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12/03/2019

Perdidos no Espaço: Space Oddity

Perdidos no Espaço: Space Oddity
Barata Cichetto

- Controle Alfa ao Major.  Controle Alfa ao Major Tom. "Tome suas pílulas de proteína e coloque seu capacete".
- Aqui é o Major Tom, a bordo da espaçonave Júpiter 2. Estamos prontos para "mais uma vibrante aventura por galáxias desconhecidas", pelos próximos cinco anos e meio com destino a Alfa Centauri. A tripulação, formada pelo Professor John Robinson, sua esposa Maureen e seus filhos Judy, Penny e Will, está nos tubos congeladores, em estado de animação suspensa. 
- Controle Alfa ao Major. "Iniciando contagem regressiva. Cheque a ignição e que o amor de Deus esteja com você." (7, 6, 5, 4, 3, 2, 1) - Decolar!!!
- Aqui é o Major Tom ao Controle Alfa. Estão escutando? 
- Aqui é o Controle Alfa ao Major Tom. Agora é hora de sair da espaçonave se quiser.
- Controle Alfa, podem me escutar? As estrelas parecem bem diferentes, daqui de cima.
- Aqui é o Controle Alfa. Sua missão é um sucesso. A humanidade espera ansiosa para colonizar Alfa Centauri. Pode nos escutar, Major Tom?
- Aqui é o Major Tom para o Controle Alfa, podem me escutar? Temos um problema. Podem me escutar?
- Controle Alfa ao Major Tom, seu legado será eterno, suas pegadas no espaço serão seguidas por gerações, e a humanidade sempre o agradecerá por sua contribuição...
- Major Tom ao Controle Alfa. Temos um problema sério. Há um clandestino a bordo e a espaçonave Júpiter 2 está sendo destruída.
- O Presidente dos Estados Unidos e a Rainha da Inglaterra decretaram feriado nacional. O mundo emocionado acompanha sua partida. Pode nos escutar, Major Tom?
- Estamos à velocidade da luz, mas eu me sinto bem parado. Espero que a espaçonave saiba aonde ir.  Digam a minha mulher que eu a amo. 
- Controle Alfa ao Major Tom. Responda, Major Tom. Sua voz está sumindo. Não podemos escutá-lo. Está me ouvindo, Major Tom? Está me ouvindo, Major Tom? Está me ouvindo, Major Tom? 
- Aqui é o Major Tom. O planeta Terra é azul, e não há mais nada o que eu possa fazer. Estamos todos perdidos no espaço.
- Está me ouvindo, Major Tom? Está me...
- Agora sou apenas uma estrela negra...

13/03/2019

05/03/2019

Elvis na Terra dos Sapatos de Camurça Azul


Elvis na Terra dos Sapatos de Camurça Azul
Barata Cichetto
1 -

Que Elvis foi um rei, jamais ninguém contesta,
E se majestade não se olvida e não se empresta,
Deixe que eu conte a história de um gigante,
Que andou pela Terra e a fez mais brilhante.

Mas, para que não paire sobre a minha cabeça,
A espada flamejante do sacrilégio, e eu pereça,
Deixem-me contar a história do jeito impreciso,
E feito ao poeta fazer da sua vida um improviso.

--

Um dia disseram que o Rei estava nu,
E ele disse "Oh, baby, don't be cruel".

--

Foi num tempo, Agosto de um ano bem distante,
Em que partiu o Rei com seus olhos de diamante:
Brilhou no céu a estrela negra e na terra incerteza,
E os que viram, sentiram toda a força da natureza.

Foi então que enorme nave prateada do sol desceu,
E dela um pequeno ser de asas douradas apareceu.
Carregou em seus braços um Rei com sua majestade,
E partiu ao Universo debaixo de enorme tempestade.

Por toda a Terra foram escutados gemidos e prantos,
E a saudade do Rei cresceu junto com seus encantos.
Mas a Terra dos Sapatos Azuis de Camurça festejou,
Desde que o Rei Gigante de Olhos de Cristal chegou.

