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17/08/2016

"esSIODio" - A Crônica

"esSIODio"
Barata Cichetto
"Há tanta dificuldade de se ouvir e falar sobre ódio que o poeta cede lugar ao psicanalista. As palavras tomam tons de cinza e, inerentemente favorecem a rejeição." - Do release do disco "esSIODio", da banda SIOD.

"esSIODio" que eu sinto é o que preciso. Não o que me deram. E nem é oposto do amor, não é oposto de nada. "esSIODio" não é loucura, nem sanidade. "esSIODio" é puro. Pureza, dureza. Pura dureza? Beleza, nobreza.  "esSIODio" se basta. É música, é poesia. "esSIODio" não é psicanálise.  "esSIODio" é sentimento honesto. Eu não presto, mas "esSIODio" é o que me empresta a nobreza dos sentimentos. Me dá. "esSIODio" é de graça. Não custa um olho da cara. Ou ela toda. "esSIODio" é bastardo, filhodaputa. Cru. Cruel. Estado de graça. Não desgraça. "esSIODio" é total. Imortal. Fatal. Feito a vida. Viver é fatal. "esSIODio" é vida. Atrevida. Revivida. "esSIODio" não é moral. Nem Imoral. "esSIODio" não é um. Nem DOIS. É o antes do depois. De nós DOIS. Depois do antes. Sobrevivente. Das crueldades do amor. Se "o amor é a compensação da morte" , como disse o filósofo alemão, "esSIODio" é a compensação do amor. "esSIODio" é físico, urbano, humano. "Demasiado humano". Triste? Não! Alegre? Perdão! Não! "esSIODio" não é maldição. Nem rendição. Nem perdição. "esSIODio" é sonegação criminosa de deuses adocicados e vingativos. "esSIODio" é a regeneração da geração. "esSIODio" é dicotômico. Astronômico. Anti anarquista. Anticapitalista. Anticomunista. Antimaterialista. Antimaniqueísta. "esSIODio" é antiista. Artista. Chamem o flautista. Sigam-me os ratos. "esSIODio" consome, some. Não dorme. De touca. Com uma louca. Porca putana de dezoito anos. "esSIODio" é o tesão que eu sinto. Na hora da fornicação. Masturbação. Degenerado! Gerado no ventre maldito da extinção. Humana. "esSIODio" é minha pátria. Eu, pária sem destino, com cólica de intestino e dentes quebrados ao por do sol. Dentes de Leão. Crista de Galo. Grito de gato. "esSIODio" não é "hate", nem "late". É leite. Quente. Direto da tetinha da jovem mãe gostosinha que embala o filho bastardo no colo. "esSIODio" é Rock. "esSIODio" é "esSIODio" é Deus e o Diabo. Na Terra do Sol. Dio, Punk, Hardcore.. "esSIODio" é Dio porco di una porca Madonna. Porco cane. Madonna, Michael Jackson. Dio e Deus, Heaven and Hell. "esSIODio" é mel. E fel. Inocente e réu. Céu. Inferno. "esSIODio"  é terno. E eterno. Metal. Letal. Tudo igual. Mas muito diferente. "esSIODio" não é indiferente. Nem diferente. "esSIODio" é a verdade que te escondem, a maldade que maquiam e mascaram. "esSIODio" é a dor sincera. A cor verdadeira. A luz que é um buraco na escuridão. "esSIODio" não pede nem aceita perdão. "esSIODio" que me causa ereção. Desejo de chupar uma buceta bem quente. "esSIODio" que escandaliza as freiras, padres e crentes da ultima geração. "O Buraco da Fé". "esSIODio" é minha depravação. "Traumatismo Moral". Intelectual. Fetal. Letal. "esSIODio" é poesia. Crônica. Com sílaba tônica. Doença crônica. Nem bem, nem mal. Nem açúcar, nem sal. A tal. Poética paranoia patética. Incandescente. Indecente. "esSIODio" é a indecência da inocência. Pedido de clemência. De demência.  "esSIODio" não é maldade. Nem saudade. Nem vontade. Idade da razão.  Cidade do tesão. "esSIODio" não mora no coração. A mente mente. "esSIODio" é o que a gente sente. Por razão e emoção.  "esSIODio" é o que fica! É o que há sem existir. E existe sem haver. Nada a fazer. Apenas deixar crescer. Livre. "esSIODio"!

