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21/07/2012

Trilogia do Amor Mortal



Inversões
(Por Paloma Fonseca)
pam2003@terra.com.br

Arte da Capa: Barata Cichetto Sobre Quadro de Gabriel Fox
"À primeira vista, a coletânea "Impessoal e transferível" traz poemas amorosos e eróticos, se confiarmos na capa estampando a figura de uma mulher seminua e em posição sexy. Mas, antes, trata-se de poemas que são a inversão do amoroso e do erótico, e explico isso mais adiante. O próprio título da coletânea é uma inversão da expressão 'pessoal e intransferível', usada para designar algo que é particular e não passível de ser alienado por outro. A intenção do autor, então, já está manifesta: ele escreve sobre algo que não é meramente pessoal, e que, sim, pode infectar qualquer um de nós. 

O quê, então, motivou o autor a se expressar pela poesia? Voltemos à capa: a mulher traz uma tarja preta nos olhos, aquela mesma usada para esconder a identidade de menores infratores, cujas imagens são expostas nos meios de comunicação. Não conhecemos quais a reais intenções do editor ao usar esse recurso, mas ele é sugestivo, porque a mulher dos poemas cometeu infrações. De que tipo? Eu diria do tipo sentimental e emocional. Ela cortou o barato do 'eu' poético, seja pela traição, pela indiferença, pela falta de carinho, pelo fato de não ter lido os poemas dele, todos esses delitos anunciados em "Leve um homem ao matadouro...", a primeira parte do primeiro da série de 18 poemas.

O poeta está inconformado, pois não pode expressar seu desejo, sua vontade, seu ardor, sua paixão pela mulher amada. Ela tolhe, pelo desdém, pela indiferença, pelo desprezo, todo tesão que quer sair, se libertar em forma de beijos e carinhos, saliva e esperma. O poeta, então, sente-se preso, e só enxerga na morte - isso mesmo, na morte - a saída dessa prisão. A morbidez atravessa a série de poemas de cabo a rabo, perseguindo freneticamente o autor. Por isso, considerei "Gosto da morte" o poema-síntese. O duplo sentido de 'gosto' - como paladar (gôsto) ou como estado de apreciar (gósto) - reforça o que ficou demonstrado nos outros poemas: a presença incessante da morte. Junto com a traição, constituem os temas recorrentes tratados pelo auto-denominado 'Arquíloco da era moderna'.

Em determinado ponto, mais exatamente o primeiro verso de "O poder do amor e da criação", o autor demonstra o seu próprio cansaço pela recorrência a tais temas:

'Agora chega! Não falo mais em morte ou em traição!' 

Ledo engano... Pois verificamos que a intenção do verso não corresponde necessariamente ao título, já que o amor em pauta é aquele pelas 'putas de lua'. Eis que o poeta foi desviado para o caminho sujo, em contato com as prostitutas, porque ele mesmo está puto da vida, não consegue conter a sua amargura, a ponto também de comparar a amada a uma puta ("Eu te amo, sua puta!", "Fuck Yourself", "Porca"), preferi-la morta ("Morta") e de nomear a dor que sente no peito pelo nome dela, a fim de aprisioná-la em seu coração ("O nome da dor"). Por isso, não podemos afirmar que são poemas amorosos e eróticos, já que toda amorosidade vai se esvaindo e o erótico resvala na tensão. Assim, o leitor não pode esperar singeleza ou doçura nos versos. Afinal de contas, o 'eu' poético foi traído, ludibriado, maltratado...   

"Gosto da morte" expressa a inversão das inversões, já que, no poema, não é mais a mulher amada o objeto de desejo, e sim, a MORTE. O arremate final do poema contém uma súplica àquela que tem um belíssimo rosto, àquela que não trairá nunca, jamais, àquela que tem o gosto da liberdade e do tesão: 

'Eu lhe digo, me liberta, Senhora, me liberta da prisão!'

A leitura dos poemas pode não ser confortável, mas atire a primeira pedra quem nunca se encontrou em posição desconfortável, angustiante, desoladora, provocada por uma dor amorosa que agrilhoa. Não gosta de compartilhar sensações mórbidas e de dor? Diga-me então porque Arthur Rimbaud, Edgar Allan Poe e Augusto dos Anjos continuam sendo lidos. Ou pelo menos leia a "Segunda Epístola aos Hipócritas", ou simplesmente escreva um poema, a exemplo de Danny C. Ferrice, o nosso ilustre autor fictício, e tire-o da gaveta, como afirma Sérgio Sampaio na epígrafe da coletânea. Quer queira quer não, quero que saibas que a morte acomete a todos - ela é impessoal - e a sensação relatada nos poemas é transferível, impregna a mente e os sentidos."

