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08/09/2019

Porcos Não Usam Colares

Porcos Não Usam Colares
Luiz Carlos Cichetto


Porcos dividem o mesmo cocho, a mesma lavagem, feita de sobras das mesas do poder. E um empurra o outro, dizendo que o outro é mais porco. O porco branco se acha melhor que o porco preto, o porco amarelo se diz superior. Cobram se entre si o que nenhum deles deve, enquanto a lavagem esfria. Todos são porcos diferentes, mas alguns porcos são mais diferentes que outros porcos. Ou mais porcos que outros. Enquanto isso, estala o chicote no lombo de todos os porcos, porque para os donos da porcaria, todos os porcos são iguais, e é ilusão da igualdade o que os separa. Do cocho ou da mesa de jantar. Que tipo de porco você é? Dá para escolher. Ou não?

07/09/2019

07/09/2019

Esperando Manuel

Esperando Manuel
Luiz Carlos Cichetto

Meu amigo Manuel chegou de Portugal ontem. Fui esperá-lo no Aeroporto. Ele chegou cansado, mas eufórico, afinal o que eu lhe tinha prometido anos atrás era mesmo para causar euforia. Quando publiquei meu primeiro romance, Manuel foi o primeiro a comprar. Eu era um escritor muito pobre, sem esperanças de publicar, e muito menos de um dia chegar ao patamar aonde cheguei.

Manuel, meu amigo, tinha um sonho, que era participar de um bacanal com doze putas em Paris, e eu prometi que se um dia eu fosse um escritor rico, iríamos os dois até lá, contrataríamos as tais moças e faríamos nossa festa. Fiquei rico como escritor, e nunca esqueci a promessa, que só não foi possível acontecer da forma como sonháramos pelo fato de que Paris não existe mais. Foi tomada por islâmicos e depois incendiada, sob s aplausos dos comunistas franceses. Ele não quis que fosse em Portugal, pois é amante da cultura brasileira, embora eu insistisse com ele que a cultura que ele tanto admira também não existe mais, pois tudo foi tomado pelos comunistas brasileiros em uma estranha união com os neo-pentecostais. 

Saímos do Aeroporto, onde o topo da torre de controle ostenta o logotipo do governo, que é uma foice e uma cruz - não sei bem se é uma cruz ou uma espada, pois deve ter sido proposital o desenho estilizado para confundir - E atravessamos várias avenidas, onde tremulam bandeiras vermelhas com esse símbolo, e nos dirigimos para o Hotel Stalin, onde eu tinha feito reserva para o bacanal. As doze putas já deviam ter chegado. Todos os prédios governamentais tinham nomes de ditadores comunistas ou de pastores evangélicos. 

O recepcionista, que tinha barba, dois seios enormes, ancas largas e músculos aparentes, usava um cabelo de todas as cores do arco-íris e deu um murro no balcão. Eu não tinha de fato reserva, aliás, nem me conhecia, meu nome não constava entre as pessoas autorizadas a usar o Hotel, já que minha pontuação era baixa demais por proferir criticas ao Governo. Ainda tentei ponderar que eu era um escritor rico, e que tinha dinheiro para pagar o quarto e as putas. Ele disse que putas não me eram autorizadas, e que elas eram exclusivas aos membros do Partido ou do Templo.

Nervoso, Manuel ameaçou um escândalo, mas eu o contive. Eu era um escritor rico e poderia pagar por outras putas. Andamos horas por avenidas como a Edir Macedo e Lula da Silva, entramos por vielas escuras com nomes como Geisi Arruda, Manuela D'Ávila e Sônia Hernandes. Estavam desertas, cheiravam a urina e todas as paredes dos imóveis estavam pichadas. Não encontramos nenhuma puta. Deviam estar todas ocupadas bordando as fardas dos valorosos soldados brasileiros que tinham sido mandados à Venezuela lutar pela liberdade da América Latina, numa guerra que se estende desde que Maduro morreu aos 108 anos, e deixou em seu lugar um filho bastardo que teve com uma brasileira.

Meu amigo Manuel ficou triste. E eu também. Há dez anos esperamos por aquele momento. Não iríamos ter nosso bacanal, nenhuma puta e nenhuma celebração. Levei-o de volta ao Aeroporto. Ele embarcou triste e eu voltei para meu quartinho nos fundos de uma casa caindo aos pedaços, ocupada por traficantes armados, que também ostentam o símbolo do governo na porta. Agora são declaradamente amigos, já que a guerra que eles supostamente travavam era apenas um disfarce.

