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18/11/2016

Resenha de CD - "Flexa" de Alan Flexa


"Flexa" é o oitavo CD do macapaense Alan Flexa, de trinta e seis anos, que produz um trabalho de alta qualidade musical, dentro do Rock Progressivo/Fusion. Alan é responsável pelos sintetizadores, percussão, vozes e arranjos e orquestrações do disco, que mostra claras influências do Kraut Rock, do mestre brasileiro Amyr Cantusio Jr., mas particularmente da musica de Phillip Glass, maior influência do músico e que, aliás, dá o nome da terceira faixa do disco.

Em "Flexa", Alan conta com a participação dos músicos João Fernandes, bateria; Otto Ramos, baixo e de outro expoente da musica progressiva do Brasil, Sérgio Ferraz, no violino.

O disco, de fato um EP virtual, é para ser escutado com os ouvidos apurados e repetidas vezes, já que as nuances sonoras do espectro musical amplo, por onde passeia "Flexa", desperta, a cada nova audição as mais varias sensações e percepções. A faixa dedicada ao mestre Glass merece destaque especial, onde o músico do Amapá toca um piano acústico.

Àqueles que pensam que no Brasil não se produz música da mais alta qualidade, ou que ela é feita somente nas regiões mais em evidência do país, Alan Flexa demonstra com esse disco que a verdade é que a música boa não tem limites, nem fronteiras.

07/10/2016

Prefácio do Ultimo Livro de Poesia da Terra


Prefácio do Ultimo Livro de Poesia da Terra
Barata Cichetto
Direitos Autorais Reservados - Reprodução Proibida

Até minhas gatas sentem o meu infame pesar
E se não choram - que gatos não saber chorar -
Agitam seus rabos em uma adúltera irascividade
E ronronam pedindo o fim dessa subjetividade.

O pequeno poema acima, escrito numa manhã depois de uma noite de insônia, e antes de outra, marca o fim. Um fim anunciado dezenas de vezes, mas que nunca ainda chegou. Até agora! E na placa no fim da estrada está escrito: "CHEGA DE POESIA!". Ela não é mais possível. E não há mais Rock também! Acabou a Poesia do Rock. Acabou o Rock da Poesia.  E se acabaram, acabo eu também. Não há mais motivos. Vou agir feito Rimbaud, embora um adolescente tardio, e virar mercenário. Alguém precisa de um mercenário? Estou à disposição. A venda. Mas apenas para pagamento a vista. Que a prazo a validade vence. A validade sempre vence. Sempre! A minha venceu. Deixo a esperança da poesia aos caprichosos e vaidosos, orgulhosos de seus títulos de nobreza. E atestados de pobreza. Eu? Fico com a tristeza. De viver num mundo onde a poesia não é mais possível. Intangível. In-crível. In-acreditável. Impalpável. Inaudível. Deixo a poesia aos mestres. Apenas a eles! Perpetuados nos livros amarelados, rotos. Lidos e relidos. E deixo que minha mente atormentada repouse. Pouse. O poeta está morto! Sofreu um aborto. Criminoso. Tendencioso. Foi vencido pela fome, pelo cansaço.   Chega de Rock na minha Poesia. Chega de Poesia no meu Rock. Mexeram no meu biscoito, no meu coito, no meu trinta-e-oito. Boliram meu Fuck'n'Roll. "To be a rock and not to roll" agora tem gosto de chumbo e não tem mais asas. Fechem as porteiras. Deixem os porcos atrás das cercas. Porcos não usam colares, nem podem voar. "Big man, pig man, ha ha charade you are." A Poesia não tem mais graça. Perdeu a desgraça. É só piada. Sem graça. Agora é estéril. Limpinha e ordinária. Prefiro as porcas às madonas. Ah, poetas não sabem dançar. Feito porcos. Em meu braço direito: "Rock In Poetry Fuck'n'Roll". Arranquem meu braço. Deem de comer aos cachorros. Meu rádio quebrou. Jogaram no chão. Pisotearam. Choro quando quero. Nunca quero. Porcos não escutam rádio. E eu não escuto guinchos de porcos.  Migalhas são para os pombos. Recolham suas migalhas e deem de comer a seus filhos. Estou farto de ser poeta. De ser pai e de ser filho. Farto de ser. Farto de estar. De ir e de voltar. De ficar. Parado na esquina esperando meu ônibus chegar. Nunca chegou. O ponto ficou lotado. Todos seguiram seus destinos. E eu esperando o meu. Não sei se esperando meu ônibus ou meu destino. O que chegar primeiro eu vou. Onde é o ponto final, perguntei ao cobrador. E ele disse: antes do fim da linha. Ônibus errado. Itinerário trocado. Sem dinheiro da passagem. Desça no próximo ponto, disse o motorista. Vá a pé! Vou até! A pé até. Até o fim. Do mundo. Sem poesia nas costas para carregar o caminho fica menos cansativo. Quer uma carona? Mas... Estou tão cansado... Tão... Estou farto! De poesia comunista. De poesia capitalista. De poesia anarquista. Quero a poesia egoísta. Narcisista. Onanista. E, por não dizer: maniqueísta. Chega de poesia de artista. Farto de poetas ideológicos, lógicos. Poetas que odeiam a poesia. E que a destrói prostituindo rimas, jogando no lixo a construção. Enfileiradores de palavras sem sentido e sem sentimento. A poesia não lhes pertence, poetas de cinco letras. Abortem! Defendam a morte, mostrem a bunda, lambuzem muros, comam merda, borrem as calças. Façam o que quiserem, mas não chamem de poesia. Ela não merece seus desaforos. Chamem de tudo. Até de puta. Mas não de poesia. O poeta chamou minha mãe de puta e eu lhe dei uma porrada! A mãe chamou a puta de poeta de poeta. E eu concordei. O poeta chamou a puta de mãe. E eu lhe dei uma porrada! Acabou! Fui!