Crônica inspirada no disco "esSIODio", da banda SIOD.

17/08/2015

Hypnos, Amyr Cantuiso Jr.

Hypnos
Amyr Cantusio Jr.
(16 de Agosto de 2015 - Teatro Interno da Concha Acústica - Campinas - SP)


Domingo é dia de muitas coisas. Arrumar a casa é uma delas. Ah, escutar musica, cuidar das plantas, dar banho em cachorros, tomar cerveja no boteco da esquina, de bermuda e chinelo. Depois, comer macarronada e .. Dormir. É. Um típico domingo paulistano, de típicos brasileiros, que trabalham a semana inteira.. Mas....

Mas quando a gente é "Do Rock", todas as coisas típicas deixam de ser. Passam a ser atípicas, fora do contexto. Fora de ordem. Caos. enfim. O Rock é assim. Mesmo.

No domingo de Inverno, quente além da conta, de São Paulo, em meio de um Agosto também inteiramente quente, contrariando a antiga máxima da São Paulo da Garoa, eu me preparava para fazer algumas dessas coisas típicas. Um dia absolutamente monótono se anunciou e já chegava meio dia quando eu pensava em cumprir o sagrado momento da cerveja no boteco da esquina.. Quando uma chamada de Facebook mudou tudo.

Amyr Cantusio Jr. que também atende pelo codinome de Alpha III iria fazer uma apresentação em Campinas, sua cidade naquela tarde. Tinha me conformado em não poder ir. Sem dinheiro nem disposição de enfrentar três ou quatro meios de transporte para atravessar pouco mais de cem quilômetros até aquela cidade, tinha resolvido nem pensar mais nisso.

Eis que surge o amigo Adilson Oliveira. Musico, admirador do trabalho de Amyr, parceiro de Stay Rock Brazil e convida: "Vamos para Campinas ver a apresentação do Amyr?"  - Eita, mas é tarde. Dá tempo? "Dá, sim. A apresentação é as três da tarde. Se sairmos agora chegamos a tempo." . Fechado, disse eu. Vou tomar um banho e em uma hora nos encontramos no Metrô. E dai pegamos a estrada.

Precisamente em uma hora e o esperava na estação Carrão do Metrô. Pegamos a Anhanguera e em pouco mais de uma hora e meia estávamos no Parque Taquaral, um local maravilhoso, com muita vegetação, animais, lagos e famílias com crianças. Um paraíso.

Logo estávamos em frente a Concha Acústica, local inaugurado, segundo o próprio Amyr em 1976, onde ele tinha tocado com sua banda na época, o "Spectro". Construção maravilhosa, com um anfiteatro romano perfeito e a concha em forma de folha, muito alta, uns quinze metros de altura.

A apresentação de Amyr, intimista, ocorreria no subsolo, numa área pequena mas aconchegante. Descemos, eu Adilson e Flávia, sua esposa, e ao fim da escada em leque avisto Amyr. A surpresa feliz tomou conta de seus olhos e um forte abraço aconteceu. Ali também, além da Cathia, simpática esposa de Amyr, encontro o poeta  Dríade, Arnaldo Caproni, de quem eu tinha editado três livros de poesia, mas ainda não conhecia pessoalmente.


Por sorte, nossa, o show ainda não havia começado. Falamos um pouco e logo Amyr toma seu lugar no grande palco, onde reinavam solitários uma tela pintada por ele e um pequeno "aparelho" que me deixou encafifado. Onde estariam os teclados? Amyr começa a falar, sem seque microfone, mas audível pela acústica e tamanho do espaço e fala rapidamente sobre sua trajetória e sobre como seria o espetáculo. E assume os controles do tal pequeno aparelho: um "Alessis" sintetizador que se mostra um verdadeiro gigante em tonalidades e sonoridades nas mãos desse musico fenomenal, dono de uma carreira primorosa, com uma produção gigantesca ao longo de 40 anos de carreira.