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Pedidos do Livro: barata.cichetto@gmail.com
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De Amor e De Sombras
Luiz Carlos "Barata" Cichetto
barata.cichetto@gmail.com
De: Impessoal e Transferível
Publicado no Livro: "Trilogia do Amor Mortal" - Editor'A Barata Artesanal - 2012

A minha sombra é de muitas e muitas cores
Como minhas dores são de muitas sombras
A minha dor é de muitas e variadas cores
E eu não sei porque então te assombras.

Cores e dores são do tempo sombras foscas
Tempos de traição e loucura, elos partidos
Amores e dores são sempre rimas toscas
A poetas cujas sombras são sonhos perdidos.

O que resta de mim são apenas sombras sem cor
Desfilando pelas paredes, pelos pisos e escadas tortas
Sem desejo, sem vida, apenas um arremedo de cor
Sombras a quem dou a vida, portanto sombras mortas

O que restará quando meu corpo não fizer sombra fútil?
Serei apenas a sombra do que fui, mas o que fui, criança?
Apenas a sombra de um ser humano, um poeta inútil?
Ou teria sido apenas uma sombra que projeta esperança?

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Pedidos do Livro: barata.cichetto@gmail.com
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12/05/2012

Thelema - Cidade dos Anjos




Cidade dos Anjos
Thelema

Madrugada afora perigo na esquina
Atravessa a noite só prá se divertir
Sensações em um jogo de perigosas relações
Entre corpos nus a cidade te seduz

Com seus bares cheios de pessoas vazias
Revelando desejos que escondem de dia
Crianças construindo seus castelos na lama
Vendendo seus sonhos por menos de um grama

Na madrugada o jornal que cobre o corpo caído
Diz a manchete na cidade dos anjos nada é proibido
Quem poderá negar todo o mal que já fez
Antes que o galo cante pela terceira vez.

Meninas, mulheres vendendo seus corpos num leilão
Lutando na noite por um pedaço de pão
O lado sombrio da noite nos mostra rancor e frieza
Desprezo da vida, vergonha e tristeza

Outros se escondem na noite com medo que o dia amanheça
E traga de volta toda sua incerteza...
Na madrugada o jornal "ainda" cobre o corpo caído.

20/04/2012

Não Haverá Outro Amanhã - Jack Santiago & Project Dragons

Jack Santiago foi cantor do Harppia e da banda Thelema. Apaixonado por quadrinhos e por Rock'n'Roll. Segundo conta Gabriel Fox, mentor e guitarrista do Project Dragons, Jack tinha essa musica guardada  há muito tempo e ninguém interessando em trabalhá-la. Notem a letra abaixo, um libelo pela humanidade, um grito contra a desesperança, contra o caos de escurece as mentes e os corações dos seres humanos, perdidos dentro deles próprios.

Não Haverá Outro Amanhã
(Jack Santiago)
Project Dragons

Vejo o caos por todo o país e em volta do mundo
Não há paz em nenhum lugar pois só reina o absurdo
Onde iremos então parar no meio do caos?
Não podemos deixar reinar em meio ao caos

Não haverá outro amanhã pra buscarmos uma saída
Conveniente para a paz
Só com o sol de uma manhã expurgando a ferida
Deste caos em prol da paz

Falta amor e compaixão pra mudar este mundo
Não, não há como saber se conter ante tudo
O dinheiro a escorrer pelas mãos desses muitos
E os poucos a governarem em meio ao caos

Não haverá outro amanhã pra buscarmos uma saída
Conveniente para a paz
Só com o sol de uma manhã expurgando a ferida
Deste caos em prol da paz

Nós vamos resistir, pode algum nos irá coibir
Vamos saber sentir, nada irá nos fazer desistir

Precisamos realizar uma obra perfeita
Não importa o quanto tenhamos que ainda lutar
Muita garra e muita luz pra mudar este caos
Haverá um novo mundo pra se amar

Não haverá outro amanhã pra buscarmos uma saída
Conveniente para a paz
Só com o sol de uma manhã expurgando a ferida
Deste caos em prol da paz