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30/03/2020

Tempos Grossos 2

Tempos Grossos 2
Barata Cichetto

Selfie By Barata Cichetto


Penitenciárias cheias de inocentes
E as praças repletas de culpados
Nas igrejas choram os descrentes
E nas escolas marcham os soldados.

Nesses grossos tempos cheios de dor
Choram as crianças de armas na mão
Criminosos beijam a mão do ditador
E a saída é escura, e o único portão.

O crime que lhes compensa é o crime feito
Pelo amigo do peito, o amante do prefeito
E a morte justificada pela ideologia padrão
Enquanto eu aguardo um tiro no paredão.

Cegos estão surdos, surdos estão mudos
E todos caminham mortos em segundos
Agitam as bandeiras e comem a própria merda
E nesses tempos grossos morte é o que se herda.

25/01/2018
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

27/03/2020

Coronarianas

Coronarianas
Barata Cichetto
(Textos Publicados no Facebook)



(Coronariana Nº 15)

Estamos diante de um imenso fracasso. O fracasso da espécie humana. Fracassamos como raça evoluída. Acreditem! Somos uma sub-raça, imersos num cupinzeiro (cupins, sociedade que corrói, não confundir com formigas). Diante do medo nos borramos nas calças e chamamos mamãe, papi, Jesus, Lenin, Buda, Jesus, Stalin, Bolsonaro, Lula, e nossos pares de fascistas e loucos, enquanto continuamos com nossa saga demente de nos proliferarmos, feito lagartixas, feito baratas, feito vermes. Diante de nossos medos clamamos aos chinelos que nos abatem. Fracassamos, pois! Somos merecedores do que plantamos. O medo não nos fez fortes como deveria. O medo nos reduziu a larvas. De raça dominante a meros espectadores de minúsculos vírus, o da ignorância. Não somos ignorantes, somos estúpidos, e corremos ao primeiro buraco de minhoca, e depois chamamos o escorpião de rei.  Fracassamos? Não, eu não fracassei, outros fracassaram e correram a se esconder no meio das pernas da mamãe, essa puta a quem chamam carinhosamente de Política. Parvos fracassaram. Eu não fracassei!

25/03/2020

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(Coronariana Nº 14)

Prendam os idosos, raspem a barba, parem de trabalhar, fujam para a colina, xinguem a China, matem o Presidente, se tranquem em casa, enlouqueçam, esqueçam das contas, aparem as pontas, façam de conta que estão doentes, com dor de dentes, caguem quadrado, mijem sentados, se ajoelhem na beira da cama, comam grama, fumem maconha, dêem a bunda, morram de fome, mudem de nome, espalhem seu medo, contem seu segredo, fiquem calados, falem pelos cotovelos, ajam como gados, sagrados, profanados, sejam petistas, comunistas, fascistas, simplistas, sigam a manada, que ela manda berrar, chorar e correr para dentro de casa. O mito da caverna. Enxerguem apenas as sombras projetadas, pela vela da televisão e do Facebook. Chamem de criminosos e monstros aqueles que discordam da sua opinião deformada sobre tudo, afinal de contas é apenas sua excelentíssima pessoa com capacidade de pensar, e mudar o mundo, antes de acabar tudo. Estejam certos que estão certos nas suas certezas. Se tranquem em casa e joguem vídeo game, xinguem o patrão, o dono do caminhão e esqueçam o preço da comida. Ouçam os lunáticos, sejam fanáticos; tomem remédios, lavem seu cu com sabão. Deixem que a solidão mate mais rápido que qualquer doença, esqueçam tudo que sabiam, que o planeta inteiro é seu quintal. Limpem a casa duzentas vezes por dia, que o inimigo é cruel. Se entupam de papel higiênico, lavem a mão com sabão até arrancar a pele. Chamem o poeta de imbecil, encomendem droga pelo delivery, que as ruas estão desertas, e ouçam o que diz o ladrão da nação. Digam que não, digam que eu não sei de nada, que nem de madrugada eu sei dormir. Acatem a fúria, discutam a injúria e prendam a respiração. Transmitam seus medos ao maior numero de pessoas. O coletivo é ordinário e burro. Fiquem com suas consciências tranquilas, e garantam o lugar no Paraíso mandando um idoso ficar dentro de casa, sem abraço, sem beijo e sem aperto de mão. Deixem os depressivos, que só encontram no dominó, na cerveja e na companhia a distância necessária do pote de veneno ou da corda. Sejam humanos, como os romanos, e joguem às feras os inimigos do Imperador. Aproveitem e lancem à arena todos aqueles que torcem ao time contrário, que pensam diferente, e que portanto não são gente. Façam tudo o que quiserem, na sua sina de parvos, cabresto na mente, burrice crônica e ignorância disfarçada. A voz dos idiotas é a que mais se ouve. Ouçam a suas! 