O tema, que Amyr chama de "Hypnos", seria dividido em três partes. Sentado logo na primeira fila de cadeiras, bem de frente ao musico, logo na primeira parte começo a sentir sensações "estranhas", percebendo que aquele som, aquela musica de alguma forma começa a me levar a um estado de transe. Além da atmosfera criada pela musica, a iluminação, a cargo de Vinicius Dias, criam um clima de viagem, de percepção modificada. Num determinado momento, lembro-me claramente de ter colocado minhas mãos em forma de triangulo a frente do rosto e ter a sensação de estar manipulando uma bola muito macia, sedosa e quente. Uma esfera muito macia que tomava forma de acordo com as nuances da musica.

A segunda parte, segundo o próprio musico, seria um tema mais "simples", na linha de Vangelis. Nesse ponto, todo aquele clima nos transporte a uma viagem no tempo e no espaço. Londres, cinquenta anos atrás. O clima de psicodelia, lisérgica e sinergia das apresentações do Pink Floyd no inicio. As projeções, com imagens de discos voadores, alienígenas, estrelas, o pequeno Alessis enchendo o ambiente de uma sonoridade por horas sufocante, paranoica, esquizofrênica. Uma sensação de que poderíamos tranquilamente sair dali voando, entrar numa máquina do tempo e materializar na Doce Londres dos anos sessenta. (Enquanto escrevo isto, Amyr me chama várias vezes no Facebook. Está eufórico com o resultado artístico, mas frustrado pelo pouco publico.)

Na terceira parte, ainda sobre o efeito do potente alucinógeno, me deixo levar pela atmosfera quase dark. Uma sensação de melancolia me invade. O som é pesado, denso, mas ao mesmo tempo é arrastado, deprimente, gótico. A morte deve ser assim, penso eu antes do final da apresentação. A iluminação, o tempo todo projetada sobre todo o palco, cria desenhos absurdos, ilógicos, incoerentes, alucinógenos sobre o quadro pintado por Amyr, exposto no palco, ao seu lado. Um espetáculo multimídia, transcendental, esotérico. Quase místico.. Quase?

No final da tarde deixamos Campinas, sem antes, na saída do Parque, avistar três cutias que passeavam tranquilamente. Na estrada, eu e Adilson falamos o tempo todo sobre as possibilidades maravilhosas, sob todos os aspectos artísticos, que um espetáculo desses proporcionaria às pessoas. Até quando as pessoas se fecharão em suas conchas não acústicas e não se permitirão experimentar experiências sensoriais, guiadas por músicos de qualidade, como desse gênio chamado Amyr Cantusio Jr.?

Abaixo uma amostra.


Video: Cathia Cantusio

17/11/2013

Syd Barrett Não Mora Mais Aqui!


Syd Barrett Não Mora Mais Aqui!
Luiz Carlos Barata Cichetto
Ano: 2013
Edição: 1ª
Formato: 14 X 21
Gênero: Cronicas
Páginas: 288
Preço: R$ 40,00 + Frete 
Editora: Editor'A Barata Artesanal
49 crônicas e artigos sobre Rock.

Trecho
Syd Barrett criou a essência do Pink Floyd, mas depois não coube mais dentro de sua própria criação. Aquilo era pequeno demais para caber sua genialidade. Syd Barrett era maior que o Pink Floyd. Sempre foi e sempre será. Segundo conta a história, ou melhor, contam os remanescentes da banda, Syd foi colocado de escanteio por causa de sua "deterioração mental". Afinal, aprisionar aquela gostosa da Karine (a peladona que aparece na capa de “Madcap Laughs” era a namorada dele na época) num apartamento e lhe passar bolachas por baixo da porta era coisa de doido mesmo. Aparecer no palco com a cabeça cheia com uma pasta de comprimidos é coisa de maluco mesmo. Ficar tocando uma nota apenas na guitarra, então, isso é coisa de doente mental.

Mas Roger Keith Barrett não era maluco, maluco eram eles. E sabiam disso. Tanto sabiam que continuaram a usar as idéias digamos pouco ortodoxas de Syd em um monte de discos que seguiram a saída dele. "The Dark Side Of The Moon", segundo Waters e Gilmour era uma homenagem a ele, pois "apenas os lunáticos podem enxergar o lado escuro da lua". Lunático? Syd era lunático? Claro que não. Chamar Syd Barrett de lunático é o mesmo que chamar Freud, Schopenhauer, Da Vinci, Einstein também de lunáticos.