30/09/2016 

30/09/2016

R.I.P. RADIO

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28/09/2016

Viagem

Há meia hora parado em frente à tela do Facebook, em um perfil, pensando sobre o que escrever. Pensei em falar sobre as lembranças de 33 anos atrás, sobre como foi escolhido seu nome, sobre fraldas, sobre os primeiros livros dados, sobre passeios, conversas e castigos. Sobre o quanto tu era um perna de pau no futebol, sobre tanta coisa que nem sei se lembras mais. Ou se quer lembrar. Afinal, meu tempo passou. E de fato, fazer aniversários é a cada ano mais doloroso. Fiquei aqui olhando e tentando escrever, mas qualquer coisa poderia escorrer para a vala comum do descrédito, do desmérito e da ... Alguma coisa que esqueci... Mas era preciso. Sim, era preciso escrever. A mim sempre é preciso escrever. Nunca fico sem palavras, mesmo que elas não seja o que as pessoas gostariam de ler ou de escutar. Se não existem verdades absolutas, nem a minha, frase que eu lhe repeti durante muitos anos, também não existem mentiras absolutas. No dicionários constam a palavra inverdade, mas não "inmentiras". Ah, sim, pensei em escrever simplesmente "feliz aniversário, filho", mas não sei se o uso dessa palavra seria bem recebida. Mas, enfim, a coragem é fruto do medo. E nem sempre a verdade é fruto dos fatos. Há argumentos contra os fatos, sim. Basta retirar o espelho do armário onde o escondeu. Basta cortar uma veia. Pelo fruto nem sempre se conhece uma árvore, basta olhar a uma jabuticaba sem nunca ter visto sua árvore. Ou uma abóbora. Diante, porém, de determinadas crenças, pés de jabuticaba devem ser capazes de produzir melancias. A natureza, mesmo a humana não comete falhas. As falhas estão todas em nós. É... eu pensei nas formas e nos métodos, em mensagens cifradas, até mesmo em colocá-las numa garrafa e soltar no rio. Mas os rios estão podres. Cheios de dejetos humanos. Humanos dejetos. Nojentos. Carta? Telegrama? Ligação? Não... Deixo o bote parado no meio do nada, num mar de intranquilidade, com o horizonte negro anunciando tempestade. A idade nos faz cada dia mais tolos e medrosos. Temerosos do nada. Mas, enfim, não tenhas medo do espelho. Nem do sangue.

Luiz Carlos Giraçol Cichetto, ou simplesmente "Barata", aos 26 de Setembro de 1983, depois de uma viagem no tempo.