O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


14/08/2019

A Uma Poeta Triste Por Causa de Ti

A Uma Poeta Triste Por Causa de Ti
Barata Cichetto


Que sejas tão bela quanto Pagu, em ordem inversa,
E que das bodas de Lucrécia seja madrinha reversa,
Feito Hypatia, a apedrejada nas ruas de Alexandria,
Ou que sejas Francisca Júlia tratando a hipocondria.

Que sejas quem quiseres, da Dominique até a Cristina,
E  que sejas o que quiseres, mulher, poeta ou menina.

Que não sejas o que querem por capricho e covardia,
E se não desejas, não sejas apenas poeta por um dia,
Não sejas apenas mulher, mas o verso de uma poesia,
E não sejas a santa, dentro do universo da hipocrisia.

Que sejas baronesa, que sejas a condessa ou regina,
Nunca deixes de ser o que és, e tudo o que imagina,

Que sejas Ales, e se preciso, dos males sua perfídia,
E quanto aos desprezíveis, não desprezes a insídia,
Faças dos teus cabelos a corda, dos teus nós a saída,
E lembres que fracos são os que tem-lhe por decaída.

Que sejas a fruta, que sejas a astuta, e até prostituta,
Mas que sejas sempre a quem quer é quem te escuta.

14/08/2019

Mulher Amada Cagando


Mulher Amada Cagando
Barata Cichetto

Eu gosto de ficar junto da mulher amada cagando
Gloriosos momentos são de uma deusa defecando
Odores pouco importam, mas sim a glória suprema
Em participar da intimidade da liberdade extrema.

Sim, eu gosto de estar junto de minha amada a cagar
Fisiológicas necessidades em qualquer hora ou lugar
Amada de calcinhas nos joelhos, de dor e gozo a feição
Em momentos de prazer e glória que beiram a perfeição.

A delícia da imagem de suas mãos segurando o higiênico
Olhos fitando a cerâmica das paredes brancas, que cênico!
Amada cagando, tirando de dentro aquilo que lhe maltrata
Cagando, cagando! Cagando é do jeito que a mim ela trata!

Deixa que eu limpe seu cu, que erga sua calcinha rendada
E jogue na latrina o papel, sou sua propriedade arrendada
Deixa eu olhar a minha amada cagando no latrina de cor
Porque sua liberdade pertence a mim e é minha sua dor!

07/09/2009

13/08/2019

Exumação

Exumação
Ao Amigo João Barrá
Foto: Luiz Carlos Cichetto, Cemitério das Cruzes ("Britos", Araraquara - SP

Confortem-se! Aceitem! A poesia morreu. De inanição. De falta de visão. Mas estava lúcida a coitada. Não ouvia direito. Não falava direito. Na verdade só chorava. Faleceu. Está morta a pobre. E nem no velório alguém recitou um verso. Em homenagem póstuma. Ninguém derrubou uma lágrima. Ninguém se aproximou do caixão. Nem pediu perdão. Nos celulares muitos concentrados. Preocupados. Com a eleição. A poesia se foi. Foi-se. Não houve missa de corpo presente. Nem discurso de presidente. Outros então contando piada. De polícia e ladrão. Mas não. Ninguém lamentou. Ninguém percebeu de fato. O fedor da defunta. Suas roupas rasgadas. E sua boca costurada. A poesia está morta. Foi sepultada como indigente. Num caixão. Sem paixão. Em cova rasa. Num cemitério clandestino distante da cidade. Ninguém pediu justiça. A beira do túmulo. E por cúmulo. O prefeito pediu a palavra. Como se soubesse o que é palavra. E disse: Que morra a poesia. Mas que sobrevivam os porcos. Todos foram para casa. E na sepultura nenhuma flor. E a chuva nem caiu. E ninguém sentiu. Pediram exumação. Abriram a campa. Não haviam restos mortais. Apenas cinzas. E o processo foi encerrado. E nunca foi noticiado.

13/08/2019

12/08/2019

20 Segundos de Coragem

20 Segundos de Coragem
Barata Cichetto

Perguntam o que eu faria em segundos de insana coragem
E respondo que diante de tão tola e inusitada cabotinagem,
Diante de tão hediondo algoz, e seu constrangedor desafio,
Que jamais cometeria um ato que me colocasse por um fio,
E que jamais, nesses segundos tais, eu mataria a confraria,
Mas que sim, diante de tal audácia cometeria uma covardia.

12/08/2019

Faires Were Boots

Guardei minhas esperanças dentro de uma caixa de sapatos. Ela encontrou, pensou que eram suas botas e as calçou: minhas esperanças ficaram em seus pés, e ela ainda me pisou com elas.

#BarataCichetto, 12/08/2019