Um sujeito que pegou o Rock e disse: "Ok, vamos à lavanderia!". Que pegou as experiências sonoras de John Cage (outro lunático?), colocou uma pitada de musica erudita, um quilo de Rock'n'Roll, bateu num liquidificador mental e transformou essa pasta num belo e florido Elefante Efervescente. Um elefante que esmagou os conceitos sobre música para sempre. Não era um maluco, nem doido, nem doente mental. Era um gênio. E a história da musica deverá ser escrita no futuro da seguinte forma: AB/DB, ou seja, Antes de Barrett e Depois de Barrett.

PEDIDOS: http://abarata.com.br/livros.asp?secao=L&registro=1

28/07/2012

O Rock Não Errou! - Crônicas Roqueiras


O Rock Não Errou! - Crônicas Roqueiras

“Dizem que o Rock andou errando / Não valia nada, alienado / E eu aqui na maior das inocências / O que fazer da minha santa inteligência / Será que esse é o meu pecado, porque / Errou, errou, errou, errou / Eu sei que o rock errou / Acho que é melhor passar a borracha / Ninguém é perfeito você não acha?/Nem mesmo o bruxo da vassoura / Música do Planeta Terra / Cantiga de guerra / Canto, espanto e fico rouco / E ainda acham pouco porque / Errou, errou, errou, errou / Eu sei que o rock errou / Vivemos num país bem revistado / Uma nova volta ao passado / Muito louco anda solto / De colarinho, é claro / Se eu respiro inspiro mais cuidado / Desse pobre coitado, porque / Errou, errou, errou, errou / Eu sei que o rock errou”

Muito mais interessante do que eu ficar aqui, tentando escrever uma apresentação a este conjunto de textos sobre Rock, escritos e publicados nos ultimos 10 ou 12 anos, acredito que seja deixar essa letra do Lobão. E estou certo que quanto ele canta que o Rock Errou, é apenas um jogo sonoro, uma brincadeira com "and roll"... Nada mais. E arremato: o Rock não errou, de forma alguma. Apenas num determinado momento tomou o atalho errado, indicado por uma placa sacanamente colocada à beira da estrada por algum ganancioso ou preguiçoso. Mas mesmo assim, foram apenas alguns que pegaram tal atalho, porque os verdadeiros apreciadores do Rock como movimento mais que musical, mas social e sempre de vanguarda, continuam a trilhar o caminho principal. Boa leitura!

Luiz Carlos Barata Cichetto
Inverno 2012

Pedidos: http://abarata.com.br/livros.asp?secao=L&registro=2
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Pizza, Poesia & Rock'n'Roll
Luiz Carlos Barata Cichetto