25/03/2020

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(Coronariana Nº 13)

Não existem revoluções populares, apenas estratégias de dominação onde pessoas comuns são usadas. O "povo" não faz revoluções, poderosos fazem. O que muitas vezes as massas fazem é se revoltar, o que é diferente de revolução. E mesmo assim, sempre instigadas por interesses outros, convencidos que são de que é deles a causa.

24/03/2020

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(Coronariana Nº 12)

Existem doenças e existem doentes. Existe o remédio e existe a cura. Existe a precaução e existe o pânico. Existe solidariedade e existe a hipocrisia. Existe a esperança e existe a ciência. Existe a prudência e existe a irresponsabilidade. Existe a fome e existe o lucro.

24/03/2020

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(Coronariana Nº 11)

Ninguém tira a alegria de ninguém, que alegria é um estado de espírito falso. Não existe essa tal de alegria, isso é só uma máscara. Pessoas que se dizem alegres e felizes são sempre as mais infelizes e tristes. Taí essa tal doença, que é apenas mais uma entre tantas, até bem piores, para demonstrar minha razão. As pessoas, especialmente brasileiros, que se julgam tão felizes, mostram agora suas verdadeiras faces, e não são tão alegres e felizes como queriam fazer parecer. 

24/03/2020

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(Coronariana Nº 10)

Tolice é acreditar, como pretendem alguns, que somos criações da sociedade. Somos de fato criadores, cada um de nós indíviduos humanos; e é nossa a responsabilidade pelos nossos atos. Culpar a sociedade, ou o coletivo, como chamam muitos incautos, despercebidos ou mal intencionados, pelas mazelas individuais é simplesmente agir como irresponsável e dependente dos poderosos, que usam das suas culpas, mas não aceitam suas desculpas.

23/03/2020

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(Coronariana Nº 9)

Estamos todos representando um papel ridículo, num circo de horrores. Um circo onde só tem palhaços mal vestidos. O mestre de cerimônia toca os tambores do terror, solta feras imaginárias e todos correm, enquanto a lona se incendeia. Contaminados pelo medo, soltamos nossas feras reais. Não, nesse circo humano não somos palhaços, somos feras enjauladas, nos devorando umas às outras. Bem ao gosto do dono do circo, que aumentou o preço do ingresso, matou a equilibrista e agora dorme tranquilo abraçado ao seu saco de dinheiro, costurado com frageis dedos infantis em alguma colônia chinesa. 

23/03/2020

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(Coronariana Nº 8)

Querem que lavemos bem as nossas mãos, enquanto as deles estão e estarão mais ainda sujas de sangue. De idosos e dos que sempre representaram custo social elevado. Querem uma nova economia, e terão. Uma economia de esfomeados, violentos e mortos.

23/03/2020

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(Coronariana Nº 7)

A partir de hoje, em Araraquara, e pelos próximos quinze dias, todo o comércio da cidade fica proibido de abrir, com exceção de supermercados e outros poucos. Há algo de muito podre por trás de decisões como essas. Autoridades decidem que o comércio inteiro precisa fechar as portas.
O caos instalado, numa sociedade, por conta de uma doença que é menos contagiosa e perigosa que muitas outras e que o isolamento que nos obrigam. Deixam idosos sem companhia e assistência, o que pode causar males bem piores.
Desconfia-se de atitudes como essa, já que o isolamento pode não ter a eficácia pretendida, e alija pessoas que não tem empregos formais, e que muitas vezes precisam estar nas ruas para defender seu pão.
O caos econômico que advirá disso nem é o pior. A fome, pior das doenças é.
A pergunta é: a quem isso realmente interessa? E quem lucra mais com isso.
Sem discursos falso humanitários, por favor.