Eu contei que era um escritor rico, mas não disse que tinha dinheiro. Todo dia vou ao Aeroporto imaginando que vou esperar meu amigo Manuel, que nem sei mais se está vivo, já que todas as nossas comunicações foram cortadas depois de que o Facebook, propriedade do Presidente dos Estados Unidos, da ONU e da OEA, Mark Zuckemberg declarou guerra a todos os que se opunham, e bloqueou não apenas a rede, como toda a Internet e as comunicações. Sou um escritor rico, pois ainda escrevo coisas que ninguém lê, por não poder nem querer, e minha riqueza são apenas pilhas de papel empoeirado numa estante de tábuas de construção.

07/09/2019

05/09/2019

Recital

Recital
Barata Cichetto



- Alguém na plateia gostaria de chupar meu pinto? - Perguntou o poeta no meio do recital. Cinco das dez pessoas presentes na sala se levantaram e saíram. Eram quatro homens e um individuo que não se notava claramente o gênero. Ficaram quatro mulheres e outro ser sem gênero definido.

- Alguém na plateia gostaria de chupar meu pinto? - Repetiu o escritor, agora num tom de voz mais alto. E o ser transgênero e outras duas mulheres se ergueram, bateram no encosto da cadeira e se retiraram, sem antes desfilar uma série de palavrões ao artista. Eram gora apenas duas mulheres sentadas, de pernas cruzadas exibindo dois pares de coxas lisas e bem torneadas que ficaram.

- Alguém na plateia gostaria de chupar meu pinto? - Ele tornou a falar, e uma das mulheres se ergueu da cadeira e foi em sua direção. Subiu no pequeno palco e abaixou-lhe as calças. Depois abocanhou-lhe o pinto e o chupou. O poeta lia com voracidade os poemas do seu livro, e quando chegou ao ultimo poema esporrou dentro da boca da mulher. No meio da história a outra mulher tinha desaparecido.

- E daí, cara, como termina essa história?
- Não sei. Cala a boca e continua chupando!

05/09/2019

04/09/2019

Resenha Sobre A Mulher Líquida, Por Genecy Souza

Resenha Sobre A Mulher Líquida
Por Genecy Souza
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Sou um dos muitos homens que puseram as mãos em Angela Maria. No meu caso, só as mãos mesmo. O autor não me deu a chance de usar outra coisa (risos). De qualquer modo fiquei muito lisonjeado por ser citado pela (anti?)heroína.

Angela é o que se chama de mulher-problema. E é dessa forma que, de cama em cama, de homem em homem, de enrascadas em enrascadas, contrassensos em contrassensos, a mulher liquefaz toda um ordem moral e todo um ordenamento social que ela ousa desafiar com a única arma de que dispõe: o sexo. 

E Marquês de Sade.

E rock and roll.

E Belchior... tratado aqui como uma espécie de guru -- ou um norte incerto --, cuja poesia-voz-música-e-bigode o excluem longa lista de homens-objeto de Angela, pelo simples fato da existência da enorme distância física entre eles. O poeta e sua dileta ouvinte nunca se tocaram. Não trocaram fluídos.

A Mulher Liquida é aqui mostrada nua e exposta. E tal exposição também desvenda a nudez moral de pessoas amorais fora dos holofotes sociais e comportamentais, a começar por sua família. 

Angela Maria enfrentou o mundo com seu sexo e flertou várias vezes com a morte, e até tentou ser feliz em seu mundinho dissoluto. Na verdade, até foi. Mas era só um sonho.

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A Mulher Que Me Ensinou o Que é Poesia (E Outros Amores)