Alguma coisa acontece em meu coração... mas a esquina da São João com a Ipiranga não é mais a mesma! Caetano não é mais o mesmo, os Mutantes... mudaram e se mudaram. A Augusta está cheia de putas e puteiros e não existem mais shows de Rock decentes. O muro caiu, o socialismo acabou... e agora José? E agora João? E agora você? Acreditávamos em sonhos e agora são os sonhos que não acreditam em nós... A gente continua com fome de paixão... Acreditar em quê? Sexo, Drogas e Rock'n'Roll? Acredito em Pizza, Poesia e Rock'n'Roll... Janis, Lennon, Raul... Estão todos mortos e os fracos estão todos vivos... Eu inclusive! Comamos a Santa Ceia da "ingnorância"... Pobres crianças sem esperanças e empregos e sonhos... O Rock está morto! Morreu junto com Deus! O sonho acabou, a festa acabou... E agora José? E agora John? Apanhem os pedaços de cérebro espalhados por Nova Iorque... Na frente do Edifício Dakota... Quero cantar, quero contar, uma história bem antiga, caminhando e cantando e seguindo a canção... Somos todos iguais braços dados ou não (?) Não, não somos todos iguais, braços dados ou não! Abraços dados ou não... O que aconteceu com a Poesia? Ah, deixa pra lá... E com a Pizza? Quero a minha com mortadela... Estou enjoado hoje! O estômago dói de fome e eu não como ninguém há muito tempo... Morri e nem sei em que mês... Metrô Linha 743... Raulllllllllllllllllllllllllll! Comeram meu cérebro no jantar de ontem à noite e eu nem percebi... Ah, quanta coisa queria falar, mas minha língua está cortada... Então, escuta aqui... Cinco e meia da manhã e eu não sei se o dia amanhece hoje e se amanheceu ontem... Insônia terrível essa! Queria alguém agora deitada em meu colo, e eu lhe fazendo cafuné... E ela chupando meu pau! Credo, que cara nojento! Quero carinho e sexo e não tenho o que nem quem comer... Então escreve ai! Meu caderno de anotações está cheio de letras de música, de poesias e rabiscos. Pára com isso! Quero minha pizza com molho de menstruação! Escrevo poesias para não enlouquecer... Me masturbo embaixo das cobertas para não esquecer... Que existo. Já tive amores sim! Existe uma mulher que está comprando uma escada para o céu e eu nem sei onde isso vai dar... Quem vai dar? Pra quem? Pra mim, que é bom, ninguém quer! Esqueci quem sou e nem lembro porque... Mas por quê? Existiam putinhas bonitinhas na esquina da São João com a Ipiranga... Hoje tem apenas um bando de camelôs e Caetano nem Gil andam por lá apenas os novos baianos... O que aconteceu com a música, meu Deus do Céu? Do Céu? Meu? Deus? O que aconteceu com meu Deus? Ele fugiu de mim igual minha mulher? O que esperar de mim? Alguém espera por mim? Minha mãe? Onde anda? Sonho que se sonha só... É só um sonho... Mas ontem eu tive um pesadelo, quem quer dividir comigo? Pára com isso, cara! Todos os meus pensamentos estão sendo vigiados, existe um americano em cada esquina e em cada esquina da minha angústia, uma cançãozinha antiga me faz lembrar minha paixão! Ah, mas existem ainda a Pizza, a Poesia e o Rock'n'Roll! Ah, quanta coisa eu queria falar, escrever, mas arrancaram meus dedos! Ainda bem, senão eu ia enfiá-los no seu rabo sujo! Foda-se, amigo! Meus sapatos estão gastos, minhas calças rasgadas e eu nem sei o que pensar! Espera um pouco ai... Vou ali na esquina me suicidar e já volto! Patas de baratas arranham meu cérebro e hoje eu nem comi nenhuma... Aceita um cafezinho? As paredes escutam meus pensamentos e surdas são as mulheres! Paredes? Os sonhos não me deixam dormir... E a esquina da São João com a Ipiranga... Onde fica mesmo? O que fizeram com o Rock? O que fizeram com a Poesia? O que fizeram com a Pizza? O carteiro entregou uma carta... de baralho! Caralho!!!!!!! Tem certas rimas que são perigosas! Ah, como eram gostosas as putinhas da São João! E as Pizzas, então....! A Poesia... Um dia encontrei umas folhas datilografadas com poesias no chão da São João... Seria alguma Puta-Poeta? Ah tinha, sim... a Regina era uma puta que tinha uma buceta tão quente que queimava a cabeça do pau! Quer poesia melhor que essa! Aprendi muito com as putas da São João.... Caetano comeu alguma delas? Acho que não! Lembrei de Henry Miller... sei lá, esse jeito de escrever! Foda-se ele também! O velho Buk deve estar se mijando de rir disso! Tomando um porre com algum anjo! Quando eu morrer... morrer.... morrer... Eu tenho um sonho... Então passa manteiga nele! Estou nu na chuva e na escuridão e nem um Rock pra acalmar minha ira! Garçom traz uma Pizza, de Mussarela com bastante azeitona! E um guardanapo de papel pra eu escrever minhas mágoas e depois limpar o cu! Bobagem! Chama a polícia! Prendam o garçom e o poeta! Tirem esses pregos da minha mão que eu não sou Jesus! Ah, Madalena! Não conheci nenhuma puta com esse nome! As putas, coitadas, nem têm nomes! Ângela era uma puta por quem me apaixonei! Onde anda? Com certeza é uma puta-velha ou uma puta-morta! Ao vencedor, as baratas! "Eu desisto, Não existe essa manhã que eu perseguia" O dia nem clareou, as putas estão indo pra casa! E tudo o que eu preciso é de Pizza, Poesia e Rock'N'Roll!