24/03/2020

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(Coronariana Nº 6)

Idosos estão sendo humilhados se não cumprem a determinação de ficarem em casa, estão sendo aviltados, e escorraçados. Fotos de idosos jogando dominó em público são usadas para demonstrar o quando são irresponsáveis. Asilos proíbem visitas e filhos também não visitam. Acaba assim para eles qualquer forma de alegria, e lhe tira a única coisa que têm.

24/03/2020
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(Coronariana Nº 5)

Assisto a tudo isso da minha janela, há tempos. Politizam até a morte, glamourizam a dor e riem das vísceras alheias expostas. Expõem suas mazelas e deixam à mostra um sorriso de medo, seu lado mais pérfido, sua parvalhice. Fascismo é isso.

23/03/2020
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(Coronariana Nº 4)

Elite, burguesia, minoria, proletariado, poder político, esquerda, direita... Etc. etc... Creio que palavras como essas terão significados diferentes quando essa crise fabricada acabar. Aliás, muitas palavras perderão o significado, especialmente a "humanidade". 

23/03/2020

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(Coronariana Nº 3)

Medo de morrer: as pessoas acham que o medo deve ser coletivo. Não se contentam em sentir medo sozinhas, querem espalhar seu medo ao redor. Contaminar. O medo é individual, senhoras e senhores! 

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Confissões de Apocalipse (Coronariana Nº 2)

Muita gente confessando coisas e deixando testamentos e pedidos, para o caso de serem vitimas da hecatombe midiática. Então preciso confessar uma coisa, que quase ninguém no mundo sabe: meu nome completo é: Luiz Carlos Piccinini Lazarini Terriano Rocha Ferreira de Almeida Araujo Giraçol Barata Cichetto. Meu pai era adhemarista e getulista, odiava o Prestes, mas colocou meu nome igual, talvez por vingança contra minha mãe, ou talvez por ser mesmo o grande filho da puta que é. O fato é que sobrevivi a três tentativas de aborto e de sufocamento por travesseiro, além de vários espancamentos na infância.  Tive nefrite, hepatite, bronquite, sinusite, rinite, afrodite, além de gonorréia, chato, sífilis e cai de um caminhão ficando embaixo dele um dia antes do meu primeiro casamento. Sobrevivi a esse a mais três. Neste século XXI já passei por gripe do frango, do porco, da cadela, da vaca, da puta que pariu, além da maior doença de todas, quatro governos petistas. No século anterior, cresci durante a ditadura militar, servi exército aos dezoito, fui integrante dos partidos comunistas e apanhei por fazer propaganda do ladrão mor da nação; tive dinheiro roubado pelo plano Collor e assisti a histeria dos fiscais do Sarney. Tenho dois filhos que são de uma puta, e há uns dez anos não transo mais com putas. Só faço sexo inseguro e tenho canal no XVideos. Não bastasse tudo isso, sou poeta e escritor, porque vergonha pouca é bobagem. Ah, sim, sofro de depressão, ansiedade e tenho gripes três vezes por ano. Estou de novo. Será que a Gripe Chinesa me mata, ou só vou virar um escravo do Partido Comunista Chinês?

21/03/2020

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Reflexões do Dia, Sem Álcool Gel (Coronariana Nº 1)