A Mulher Que Me Ensinou o Que é Poesia (E Outros Amores)
Luiz Carlos Cichetto




Há exatos 36 anos, no dia 28 de Dezembro de 1982, eu perdia uma das pessoas mais importantes e queridas, e em que todos os dias desses anos eu recordo.
No dia de Natal foi a ultima vez que a vi, ela estava triste, ao contrário do que sempre era. O médico tinha mandado parar de fumar, pois seu pulmão estava fraco demais. E ela disse que não conseguia, pois afinal fumava há mais de sessenta anos, e ademais, dizia que não via mais motivos para continuar, pois já tinha perdido o marido e um filho.
Entretanto, o que me marcou foi as ultimas coisas que escutei dela, em meio a uma brincadeira: que ela jamais conheceria um bisneto de minha parte. Ela sempre dizia isso, mas naquele momento soou diferente, afinal eu tinha me casado no início daquele ano, então, a qualquer momento eu poderei ser pai. Ah, sim, não era tão comum naqueles longínquos anos 1980 as pessoas serem pais e mães sem terem família formada. Ela morreria depois de três dias, e cerca de uma semana depois minha então esposa ficaria grávida de meu primeiro filho.
Nascida nos primeiros anos do século XX, na cidade de Jacobicabal, interior de São Paulo, Izaura Piccinini, era irmã gêmea de Izabel, de uma família numerosa. Anos mais tarde conheceu um mineiro, também filho de italianos, loiro e de olhos claros e se casaram. Foram seis filhos alimentados durante muitos anos com o trabalho na roça, como colonos de fazenda, na região de São José do Rio Preto, Catanduva. No final dos anos 1940, inicio dos 50, não estou bem certo, se mudaram para a Capital com o intuito de dar estudos e melhores condições aos filhos. Sempre moraram na região da Penha e Tatuapé.
Analfabeta, Izaura tinha uma sagacidade e uma inteligência enormes, mas que eram sufocadas pelo marido. Francisco foi um homem brilhante, inteligente, que se semi-alfabetizou quase de forma autodidata, somente aos quarenta e poucos anos, e em São Paulo passou a ganhar a vida fazendo vasos de plantas, cuja arte e engenharia presentes, espantariam qualquer artista ou engenheiro. Entretanto, o "Véio Chico" era um homem, até por força de uma existência sofrida, era um homem muito grosseiro com todos, incluindo aí netos, e tinha preconceito com os próprios netos. Embora todos os filhos fossem casados com também descendentes de europeus, ele tinha nítida predileção pelos que, como ele, ostentavam olhos claros. Eram dez os netos e quatro ou cinco tinham essa característica e gozavam de carinhos, agrados e até dinheiro por parte dele, o restante, incluso eu, eram ignorados, desprezados e até mesmo ofendidos. A única exceção era o mais velho, que mesmo não tendo olhos brilhosos, era tratado com a mesma deferência que os queridos, pelo fato de ser o primogênito.
As mulheres dessa época eram educadas para servir a seus maridos, e concordar com todas as suas decisões, sejam elas do caráter que fossem, então, enquanto ele viveu, ela simplesmente calava suas emoções com relação aos netos. Particularmente eu percebia uma afinidade maior dela comigo, mas que nunca era expressa por conta das predileções do marido. Mesmo assim, foi ela quem me incentivou a gostar de plantas, me ensinou os primeiros rudimentos para plantar e cuidar de flores, que eram sua maior paixão. 
Quando Francisco morreu, entretanto, ela sofreu uma transformação, ou melhor, passou a ser o que realmente era. E foi ai que nos conhecemos realmente, e surgiu entre nós uma enorme, uma maravilhosa, amizade e cumplicidade. Nos primeiros anos ela foi morar com uma filha, mas logo sentiu necessidade de ter seu próprio espaço. Assim, foi construída uma pequena casa de dois cômodos nos fundos do terreno do imóvel que fora construído por eles, mas que estava alugado. Era de bom senso ter alguém dormindo ali, lhe fazendo companhia a noite, até para eventuais emergências. O designado foi meu irmão borra-botas que ficou com medo de ela passar mal, então acabei sendo escolhido. E ai foram, sem a menor duvida, os melhor anos da minha existência. Se minha memória não falha, quase quatro, entre 1978 e 1982.
No pequeno quarto tínhamos nossas camas lado a lado e eu, ao chegar da rua ia para lá. Assistíamos juntos às gloriosas novelas das dez, particularmente "O Bem Amado", que ela adorava, e depois ficávamos sentados, cada um em sua cama, fumando e contando histórias. Eu adorava as histórias, ou causos, do interior, dos ladrões de cavalos, das lides na roça, das assombrações nos pastos, coisas assim. E, pasmem, em troca ela queria que eu lhe contasse, e com detalhes, minhas aventuras amorosas. Ela ria muito, e se eu, envergonhado omitia algum detalhe, ele ficava brava, me obrigando a detalhar. Ríamos muito. Ela era dona de um senso de humor impar, de uma compreensão das coisas do mundo como poucas pessoas, e jamais fez qualquer censura a nada, a ponto de, quando eu comecei a namorar, dormíamos espremidos na minha cama, com dona Izaura ao lado. Ela nunca fez qualquer censura ou comentário, como seria normal a alguém de sua geração.
