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05/06/2012

Mediunidade


Mediunidade
(Trecho de "Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll - Uma Autobiografia Não Autorizada"

O processo de criação literária é algo muito interessante. Acredito que todos que escrevem com paixão, especialmente poesia, já se depararam com o fato de algum tempo depois ler suas próprias criações, não lembrar de as ter escrito. Estar certo que escreveu, mas não lembrar como, de que forma ou quando o fez. Plínio Marcos dizia que todo escritor é um tanto médio. E como Plínio era um esotérico, acredito que se referia mesmo a mediunidade espírita. Eu concordo em parte, mas acredito que a coisa funciona um pouco diferente. Um texto, um poema, uma obra qualquer de um artista é um pedaço de sua alma. Não essa alma apregoada nos escritos religiosos, mas a alma que todo artista coloca em sua criação. Quando lemos um livro de um determinado escritor, por exemplo, pegamos ali um pedaço da alma dele.  O mesmo acontece quando falamos, escutamos - pessoalmente ou não -, fazemos sexo ou tocamos outras pessoas: carregamos conosco um pedaço das almas delas.  Algumas tribos indígenas acreditam que a fotografia aprisiona a alma do fotografado. Até certo ponto estão certos. Mas um livro de um escritor tem decerto um grande pedaço de sua alma aprisionada. E quando lemos seu livro, libertamo-la e ficamos com parte dela integrando a nossa. Depois quando alguma pequena lamparina de inspiração acende e começamos a escrever, todos esses pedaços de almas "baixam" em nós e com eles todos juntos, construímos nossa própria obra.  Nossa própria alma.