1 - Idosos são sempre um grupo de risco para qualquer espécie de doenças, das mais simples, como novas ou velhas formas de gripe, mas o que mais lhes atinge, e isso sim são fatais, é a solidão e a indiferença.
2 - Lavar as mãos, aprendi desde muito pequeno, é necessidade essencial em todos os momentos, sob quaisquer circunstâncias, e aperto de mãos podem contagiar de coisas diferentes, como afeto, por exemplo.
3 - O pânico é uma arma eficaz no controle das massas, quando as pessoas mais sentem necessidade de se manifestar, de ir às ruas, de estar com outras pessoas, é muito produtivo gerar uma histeria em massa e mantê-las em casa, na frente da TV que só informa o que interessa.
4 - Reflexão local: ano passado, somente em Araraquara tivemos 10% da população (27.000) casos de Dengue, sendo que oito fatais. Não houve histeria, as lojas não fecharam, as escolas não suspenderam as aulas, e, pior, a prefeitura petista nada fez de importante, e os principais focos - os vagões de trem abandonados -, continuam no mesmo lugar. Neste ano, ninguém toca mais no assunto, talvez por ser ano eleitoral.
5 - Até hoje, 18 de Março de 2020, foram detectados 350 casos de Corona no Brasil, e apenas um caso fatal, o que é muito inferior aos de gripe comum, de morte por alcoolismo, imprudência de transito, e suicídio por depressão, por exemplo.
6 - Pessoas sem o menor escrúpulo e especialmente conhecimento, ficam o dia inteiro na Internet propagando noticias em tom alarmista, e especialmente usando tom de viés político para análises rasteiras, enquanto outras incitam a que se estoquem alimentos, causando um estouro na economia.
7 - O maior efeito colateral dessa nova gripe, depois de outras, como a do frango, do porco e da febre da vaca louca, é a prova de que o ser humano em sua maioria é um monstro, e mesmo aqueles que pregam o coletivismo o fazem da boca pra fora, já que cada um quer safar seu próprio rabo, e especialmente lucrar, de alguma forma.
8 - Numa investigação criminal, o motivo e o lucro pelo crime são sempre analisados primeiro, o que invariavelmente leva ao culpado. E a pergunta: no atual cenário mundial, quem tem sempre lucrado? A resposta é China, com seu comunismo amparado pelo lucro fácil. Ademais, há de se confiar nas noticias vindo de um país sem liberdade de expressão, e onde até mesmo a Internet é controlada? Na China tudo o que se produz é falso. Inclusive as noticias.
9 - No final do Verão, Outono e Inverno aumentam em muito os casos de gripe, então podemos supor que até Outubro, todos os eventos, aulas, etc., estarão suspensas e isso causaria o desmoronamento da economia mundial, pois não se trata de um show cancelado ou de um bar fechado, se trata de tudo o que gira ao redor disso, de funcionários que não recebem e não compram, até a fábrica de cervejas e refrigerantes que não vende, numa bola de neve. 
10 - Estamos tão fudidos com a nova gripe, quanto com a velha gripe, mas nada se compara com estarmos fudidos pela ignorância, que é bem pior que estupidez.

Barata Cichetto, 18 de Março de 2020

26/03/2020

Titanic

Titanic
Barata Cichetto



Abandonar os sonhos, feito a um barco com o casco podre que colidiu com uma montanha de gelo. Não há barco de construção tão sólida que o gelo não possa afundar. Lançar botes ao mar. Nadar nada, é preciso boiar até que a maré da tormenta me carregue à praia. Arrasto minha solidão feito um bote de pedra, sem sequer uma gaivota por perto. Estou são e salvo, salvo e são, no porto da solidão. Ilha deserta. Ilha certa. Da praia, avisto o barco que afunda à distância. Estou à salvo, a salvo e são. Não há sereia, nem náufragos encontrando bolas enterradas na praia, apenas a areia; e a solidão de uma ilha sem montanhas, sem gelo, sem fogo, sem carros, sem câmeras de televisão, apenas a mudez e a nudez. Apanho conchas ocas, espreito as palmeiras e me sento numa pedra, a espera de que nada aconteça. A noite chega antes do amanhecer, e não tenho nada a esquecer. Não há música, somente ondas batendo nas montanhas de gelo ao longe. Não quero nadar. Quero ficar. Preciso contar uma história, sem moral nem glória. A minha. Contar pontos. E quem conta um ponto cria um conto.

