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08/08/2019

Arquíloco - Carlos Cichetto

Arquíloco
Carlos Cichetto
Poesia - 1981
Mimeografado



"Arquíloco", titulo em homenagem ao poeta-soldado grego Arquíloco de Paros, foi um livro de poesia lançado em 1981. São poemas escritos entre 1976 e 78 e impressos em mimeógrafo a álcool.  Os temas recorrentes são o submundo da sociedade paulistana da época, e versam sobre prostituição, angústia e desespero. Todos os poemas são rimados. Suas 50 cópias foram distribuídas basicamente entre os próprios poetas da chamada "Geração Mimeógrafo", que o ignoraram. Desses, apenas um ainda existe em meu poder, e praticamente ilegível, em função do processo. O objetivo desta publicação, em 2019, quase cinquenta nos depois é de se manter o arquivo vivo.

Embora desprezado pela história, e nunca tendo meu nome referido entre os autores da época, este original é prova mais que suficiente. Muitos autores citados em antologias e artigos nunca chegaram perto de um mimeógrafo, e outros tantos atualmente são integrantes da ABL. Quase todos integram as salas VIPs da Poesia Brasileira. Na época, contei com a crítica positiva e indicação para publicação por parte do maior critico literário paulistano, editor da "Página do Livro", Henrique Novak, no jornal paulistano Diário Popular.

Para a edição de "Arquíloco", contei com um casal de amigos, Claudia Bia e Luís Cogumelo Atômico, que os tempos grossos da política suja afastaram.

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Século XX
Carlos Cichetto

E foi ali que uma morena estrela matutina
Brilhou inaugurando a aurora do meu desejo
Abrindo pernas lisas igual a uma cortina
Deixando entrar o sol quente quanto um beijo
Que tinham escondido de minha retina.

E foi ali que entre os montes de sujeira
Pernas abriram igual a pétalas de rosas
Esperando que eu sentado numa cadeira
Penetrasse naquelas entranhas honrosas
Que marcariam uma existência inteira.

E foi ali, que com o seu pequeno porte
Trajada com a estranha roupa de sangue
Que escorria de um seu profundo corte
Ela pediu com um bocejo bastante langue
Que alguém causasse urgente sua morte.

E foi ali entre corredores de concreto
Que construí a minha paixão abstrata
E um dia depois de um estranho decreto
Acabou transformado em tumulo de prata
Sepultando aquele grande desejo secreto.

E foi ali que quando quebrou o seu esteio
Alguém a encontrou completamente morta
Esperou a morte igual um ônibus de recreio
E esperando de chegar bateu a sua porta
Encontrando ali mesmo sem qualquer receio.

Dezembro 79
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Arquíloco (em grego, Άρχίλοχος - Arkhílokhos, na transliteração) de Paros, onde seu pai Telesicles, filho de Tellis, era um cidadão proeminente. Arquíloco foi um poeta lírico e soldado grego que viveu na primeira metade do século VII a.C. (talvez entre anos de 680 a.C. e 645 a.C.). Os antigos colocavam-no em pé de igualdade com o próprio Homero. Escreveu principalmente iambos, sendo um dos primeiros e mais notáveis representantes do gênero.