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23/02/2015

A Poesia no Divã do Psicanalista

"Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim."  - S. Freud

Por E. M. Jr., Psicanalista, Professor e Filósofo, sobre "Troco Poesia Por Dinamite"

Cazzo! Por que pode um cara querer trocar poesia por dinamite?  Dinamite: um bastão roliço, fálico, geralmente vermelho, que inflama e explode por uma das pontas?

Seria uma representação de desejos e vontades? Seria apenas para aplacar suas angustias? Seria apenas para seu alívio? Se for o caso, posso sugerir um massageador. Alguns, inclusive, tem formato semelhante ao objeto em questão. E muitas pessoas, de qualquer gênero, gostam deles.

Assim sendo, amém, grande gênio do quixotesco underground paulista! Seu novo livro propõe um X da questão, que apesar de personalizado e egocêntrico, traduz o que muitos gostariam de dizer, sentir, ser, estar, parecer, escolher e fazer na hora H, no ponto G, no vértice do Y, no olho do C...

A comunicação humana traz problemas. Nem sempre pelo que diz, mas pelo que pretende (conscientemente ou não) esconder.

Já nos falam os psicanalistas sobre o ato falho, que é o que ocorre quando podemos estar falando, escrevendo ou querendo mostrar algo, mas nossos atos e sons demonstram mais, ou menos, ou até o contrário daquilo que queremos comunicar. Geralmente negando nossas afirmativas.

Paul Ricoeur, filósofo e pensador francês, do período pós 2ª Guerra Mundial, já nos dizia que o ser humano é incontestavelmente dissimulado. Ou seja, que tem em si inseguranças, medos e incertezas e dissimula, inconscientemente, criando verdades a serem transmitidas, mas que não reproduzem fielmente aquilo que ele de fato é ou sente.

Sexo agressivo, asnos, dinamite e outras "figuras" presentes na obra do Barata, assim, representam o que, de fato real?

Há nas técnicas usadas por espiões, de persuasão para vendedores e pregadores, na propaganda e na arte mágica, expressões como "mensagem subliminar" e "misdirection", que também são formas de dissimulação para induzir, o receptor da mensagem, a erro. No caso da dissimulação dita por Ricouer, no entanto, o efeito é diferente, pois primeiro iludimos a nós mesmos, e, uma vez persuadidos pelos nossos enganos, nos expomos conforme esta nova expectativa que criamos.

Resta, no caso, então, a pergunta: o que seria esta dinamite que dá titulo ao livro? Talvez o autor possa responder numa próxima publicação.