07/11/2018
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados


22/03/2020

Gyroscópio 69 Programa 91 Entrevista Lu Genez

Gyroscópio 69 Programa 91  Entrevista Lu Genez
Produção e Apresentação Barata Cichetto



João Angello - Filosofia de Pés Sujos
Abertura
Rob Zombie - Dead City Radio And The New Gods Of Supertown
(TEXTO) Eduardo Marinho - Coranavírus Medo Induções Sociais - 1

1 -
(TEXTO) Eduardo Marinho - Coranavírus Medo Induções Sociais - 2
The Lee Bats (Charles Baudelaire ) - O Vampiro
Norman Bates - A Esperança
Patife & Esom - Poema Em Linha Reta
Lu Genez Poesia (1)

2 -
(TEXTO) Eduardo Marinho - Coranavírus Medo Induções Sociais - 3
Black Sabbath - Swinging The Chain
Deep Purple - Chasing Shadows
Scorpions - I'm Goin' Mad
Lu Genez Poesia (2)

3 -
(TEXTO) Eduardo Marinho - Coranavírus Medo Induções Sociais - 4
Manfred Mann's Earth Band - Spirits in the Night
Morphine - Honey White
Motorhead - Heartbreaker
Lu Genez Poesia (3)

4 - Lu Genez
Lu Genez Poesia (4)
John Lennon - Stand By Me
Phill Collins - Another Day in Paradise

João Angello - Filosofia de Pés Sujos

Lu Genez Poesia (5)
Capital Inicial - Primeiros Erros (Chove) (Ao Vivo)
Cazuza - Brasil (Ao Vivo em 1987)
Lu Genez Poesia (6)
Sam Smith - Stay With Me
Elton John - Your Song (Top Of The Pops 1971)
Lu Genez Poesia (7)


21/03/2020

Confissões de Apocalipse

Confissões de Apocalipse
Barata Cichetto



Muita gente confessando coisas e deixando testamentos e pedidos, para o caso de serem vitimas da hecatombe midiática. Então preciso confessar uma coisa, que quase ninguém no mundo sabe: meu nome completo é: Luiz Carlos Piccinini Lazarini Terriano Rocha Ferreira de Almeida Araujo Giraçol Barata Cichetto. Meu pai era adhemarista e getulista, odiava o Prestes, mas colocou meu nome igual, talvez por vingança contra minha mãe, ou talvez por ser mesmo o grande filho da puta que é. O fato é que sobrevivi a três tentativas de aborto e de sufocamento por travesseiro, além de vários espancamentos na infância.  Tive nefrite, hepatite, bronquite, sinusite, rinite, afrodite, além de gonorréia, chato, sífilis e cai de um caminhão ficando embaixo dele um dia antes do meu primeiro casamento. Sobrevivi a esse a mais três. Neste século XXI já passei por gripe do frango, do porco, da cadela, da vaca, da puta que pariu, além da maior doença de todas, quatro governos petistas. No século anterior, cresci durante a ditadura militar, servi exército aos dezoito, fui integrante dos partidos comunistas e apanhei por fazer propaganda do ladrão mor da nação; tive dinheiro roubado pelo plano Collor e assisti a histeria dos fiscais do Sarney. Tenho dois filhos que são de uma puta, e há uns dez anos não transo mais com putas. Só faço sexo inseguro e tenho canal no XVideos. Não bastasse tudo isso, sou poeta e escritor, porque vergonha pouca é bobagem. Ah, sim, sofro de depressão, ansiedade e tenho gripes três vezes por ano. Estou de novo. Será que a Gripe Chinesa me mata, ou só vou virar um escravo do Partido Comunista Chinês?

21/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados (Se o mundo não acabar logo)

