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15/08/2019

Morto Sim, Poeta Castrado Nunca

Morto Sim, Poeta Castrado Nunca
Barata Cichetto
A Ary de Souza, Poeta Português

" Os que entendem como eu / as linhas com que me escrevo / reconhecem o que é meu / em tudo quanto lhes devo:"
Imagem: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bf/Der_M%C3%B6rder_des_j%C3%BCdischen_Blutzeugen.jpg/718px-Der_M%C3%B6rder_des_j%C3%BCdischen_Blutzeugen.jpg

Falaram de mim, que eu tinha que ser morto,
Até reclamaram porque eu não era um aborto,
E também disseram que deveria ser enforcado,
Com uma corda forte e um nó cego e apertado.

Disseram que eu era um escroto sem cultura,
E que, portanto, não seria poeta à sua altura.
Pediram que eu fosse ainda vivo queimado,
E então dariam as cinzas a seu deus amado.

Instigaram minha morte antes do fim do dia,
E mesmo que lhes dissesse ser pura covardia,
Ainda assim eu concordei em morrer, desanimado,
E trajei minha melhor roupa com a morte animado.

Prepararam o cadafalso e o padre pediu por clemência,
Mas lhe disse que nunca darei perdão a sua indecência.
E quando desceu sobre o meu pau a lâmina do machado,
Matei-o, pois morro mas jamais serei um poeta castrado.

15/08/2019