Duas pequenas histórias dão exemplo disso. A primeira: naquela época não existiam baladas de amanhecer, as coisas, shows, bailes, tudo mais, acabavam no máximo as dez ou onze da noite, até porque não tinha transporte coletivo, então, era raro alguém passar a noite fora. Uma época eu tinha conhecido uma garota, que tinha uma profissão incomum: era puta, e trabalhava num puteiro do centro da cidade. E comecei a sair com ela depois do expediente. Numa sexta feira, decidi que iríamos a um hotel na região e lá ficamos até o meio dia do sábado. Não existia celulares, claro, e mesmo telefones fixos eram muito raros, portanto não tinha como avisar. Quando cheguei em casa, por volta de duas da tarde o alvoroço estava formado: minha mãe chorava, meu pai tinha ido à delegacia e estava naquele momento fora. Foi então quando expliquei que estava com uma namorada, que dona Izaura soltou ingenuamente: "É, Carlo, todo mundo aqui preocupado, e "ocê" lá gozando!" Todo mundo caiu na gargalhada e ela ficou com cara de pastel, já que não sabia o motivo das risadas, mas aquilo foi o que bastou para aliviar as tensões e me livrar de uma bela surra, que fatalmente meu amoroso pai me aplicaria, mesmo eu já com dezoito anos.
A outra situação inusitada aconteceu alguns anos depois, quando eu já namorava com minha primeira esposa. Ela, a vó, sempre dizia que o "véio", tinha sido o primeiro e único homem da vida dela, o que era comum naqueles tempos tão distantes. Ela havia me contado, por exemplo, que apesar de um brucutu, de um ogro com todos, nos momentos íntimos ele era extremamente carinhoso com ela, mas... Ela nunca tinha visto o pau de nenhum outro homem. Aliás, segundo ela, nem dele direito, pois sempre "faziam as coisas" no escuro. Foi ai que ela me fez o pedido: ela queria ver o pinto de outro homem, uma fotografia, claro. Caracoles, em 1981 não havia Internet e mesmo as revistas eróticas ainda eram bem brandas. Minha saída foi procurar uma banca de jornal e pedir... Uma revista "gay"... Agora, imaginem a cena: cheguei numa banca, pedi ao jornaleiro uma revista que tivesse fotos de homens com paus a mostra. E ainda tentando dar alguma justificativa, claro, com receio que o cara pensasse (Ingênuo) que eu fosse gay. O que eu podia falar: que minha avó nunca tinha visto um pau de outro homem? Claro que ia ficar pior. Bem, comprei a tal revista, coloquei dentro de uma fotonovela e levei para casa, mas não tive coragem de me sentar e mostrar. Pedi então a minha então namorada que mostrasse. E quase me mijei de rir na cozinha, escutando as risadas, os comentários e onomatopeias dela.
E há tantas outras, histórias de inteligência, de sapiência, de humor simples e ingênuo, como quando eu, já casado, recebi sua visita e fui preparar um suco de manga com leite e ela quase teve um infarto; mas a mais emocionante, e que eu jamais esquecerei, e que de alguma forma foi um dos meus maiores incentivos a nunca parar de escrever foi numa madrugada em que eu matraqueava minha máquina de escrever na mesa da cozinha e, de repente percebi sua presença, de camisola atrás de mim. Ela perguntou o que era que eu escrevia tanto, e eu lhe disse que era poesia. Ela não sabia o que era "poesia", e eu não sabia explicar, mas ela reagiu me dirigindo um olhar, como se entendesse o que era aquilo. E então me disse que gostaria de saber ler para entender o que era aquilo. Perguntei se queria que eu lesse, e ela me disse: "Não, não precisa, eu já entendi o que é. Isso é "ocê", Carlo!" 
Assim era dona Izaura Piccinini Lazarini, que morreu três dias depois do Natal, sem largar seu "pito", com suas mãos marrons de nicotina por esconder o cigarro, de edema pulmonar, e em quem todos os dias eu penso e lembro alguma passagem. De fato, posso dizer, a mulher mais poderosa e amorosa que conheci. E por horas lamento saber que há nada além da morte, e que portanto, nunca mais nos contaremos histórias, nunca mais nos sentaremos nas beiradas das camas até amanhecer o dia, rindo. 
Mas enquanto minhas carnes trafegarem por este mundo, ainda, graças a ela, saberei o que é poesia.

28/12/2018

Tenho Mais Amigos no Facebook que Poesias

Tenho Mais Amigos no Facebook que Poesias
Barata Cichetto



Acordo de madrugada com uma estrofe estampada no escuro. Tateio a mesinha de cabeceira e apanho o celular. Preciso anotar antes que o verso me suma da cabeça. Aproveitar a inspiração. Mas em lugar do Bloco de Notas uma Notificação. Abro o Facebook. Foi-se a poesia! Alguém ainda quer ser meu amigo? Tenho mais amigos no Facebook que Poesias.

04/09/2019

02/09/2019

Preconceitos Contrafeitos

Preconceitos Contrafeitos
Barata Cichetto


Que não me julguem demônio pelos meus feitos,
E nem um santo pelos meus defeitos.
Não me julguem inocente pelos meus conceitos,
E muito menos culpado pelos meus direitos.
Não me julguem morto por meus preconceitos,
E nem eterno pelos meus contrafeitos.

01/09/2019