18/03/2020

Reflexões do Dia, Sem Álcool Gel

Reflexões do Dia, Sem Álcool Gel



1 - Idosos são sempre um grupo de risco para qualquer espécie de doenças, das mais simples, como novas ou velhas formas de gripe, mas o que mais lhes atinge, e isso sim fatais, são a solidão e a indiferença.
2 - Lavar as mãos, aprendi desde muito pequeno, é necessidade essencial em todos os momentos, sob quaisquer circunstâncias, e aperto de mãos podem contagiar de coisas diferentes, como afeto, por exemplo.
3 - O pânico é uma arma eficaz no controle das massas, quando as pessoas mais sentem necessidade de se manifestar, de ir às ruas, de estar com outras pessoas, é muito produtivo gerar uma histeria em massa e mantê-las em casa, na frente da TV que só informa o que interessa.
4 - Reflexão local: ano passado, somente em Araraquara tivemos 10% da população (27.000) casos de Dengue, sendo que oito fatais. Não houve histeria, as lojas não fecharam, as escolas não suspenderam as aulas, e, pior, a prefeitura petista nada fez de importante, e os principais focos - os vagões de trem abandonados -, continuam no mesmo lugar. Neste ano, ninguém toca mais no assunto, talvez por ser ano eleitoral.
5 - Até hoje, 18 de Março de 2020, foram detectados 350 casos de Corona no Brasil, e apenas um caso fatal, o que é muito inferior aos de gripe comum, de morte por alcoolismo, imprudência de transito, e suicídio por depressão, por exemplo.
6 - Pessoas sem o menor escrúpulo e especialmente conhecimento, ficam o dia inteiro na Internet propagando noticias em tom alarmista, e especialmente usando tom de viés político para análises rasteiras, enquanto outras incitam a que se estoquem alimentos, causando um estouro na economia.
7 - O maior efeito colateral dessa nova gripe, depois de outras, como a do frango, do porco e da febre da vaca louca, é a prova de que o ser humano em sua maioria é um monstro, e mesmo aqueles que pregam o coletivismo o fazem da boca pra fora, já que cada um quer safar seu próprio rabo, e especialmente lucrar, de alguma forma.
8 - Numa investigação criminal, o motivo e o lucro pelo crime são sempre analisados primeiro, o que invariavelmente leva ao culpado. E a pergunta: no atual cenário mundial, quem tem sempre lucrado? A resposta é China, com seu comunismo amparado pelo lucro fácil. Ademais, há de se confiar nas noticias vindo de um país sem liberdade de expressão, e onde até mesmo a Internet é controlada? Na China tudo o que se produz é falso. Inclusive as noticias.
9 - No final do Verão, Outono e Inverno aumentam em muito os casos de gripe, então podemos supor que até Outubro, todos os eventos, aulas, etc., estarão suspensas e isso causaria o desmoronamento da economia mundial, pois não se trata de um show cancelado ou de um bar fechado, se trata de tudo o que gira ao redor disso, de funcionários que não recebem e não compram, até a fábrica de cervejas e refrigerantes que não vende, numa bola de neve. 
10 - Estamos tão fudidos com a nova gripe, quanto com a velha gripe, mas nada se compara com estarmos fudidos pela ignorância, que é bem pior que estupidez.

Barata Cichetto, 18 de Março de 2020

17/03/2020

Livro Aberto

Livro Aberto
Barata Cichetto



Ontem eu ejaculei na tua alma imortal,
Um líquido quente, humano e imoral.
E feito a um livro de Sade te li inteira,
Ejaculando mel na tua boca alcoviteira.

Ainda ontem penetrei tuas entranhas,
Que eram tão pervertidas e estranhas.
E na tua boca enfiei língua e palavras,
Quentes feito a desejos, pães e lavras.

Ontem abri as pernas da tua ignorância,
E gozei feito louco com tua abundância.
Me esfreguei na tua mente feito nefasto,
Tendo orgasmos de um touro no pasto.

Ainda ontem engoli tuas palavras salgadas,
Virei do teu livro várias páginas rasgadas,
Cuspindo nos dedos um escarro libidinoso,
E lendo cada frase como um poema gososo.

Ainda ontem rolávamos na cama do hotel,
Feito páginas de livros de poesia de bordel,
Éramos tantas histórias se amando sem dor,
Que foi inevitável um orgasmo provocador.

Ontem gozei no teu rosto como amante,
O gozo feliz de quem acha um diamante.
Um tanto poeta, outro simples jardineiro,
Do meio das tuas pernas colhi o canteiro,

Ainda ontem éramos um par de vadios,
Sem culpas ou arrependimentos tardios,
E nossas palavras eram todas de infamia,
Boquirrotos tortos, e repletos de insânia.

Ontem rompi o hímen da tua verdade,
Tudo foi tão bom quanto à felicidade.
Hoje eu ainda te conto sobre o que vivi,
E mostro um livro que ainda não escrevi.

18/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

13/03/2020

Novecentos e Noventa e Nove

Novecentos e Noventa e Nove
Barata Cichetto



Ontem calculei o final da minha saga, feito um conquistador,
Que nada além de desertos e de desgraças foi o despertador.
Termino aos sessenta o que comecei aos quinze sem piedade,
Concluindo que em mim existe algo muito além da maldade.

