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19/07/2016

Barata Cichetto - Poemas de Pau Duro

Poemas de Pau Duro
Barata Cichetto

Quero morrer abraçado a duas putas numa manhã de março
Meu pau melado de esperma, as putas presas em meu abraço
E enquanto choram, pela mórbida presença desse defunto
Devora a cafetina o seu café com leite e pão com presunto.

Batendo à porta o segurança de roupa preta e cabeça lustrosa
E eu morto sobre a cama numa posição sórdida e indecorosa
O negro tem medo de mortos de pau duro, clientes problema
Ainda mais um maldito desgraçado que disso faz um poema.

Gritaria pelos corredores, choros e lágrimas, rimel escorrendo
Uma dúzia de vagabundas pelas escadarias imundas correndo
E eu naquela cama imunda com um filete de sangue nos lábios
As putas nunca sabem a diferença entre os mortos e os sábios.

A porta fechada e o luminoso apagado, sirenes que gemem alto
Acorrerão ao puteiro deixando fugir o único suspeito do assalto
Jamais saberão dos desejos que concorrem em noites incompletas
Com os gemidos das sirenes e com os gritos de horror dos poetas.

Ah, minhas senhoras, que aterrorizadas com as faces da morte
Amaldiçoarão suas existências e absoluta falta de alguma sorte
Não teimem em pensar na dor que se sente num orgasmo fatal
Pois qualquer suspiro de prazer é apenas espera do gozo mortal.

Chegarão filhos e esposas que abandonam-me ao esquecimento
Os primeiros com discursos prontos sobre falso reconhecimento
Chegarão também parentes distantes com suas garrafas de café
E um par de anedotas antigas sobre mortos que não tinham fé.

Em polvorosa o puteiro, às lágrimas putas crentes da salvação
Afinal trepar com um moribundo é coisa destinada à absolvição
E tratarão logo de limpar o quarto à espera do próximo cliente
Pois a presença da morte não é algo que seja um tanto decente.

E em minha bolsa um poema rabiscado com lápis numero dois
Um poema antes, uma trepada no meio, a morte chega depois
Mas mesmo que eu esteja morto ainda na manhã do dia escuro
Deixarei de herança a todas as putas meus poemas de pau duro.

Poemas de Pau Duro é uma coletânea de poemas erótico/pornográficos/sacanas/putanheiros de Barata Cichetto. Download e Vizualização pelo Internet Archive.

Link: https://archive.org/details/baratapoemasdepauduropdf








06/07/2016

Poema a Uma Atriz Pornô

Poema a Uma Atriz Pornô
(A Jully DeLarge)
Barata Cichetto,

Foto: Rafael Avancini

"Mulheres e homens precisam se reconhecer e se reconectar com as energias sexuais. Praticam sexo mas repudiam o sexo. Isso torna as pessoas hipócritas perante sua própria sexualidade. Quando tentam lidar com a sexualidade do próximo então, é o desastre completo na Terra!" - Jully Delarge

Buscando formas perfeitas do imperfeito do subjuntivo
A exata sentença feita apenas com verbo e substantivo
Em instâncias e estâncias, aulas de erótica masturbação
Apresenta nas telas a histórica cena da erótica liberação.

Se em teus buracos, fendas rubras em delicias vociferas
Ruges feito santa e urges dos prazeres de todas as feras
Enquanto o poeta bebe do teu gozo em parcos prantos
Ressurges das eras por prazer de demônios e de santos.

Se representas a dor e encaras a víboras de olhos tensos
E em tua cama encontras algo além de desejos intensos
Acima de prazer a dor, muito maior que da pornografia
Desejo eu em poemas sujos muito mais do que a grafia.

Mas se lutamos em campos diferentes, o inimigo comum
Travamos as guerras contra aqueles que não são nenhum
E de fato nas letras e nas telas, com sexo ou com a poesia
Derrubamos a urros e murros a muros altos da hipocrisia.

Decifrar-te ou devorar-te, é a questão que ora me abunda
E entre lamber-te a depilada ou enterrar-me na tua bunda
Busco o prazer das palavras pelos cantos da boca escorrer
Enquanto aguardo a ninfa do clitóris de ouro me socorrer.

Vista a fantasia de libertina, ouça o chamado da pervertida
Chore por nada, derrame uma lágrima de prazer invertida
Que com minha poesia, falo rígido endurecido por ternura
Embriagado de tesão, cubro o rosto com o véu da loucura.

Barata Cichetto, 4/7/2016

Trecho do filme "Bambolib", com July de Large. (Áudio original do Poema )