Uísque não é cão engarrafado, ô seu Moraes! O cão é que é uísque com rabo e pelo. Mas eu prefiro os gatos. São livres, portanto numa metáfora idiota, gatos são igual a cerveja... Ou aos barcos bêbados.

Em Nova Iorque "as pedras estão inchadas de calor e suando sangue". Este e apenas um dos Fragmentos de Sabonete. Mautner era maldito, agora é figurinha carimbada, cu e rola com Caetano, o chato. Eu gosto mais do Mautner escritor. Mais honesto! Itamar era maldito e Walter Franco deixou de ser, e igual aos outros compondo musiquinhas idiotas... Onde anda a Rebeldia? Morreu nos anos 70... Acabaram os rebeldes ou as causas? Arnaldo Baptista, o falso-louco, perguntou: "Onde é que está meu Rock And Roll?" Pintaram o Arnaldo como Syd Barret tupiniquim.. Que merda! Sempre tem que ter alguém "Fulano Tupiniquim" Ô terra de babaca! Terra de mico de circo. E eu, sou quem "Tupiniquim"? Ah, eu sei, sou o Barata Cichetto Tupiniquim... O original é um ser do mundo, um cidadão universal, que acredita na frase de Kafka, bem interpretada pela minha amiga Anna G.: "Os pés são mais importantes que o chão que se pisa".  Kafka está morto e seu ultimo desejo não foi cumprido. Max Brod foi um traidor. Não respeitou o pedido do amigo moribundo. Não o fosse, não teríamos sua obra a nos contemplar (sim, a NOS contemplar, pois em Kafka a obra é que nos contempla). A decisão de Brod foi uma das coisas mais importantes para a arte mundial, mas foi um ato de traição. Acaso existisse vida após morte, Kafka teria perdoado Brod?? Eu não o perdoaria. E talvez eu faça a mesma coisa: queimem tudo, queimem meus escritos, queimem, queimem, queimem. Renegar e queimar antes de morrer.. Só me falta um amigo pra pedir. E que não me traia como Brod traiu Kafka.

Qualquer dia eu apanho, bêbado, um barco e vou para Praga ver o tumulo de Franz, depois vou até San Pedro, na Califórnia e tentar... Tentar, tentar, porque era isso que na verdade Buk queria. Vou tomar uma cerveja e mijar na grama em volta da lápide. E escrever com urina: “Eu tentei, velho safado!”

Aí, mulher! Quer escutar um som comigo? Porra, agora chamam o ato de ouvir música de “Escutar Um Som!”. Porra, musica não é apenas som. Som é barulho, qualquer coisa, sem ritmo sem harmonia, sem nada. Um peido é um som e não é música; um arroto é um som. Música é outra coisa. Um grito é um som, um gemido é um som. Embora ambos possam ser musica também. Um grito de dor pode ser um Blues, um gemido de prazer pode ser um Rock’n’Roll. Gemido de tesão é musica pura, não é um som apenas. O uivo de um lobo é um som ou uma musica? O miado de um gato, latido de um cachorro... Então, mulher, sente junto a mim e vamos escutar o som dos meus peidos, meus arrotos, e depois eu escuto a musica de seus gemidos de prazer. O grito de dor é a sinfonia do carrasco.

Um dia desses, uma hora dessas, eu pego meu barco e afundo, nas águas quentes do mar da morte. E queimem minha carcaça e queimem meus livros, que isso não é coisa de deixar as gerações futuras que terão problemas demais para ainda ler essas merdas que eu escrevo. Algum amigo Judas-Brod para executar meu testamento? Acaso o querido leitor esteja lendo este texto depois da minha morte, é porque meu amigo me traiu também. Então me faça um favor: rasgue, apague, delete... Ou qualquer termo no futuro que signifique: esqueça isso e vá fazer coisa melhor. Esqueça-me que não quero ser lembrado depois da morte, quero ser amado em vida.  E também caso minha vontade tenha sido cumprida, não há sepultura com lápide para visitar e mijar, porque a poeira não pode ser visitada. Em todo caso em uma lápide imaginária estará escrito: “Fui!”

E antes que eu esqueça alguém me diga se isso aqui é um poema em prosa ou uma crônica... 

15/09/2011


Nude Sea Sirens. 1866 Picture. Lubok?

09/02/2012

Barata Se Prepara Para Cagar Em Guaianases, Nesta Quinta-Feira





Quando critico a mídia formal, muita gente afirma que eu exagero ou que o que quero é "estar dentro. Uma "matéria" jornalística publicada há quase um ano no portal Terra, tomou o Facebook nos ultimos dias. O "furo", referente a um "passeio" de Caetano Veloso no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro é de uma inutilidade absurda. Três (03) fotos de Fausto Candelaria da AgNews com legendas desnecessárias e totalmente sem sentido ocuparam a seção "Gente" do portal em 10 de Março de 2011. O título: "Caetano estaciona carro no Leblon nesta quinta-feira." e a legenda: "Caetano Veloso se prepara para atravessar uma rua do Leblon". E seguem aí outras duas fotos de uma inutilidade que nem as piores publicações do nível mais baixo seriam capazes de publicar. Na segunda "Caetano olha para o fotógrafo enquanto atravessa a rua no Leblon" e a última: "Caetano espera no estacionamento carioca nesta quinta-feira (10)". Claro que os comentários são os mais hilários e ai eu pergunto algo que ninguém perguntou ali: o assunto era mesmo Caetano Veloso, ou o bairro do Leblon? Ah, porque eu tentei entender o porque de tamanha obra de arte fotográfica e a relevância desse fato. O que isso importa a alguém? O que acrescenta a alguém? Ah, deve ser um ato revolucionário de Caetano Veloso, retratado num furo jornalístico do fotógrafo a Agência... Não vou ficar aqui discutindo e dando Ibope a esse assunto. Mas digo apenas uma coisa: a imprensa brasileira não é apenas mal intencionada e comprometida: é estúpida!

No Facebook, hoje, Quinta-Feira, 10 de Fevereiro, fiz uma montagem com fotos minhas com o título "Barata se prepara para cagar em Guaianases nesta quinta-feira". E a coisa anda tomando ares de "Luiza no Canadá".. Não é só a imprensa não!

Quem estiver interessado na "matéria jornalistica" do Terra: http://diversao.terra.com.br/gente/fotos/0,,OI149144-EI13419,00-Caetano+estaciona+carro+no+Leblon+nesta+quintafeira.html