Carreguei quase mil, nas costas magras de um quase aborto,
E foram tantos poemas que pelo peso me sinto quase morto.
Novecentos e noventa e nove é um bom número para se parar,
E em dois mil e dezenove, nada mais da poesia tenho a esperar.

Aos meus filhos, que esperam de mim que eu seja esquecido,
Digo apenas que fui sem ser, e também fui sem nunca ter ido,
E também às megeras que dela se fartaram sem matar sua fome,
Apenas falo, porque falo é meu pinto e nunca foi o meu nome.

Sem eira nem beira pode um homem, mesmo um poeta, viver,
Mas sem esperança, neste mundo, nada pode ousar sobreviver.
E não espero que leiam o que foi escrito, ou que vivam por mim
Pois eu vivi outras vidas e agora todas elas chegaram ao seu fim.

28/04/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

11/03/2020

Filosofia de Pés Sujos


"Filosofia de Pés Sujos" não é um livro de filosofia, é de poesia. "Filosofia de Pés Sujos" não é um livro de poesia, é de filosofia. É poesia filosófica, filosofia poética e o que mais pensar que é. São dísticos (poemas rimados de duas estrófes e um único verso, que tratam basicamente da filosofia que engendrei, não nos bancos de faculdades, mas andando e me fodendo pelas ruas, e nos livros comprados basicamente em sebos. É uma filosofia pura e puta, totalmente livre de dogmas e ideologias. Ali, meu pensamento não tem fronteiras nem censura. É para poucos, como bem escreveu o meu amigo Eduardo Amaro, que escreveu a apresentação do livro, que estará a venda a partir de 1 de Abril pela plataforma UICLAP.
Barata Cichetto, Universidade da Vida, onde o diploma é a certidão de óbito,
Fotos: C. Tarakonas


















08/03/2020

Destarte

Destarte 
(Pelo aniversário de Elisabete Tim, a artista plástica Nua Estrela, no Dia Internacional da Mulher)
Barata Cichetto




Um dia uma bela estrela quis ficar nua,
E no céu pintou a imagem que era sua.
Criou asas, desenhou a imaginação:
A liberdade é a arte da composição.

Quis um dia a nua ser a pintura,
E da tela saiu uma bela criatura,
Metade estrela, outra mulher, toda arte:
Era Elisabete, a Nua Estrela, destarte.

08/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

07/03/2020

Cospe ou Engole?

Cospe ou Engole?
Barata Cichetto



Eu engulo no cálice da tua inconstância
Um liquido amargo da oval redundância.
Trago comigo um cigarro de gosto amargo,
E bebo até cair, antes de causar um estrago.

Acendo no meio das tuas pernas o paieiro,
Um paiol de pólvora teu desejo derradeiro.
Fecho os olhos e vejo teus lábios enrugados,
E quando beijo é por desejos não explicados.

São teus medos que me causam furor, bela,
Ou os segredos que não mostras na janela?
Descobri o fogo numa jornada atemporal,
E agora sou o relâmpago do seu temporal.

Ainda espero na cama tua impávida nudez,
E derreto na chama da tua inválida viuvez.
Mostro meu pênis inflado por pura safadeza,
Depois engulo seco o desejo junto à tristeza.

07/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

04/03/2020

O Que Aprendi Com Ex-Mulheres

O Que Aprendi Com Ex-Mulheres
Barata Cichetto



Com as minhas ex mulheres
Aprendi a ser bom homem:
Enquanto eu lavo talheres,
As infelizes ainda dormem.

E com uma que era santa,
Aprendi a ser homem fiel:
Enquanto eu fazia a janta,
A criatura comia no motel.

Com a outra, a autêntica carola,
Aprendi a ser um homem elegante:
Enquanto eu carregava a sacola,
A pura se esfregava com o amante.

E com outra, professora de adultos,
Aprendi a ser homem de religião:
Enquanto eu trabalhava nos cultos,
Na cama ela ensinava uma legião.

E teve outra com muito dinheiro,
Que de homem aprendi ser poeta:
Enquanto eu limpava o banheiro,
A ricaça se sujava com um atleta.