E o Rei caminhou muitas milhas com pés descalços,
Achando que na terra poucos seguiriam seus passos.
Enquanto um coral, desafiando as leis da gravidade,
Pairava no ar, cantando uma canção sobre liberdade.

--

2 -

E numa noite, sem que ninguém o pudesse descobrir,
O Rei colocou sapatos de camurça azul e pôs-se a rir,
E mais de uma milha caminhou nos sapatos de alguém,
Pois se não fosse assim, ele jamais entenderia ninguém.

E já que falei sobre pés, lugares e atos de grandeza,
Acrescento a essa história breve relato sobre beleza,
Pois naquele planeta não havia mais belo que o Rei,
E se houve mais sábio, é coisa que nunca eu saberei.

--

Pediram que assinasse naquela mesma noite um papel
E ele falou que tinha feito isso no "Heartbreak Hotel".

--

E até onde alcançavam seus olhos de camurça azul,
Desde as estrelas do norte, e até as estradas do sul,
O Rei era saudado e cantando em prosa e em verso,
Pois não havia uma força maior em todo o Universo.

Um dia aclamaram que o Rei era um deus,
E ele disse: "coloquem o manto nos fariseus,
Pois um Imperador precisa ser monumental,
Para que a história o transforme em imortal."

Era aquele planeta uma estrela flamejante,
E na terra caiu outro ser de olhar latejante:
Era o Homem das Estrelas de qualquer parte,
Montado nas costas de uma Aranha de Marte.

E ao grande concerto ambos foram chamados,
E naquela noite, dois reis foram proclamados.
E a terra dos Sapatos de Camurça Azul sorriu,
Sabendo que nenhum outro rei jamais existiu.

--

E no fim eu disse ao Rei, que eu fiz aquilo que pude,
E ele respondeu, "ah, man, toque ai 'Johnny B. Goode'".

27/11/2018

22/01/2016

O Cordel Em Ritmo de Rock de Jorge Bandeira


A primeira vez que tomei contato com um texto do escritor, professor e diretor de teatro Jorge Bandeira, foi procurando textos na Internet sobre o líder-fundador do Pink Floyd Syd Barrett.

Um primoroso texto, escrito em parágrafo único, com uma "viagem" psicodélica que versava sobre Karine, a namorada naturista do musico inglês, que cuja foto nua ao fundo era a capa do seu primeiro disco solo.

O primoroso texto, publicado num site sobre naturismo e dedicado "a um floydiano chamado Genecy", me chamou tanto a atenção que deixei marcado nos favoritos do meu navegador e vez ou outra voltava e o relia, percebendo a nuance das cores apresentada, e os detalhes desnudados, literalmente. Isso foi por volta de 2010.

Alguns meses depois, quando eu escrevia alguns textos polêmicos no site de Rock Whiplash, travei amizade com Genecy Souza, que logo percebi ser um sujeito de refinado gosto por musica e dono de um bom senso a toda prova. O nome, um pouco estranho me bateu quase que de imediato, como a quem o texto do Bandeira era dedicado.  Era o próprio.

Por intermédio dele, fui apresentado (da forma como alguém é apresentado a outro alguém em uma rede social) ao Jorge.  Nascia ali uma amizade, uma parceira enorme que incluiu a edição de dois livros por parte da Editor'A Barata Artesanal, e a participação como  colaborador em todos os seis números de uma revista independente que eu criei no final de 2013e que durou 2 anos.

A marca de Jorge, além de outros textos, era justamente esses textos, em literatura de cordel, contando a história de ídolos do Rock e da musica em geral. Os seis primeiros cordéis foram publicados na revista, os demais criados especialmente para este livro.

Literatura de cordel é tida como algo menor, ao menos por aqueles acostumados à "grande" literatura urbana, como algo ligado à algo puramente "brasileiro", sem estrangeirismos. Então, ao misturar o mundo do Rock com o mundo da literatura de Cordel, Jorge Bandeira cria uma salada cultural  sem similares, com o sabor acre da literatura predominante no nordeste e norte brasileiros, com o sabor, digamos amargo do Rock. O resultado? Apreciem.

Luiz Carlos Barata Cichetto, Escritor e Artesão de Livros, 2016.