E não pensem que foi só desgraça,
Que fui homem de puta também:
Enquanto me dava o rabo de graça,
A buceta não cobrava de ninguém.

Aprendi muito com todas elas,
A ser um homem não machista:
Sei perfeitamente lavar panelas,
Enquanto elas lambem o fascista.

E a elas afirmo que sou muito grato,
Aprendi a ser homem de alto valor,
A colocar comida no próprio prato,
E nunca reclamar quando faz calor.

07/11/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

02/03/2020

Qual é a Diferença?

Qual é a Diferença?
Barata Cichetto



Sou homem da rua, matemático, somo e subtraio,
Conto até cem e divido por dois, mas nunca traio.
Ando descalço, tenho pés sujos, e multiplico a dor,
Dois e dois são quatro, duplicando o multiplicador.

Diferença não faço, diferente só aquilo que restou,
E se a conta não bate é que sua caneta não prestou.
O primus interpares é um numero primo indigente,
Então qual a diferença entre o igual e o diferente?

Radical e radicando, duas vezes quatro igual a oito,
E a raiz quadrada de um é o resultado do seu coito.
Sou o impar, número bastardo elevado ao extremo,
E se existe um deus, é apenas um número supremo.

Tenho em mim uma diferença feita apenas de fatos,
Então calcule o tamanho dos pés, nunca dos sapatos.
Conclua o valor do meu pau em relação à sua vagina,
O resultado da conta nem sempre é o que se imagina.

Meça a distância, calcule a rota, compre a passagem,
E deixe o motorista carregar o peso da sua bagagem.
Calcule o quadrado dos catetos, some à hipotenusa,
Num teorema sem nexo nem sexo, que ninguém usa.

Tire a prova dos nove, faça a prova real, fique sentada,
Enquanto a matemática do tempo lhe dá uma dentada.
Não faça a conta, apenas faça de conta que quer sofrer,
E esqueça o caderno em cima da cama antes de morrer.

02/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

01/03/2020

Toda a Poesia Que Eu Pude Carregar

Toda a Poesia Que Eu Pude Carregar
Barata Cichetto



Pensando agora, rememorando minha poética escrita
Chego a precisa conclusão que poesia é coisa restrita
Pois embora tenha escrito seiscentos e sessenta e sete
Poemas ao longo de uma carreira sem gloria e confete
Sinto que pouco do que existi resultou em um poema
E isso me deixa com sensação de que é um problema.

Calculo dias, semanas e meses, quantos poemas por ano
E chego à conclusão que a poesia deste poeta mundano
É apenas um pequeno pedaço que imaginei ser enorme
Mas sabendo que é por causa dela que o tal não dorme
Concluo que ela é apenas a sacana que tem me ferrado
Mas de qualquer forma eu também posso estar errado.

E agora fico parado olhando montes de papel empilhado
Centenas de folhas impressas e um nome nela encilhado
"Poemas de Barata Cichetto" é da forma que eu a chamo
É a poesia que pude carregar no meu lombo de jumento
Mas agora cansado quero apenas descanso e o aumento.

Olho agora a essas folhas cheias de palavras e sentidos
Num arremedo de sentimentos tolos, falsos e mentidos
E penso que vida maldita essa que retratei sem piedade
Que existência foi essa trouxe a mim tanta infelicidade?
Mas não menos importante, por fim penso comigo agora
Que poesia não ama seu amado e a que ama não adora.

Tanta coisa que era poesia não virou poema e o oposto
E ao contrário do que pensam, os poetas não tem gosto
Gostar é saber e não gostamos daquilo que não conhecemos
E portanto é a poesia o único ser maldito que reconhecemos
Um ser amado que nos aleija e nos coloca uma arma na testa
Ou ser bruto que transforma em bom tudo o que não presta?

Eu não quero morrer na solidão de um hotel, espumando ódio
Por apenas entrar na história e depois de morto subir ao pódio
Quero que a poesia me carregue, não a carrego mais nos braços
Pois o que desejo agora é o prazer mundano dos beijos e abraços
E se um dia nos encontrarmos, querida Poesia de horas incertas
Sei que a encontrarei feito as putas e a morte, de pernas abertas.

27/04/2013
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados