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26/11/2014

Cizânia

Cizânia
Barata Cichetto
Do Livro "Cohena Vive!" - 2012
Registrado no E.D.A.  Fundação Biblioteca Nacional
Direitos Autorais Reservados

O que somos nós humanos sem pares de notas de dinheiro?
Humanos somos, sem dinheiro a essência da humanidade.
Estou rindo e limpando o rabo com uma nota no banheiro
Contas a pagar e a merda não falta, foda-se a humildade!

Então conte até cem, depois as notas e caminhe até a borda
E a beira do abismo, olhe para dentro do seu olhar profundo
Quando ele lhe fitar apanhe suas notas e compre uma corda
E amarre no pescoço, pois o abismo o espera no seu fundo.

Então Jesus, onde andam seus pregos? Onde anda sua mortificação?
Sangramos todos, e a humanidade inteira carrega espinhos na testa
E se não nascemos do Pai, também não aceitamos nossa crucificação
Somos humanos, dinheiro é o joio, a cizânia do trigo que não presta.

Dinheiro é o orgasmo da puta que chupa o pinto sem gosto
Acreditando que comprou o seu lugar na esfera do universo
Com dinheiro posso comprar seu orgasmo, gozar em seu rosto
Mas jamais poderás pagar pelo prazer que tenho em meu verso.

05/10/2011

04/03/2013

Lançamento "Cohena Vive!" - 11/03/2013



Depois de 12 livros lançados em sistema artesanal, o poeta, escritor, webdesigner e apresentador da Stay Rock Brazil, Barata Cichetto, lança pela Editora Multifoco, seu livro de poesia "Cohena Vive! ou Antes do Começo e Depois do Fim". A vernissage contará com a presença de vários amigos, musicos das bandas de Rock e poetas, além de alguns dos produtores da Stay Rock Brazil, que apoia este e outros eventos ligados ao mundo da Cultura Rock. A escolha da Segunda-feira, é em função de que muitas pessoas reclamam a falta de opções nesse dia da semana, em São Paulo. E não esqueçam que minha arte não é para decorar estantes, mas antes disso um instrumento de guerra.

SERVIÇO:
11/03/2013
BARATA CICHETTO
LANÇAMENTO DE "COHENA VIVE!"
SEGUNDA-FEIRA
PAPO, PINGA E PETISCO
Praça Franklin Roosevelt, 118
Centro - São Paulo
Tel.: (11) 3257-4106
A Partir das 18:30

20/01/2013

Lançamento de "Cohena Vive! - Antes do Começo e Depois do Fim"

Lançamento de "Cohena Vive! - Antes do Começo e Depois do Fim" - Barata Cichetto - Editora Multifoco - Poesia


Espero todos os amigos! Com Papo, Pinga e Petisco (E POESIA)
Lançamento do Livro "Cohena Vive! - ou Antes do Começo e Depois do Fim" 
Poesia - Barata Cichetto - Editora Multifoco
Data: 14/02/2013 - Quinta-feira
Local: Papo, Pinga e Petisco
Praça Franklin Roosevelt, 118 - Centro - São Paulo - SP 
Tel: (11) 3257-4106
Horário: das 19:00 as 23:00

Localização: http://goo.gl/maps/Z0ys7

(Pronuncia-se: "Córrena")

Composto de 54 poemas, a maior parte sobre a dor, a angústia, a incompreensão e apreensão sobre os destinos dos seres desumanos, "Cohena Vive!" é o 12º livro publicado pelo poeta, escritor, webdesigner, artesão e produtor de webradio Barata Cichetto, 54 anos completos, escritos no período entre 2011 e 2012. O terceiro em papel, incluindo o primeiro, de 1981, impresso em mimeógrafo a álcool. O segundo, uma junção de dois outros chamava-se "O Cu de Vênus" e tinha cerca de 100 poemas do autor. "Cohena Vive!" é mais um projeto da Editor'A Barata Artesanal, criada pelo autor, que publica livros artesanais em pequenas tiragens.

Antes que alguém pergunte, Cohena sou eu... Sou eu porque o nome Cohena, com referencia à minha pessoa apareceu num sonho que tive e que relatei na crônica-poesia que dá nome ao livro. "Cohena Vive!" é decorrência de um processo de composição e decomposição pessoal, fruto da percepção da decadência da espécie humana, que se arrasta por um planeta que ela mesma destruiu. Angustiado pela alienação com que a maioria das pessoas, embora portando armas poderosíssimas nunca sonhadas, se entrega aos dominadores e à falsa liberdade "proporcionada" pelas redes sociais... O que aconteceu com a capacidade de indignação das pessoas? Todos querem apenas o espelho, pouco importa se quebrado ou de cristal. O objetivo é o Eu, o Eumismo, termo que criei para definir a presente Era Humana.

Os poderosos descobriram uma forma de dominação sem sangue e sem tortura física, que é o de jogar as pessoas umas contra as outras através de leis e estimulo a atitudes pseudo politicamente corretas que teoricamente as favorecem, mas que apenas tratam de acirrar a intolerância. Assim, a sociedade foi transformada em algo inócuo, que age segundo seus próprios e egoístas interesses. Estamos então numa sociedade que apenas consegue conjugar a primeira pessoa do singular em qualquer verbo e cujo verbo mais importante é o “ter” e onde o fascismo disfarçado de liberalismo impera. A Sociedade Humana foi dominada e parece gostar muito disso, ou ao menos não se importar.

Então, "Cohena Vive!” é contra tudo isso. E nesse ponto Cohena sou eu. Sou aquele que, com a imagem pintada num muro, clama por humanidade. Minhas armas são minhas palavras, amontoadas umas em seguida às outras formando poemas.. A poesia está em você, querido amigo ou amiga, em frente à estas páginas, sejam elas impressas em papel ou pontos num monitor de computador... E usando a frase que cunhei, a partir de uma dita por Pablo Picasso: minha arte não é para decorar estantes, é antes de tudo, uma arma de guerra. Até quando Cohena vive? Até quando viver a Poesia! Agora "Cohena Vive!" E Cohena sou eu!

02/11/2012

Tudo em Nome do Rock and Roll

Tudo em Nome do Rock and Roll
Barata Cichetto
Do Livro "Cohena Vive!" - 2012
Foto: Johnny Marbelo:  http://www.fotodependente.com   
Acordara tão triste quanto uma puta sem um gozo noturno
Ou um soldado que pisou na merda com seu novo coturno
Ah, nem tão triste feito um carrasco que perdeu seu condenado
E prendeu no próprio pescoço a sentença que tinham ordenado.

Acordara tão intenso quanto o fogo
E a intensidade era apenas um jogo
Tão maldito e tão triste feito um vulcão
Escorrendo feito saliva em boca de cão.

E acordara tão cansado quanto acorda uma criança
Bêbado feito uma puta e morto feito a tal esperança
E era maldito feito o Rock and Roll e pesado feito Metal
Mas a manhã era triste feito um Blues de noite de Natal.

Mas acordara com gosto de merda na língua, bosta na cama
E o cigarro tinha um sabor de derrota e fumaça não é chama
Então chama uma puta, calça a bota do soldado e enforca o carrasco
Que preciso apagar a luz, acender a chama e começar meu churrasco.

16/10/2012

Elogio à Mentira


Elogio à Mentira
Barata Cichetto

Falamos mal da mentira, a chamamos de prostituta e megera
Mas sem a mentira não existe a poesia, o sonho ou a quimera
Ah, quanto somos hipócritas em combater a mentira e ensejos
Porque nela, na mentira, estão todas as artes, sonhos e desejos.

Sem a mentira não há a paixão que sustente, relação que aguente
E pensando bem não existe verdade sem a mentira que a sustente
Pensando melhor não existe a verdade, apenas mentiras repetidas
Que reditas e recônditas as transformam em verdades mentidas.

A mentira é o político, o poeta e a prostituta; a mãe dos desgraçados
A criança e o ancião, a esposa e a amante, Deus e o Diabo abraçados
Brancas ou negras, pequenas ou grandes não existem meias verdades
Mas por semântica a mentira é sempre um inteiro ou duas metades.

E encerrando o presente elogio, cuja mentira é um poema horroroso
Confesso ser eu um falso poeta, um ser desprezível e um mentiroso
Que um arremedo de ode á falsidade da mente mentirosa ora retira
Pois tal não fosse jamais escreveria um mentiroso elogio à mentira.

Do Livro: "Cohena Vive!" - Editor'A Barata Artesanal
Registrado no E.D.A. da F.B.N Sob Nº.562.916 - Livro 1.073 Folha 473
Para Saber Mais ou Comprar o Livro:  http://www.abarata.com.br/livros.asp?secao=L&registro=7


14/07/2012

Meu Primeiro Poema Infantil


Meu Primeiro Poema Infantil
(Especialmente a Petrus e Isis)
Luiz Carlos Barata Cichetto
Do Livro "Cohena Vive!" - 2012 - Editor'A Barata Artesanal



Minha querida criança de olhar esperto
Chegue agora de minhas letras bem perto
Pediram um poema feito ao seu coração
Sem palavras pesadas, letras de adoração.

Um poema sem cores escuras e berrantes
Algo sem as bestas ou criaturas errantes.
Falaram que tinha que ser algo com pureza
E sabe os adultos quando falam com dureza.

Disseram que era preciso ser cheio de brandura
Num poema bonito, sem nenhuma amargura
Pois, contaram, as crianças tem ingenuidade
E portanto não poderia lhe falar de maldade.

Tinha que falar apenas sobre belos sentimentos
Porque existe o tempo em que terás sofrimentos
Ameaçaram também, que não podia falar de morte
Porque crianças, elas tem que crer na própria sorte.

Que tinha que ser bondoso e falar sobre a bondade
Ser mentiroso e falar sobre a mentira da igualdade
Deram tanta ordem sobre como tinha que ser o poema
Que pensei que jamais poderia resolver este problema.

Ainda ordenaram, eu tinha que falar sobre um ser
Aquele que lhes contam ser o dono do seu nascer
E então falaram e falaram sobre as crianças
Que eu não podia lhes retirar as esperanças.

E falaram tanto, que agora eu sentia que era um tolo
Que sem mentir não ganharia um pedaço desse bolo
Então me sentei, de castigo em um canto da sala
Chorei e pensei, sou apenas uma criança sem bala.

Então, criança, confesso que sou mesmo um perdido
Porque jamais lhe faria um poema sem teres pedido
E não poderia escrever meu primeiro poema infantil
Sabendo que feito aos adultos lhe trataria com ardil.

11/03/2012 - 5 da Manhã...

28/03/2012

Purple Haze e a Graça de Deus (Ou: Ela Só Queria Ser Um Anjo)

Poema de Barata Cichetto




Este vídeo foi montando usando trechos de filmes pornôs da década de 1920 e 30 e do filme Fausto (Faust - Eine Deutsche Volkssage, 1926), Direção: F.W. Murnau, baseado na peça de Goethe, onde Fausto, um velho alquimista evoca Mefistofeles e lhe pede sua juventude eterna.

Foram utilizados três programas de edição de vídeo: o Windows Movie Maker, o Vegas e o Media Subtitler para a inserção das legendas (o texto). A narração foi feita como programa de código livre Audacity.

Autor, Narração e Produção do Vídeo: Barata Cichetto (2012)
Trilha Sonora: Luiza Maria - "O Anjo"; Jimi Hendrix - "Purple Haze"; Cynthia Witthoft - "The Beelzebub's Tales To His Grandson"; "Lucifer In Red Clothes" e "Lucifer Between Us".

Poema Registrado na FBN, contido no Livro "Cohena Vive!" - 2012

25/03/2012

Cum Mortuis in Língua Mortua


Cum Mortuis in Língua Mortua
Barata Cichetto
(Com os Mortos em Língua Morta) - Titulo de uma das peças da suíte Quadros de uma Exposição de Modest Mussorgsky)

Este vídeo foi montando usando trechos de filmes pornôs da década de 1920 e 30 e de documentários sobre a Segunda Guerra Mundia. Foram usados efeitos de luz e cortinas de fumaça, além de trucagens, com o intuito de criar a atmosfera pedida o texto. Foram utilizados três programas de edição de vídeo: o Windows Movie Maker, o Vegas e o DivxLand para a inserção das legendas (o texto). A narração foi feita como programa de código livre Audacity, e como trilha sonora, trechos de músicas de Cynthia Witthoft.

Produção do Vídeo: Barata Cichetto (2012)
Trilha Sonora: Cynthia Witthoft
If Hell is Eternal Pain, then Heaven is Eternal Orgasm, Let's Fuck!; The Second World War e Brazilian Demon Possession
2012
www.abarata.com.br
Poema Registrado na FBN, contido no Livro "Cohena Vive!" - 2012



22/03/2012

À Sombra de Objetos Inexistentes


"Apenas lunáticos enxergam o lado escuro da Lua, mas quem percebe a sombra de objetos inexistentes?". Este é o principio deste poema em prosa escrito por Barata Cichetto, que fala do desespero e solidão causados pela modernidade. O título é uma "resposta" à explicação pelos membros da banda Pink Floyd ao disco "The Dark Side Of The Moon". O texto é repleto de citações "floydianas" e particularmente é dedicado a um dos maiores gênios da música contemporânea, mentor e criador do Pink Floyd, Roger "Syd" Barrett.

"Antes do começo e depois do fim... A sombra... De objetos inexistentes.". o vídeo foi montando usando trechos de filmes pornôs da década de 1920 e 30 e de outros filmes antigos, como "Viagem à Lua", além de inserções narrando o poema. Foram usados efeitos de luz e cortinas de fumaça, além de trucagens, com o intuito de criar uma atmosfera de sombra e sexualidade, como pedia o texto. Foram utilizados três programas de edição de vídeo: o Windows Movie Maker, o Vegas e o DivxLand para a inserção das legendas (o texto). A narração foi feita com o programa de código livre Audacity, e como trilha sonora, trechos de músicas da banda Pink Floyd. 

17/03/2012

Cohena Vive! - O Livro

(Pronuncia-se: "Córrena")

Composto de 54 poemas, a maior parte sobre a dor, a angústia, a incompreensão e apreensão sobre os destinos dos seres desumanos, "Cohena Vive!" é o 12º livro publicado pelo poeta, escritor, webdesigner, artesão e produtor de webradio Barata Cichetto, 54 anos completos, escritos no período entre 2011 e 2012. O terceiro em papel, incluindo o primeiro, de 1981, impresso em mimeógrafo a álcool. O segundo, uma junção de dois outros chamava-se "O Cu de Vênus" e tinha cerca de 100 poemas do autor. "Cohena Vive!" é mais um projeto da Editor'A Barata Artesanal, criada pelo autor, que publica livros artesanais em pequenas tiragens.

Antes que alguém pergunte, Cohena sou eu... Sou eu porque o nome Cohena, com referencia à minha pessoa apareceu num sonho que tive e que relatei na crônica-poesia que dá nome ao livro. "Cohena Vive!" é decorrência de um processo de composição e decomposição pessoal, fruto da percepção da decadência da espécie humana, que se arrasta por um planeta que ela mesma destruiu. Angustiado pela alienação com que a maioria das pessoas, embora portando armas poderosíssimas nunca sonhadas, se entrega aos dominadores e à falsa liberdade "proporcionada" pelas redes sociais... O que aconteceu com a capacidade de indignação das pessoas? Todos querem apenas o espelho, pouco importa se quebrado ou de cristal. O objetivo é o Eu, o Eumismo, termo que criei para definir a presente Era Humana.

Os poderosos descobriram uma forma de dominação sem sangue e sem tortura física, que é o de jogar as pessoas umas contra as outras através de leis e estimulo a atitudes pseudo politicamente corretas que teoricamente as favorecem, mas que apenas tratam de acirrar a intolerância. Assim, a sociedade foi transformada em algo inócuo, que age segundo seus próprios e egoístas interesses. Estamos então numa sociedade que apenas consegue conjugar a primeira pessoa do singular em qualquer verbo e cujo verbo mais importante é o “ter” e onde o fascismo disfarçado de liberalismo impera. A Sociedade Humana foi dominada e parece gostar muito disso, ou ao menos não se importar.

Então, "Cohena Vive!” é contra tudo isso. E nesse ponto Cohena sou eu. Sou aquele que, com a imagem pintada num muro, clama por humanidade. Minhas armas são minhas palavras, amontoadas umas em seguida às outras formando poemas.. A poesia está em você, querido amigo ou amiga, em frente à estas páginas, sejam elas impressas em papel ou pontos num monitor de computador... E usando a frase que cunhei, a partir de uma dita por Pablo Picasso: minha arte não é para decorar estantes, é antes de tudo, uma arma de guerra. Até quando Cohena vive? Até quando viver a Poesia! Agora "Cohena Vive!" E Cohena sou eu!

18/03/2012




06/03/2012

Cohena Vive!

Cohena Vive!
(Leia-se: "Córrena")
Luiz Carlos Cichetto

Daqui a pouco irá amanhecer. São quatro e meia da manhã, e daqui a pouco... "Cohena é um ser humano", disseram em meu sonho. "Não jogue terra sobre ele!" Cohena? Sim, sou eu! Cohena. Nome estranho, personagem estranho até mesmo para um sonho... Mas os sonhos têm licença poética, diriam os poetas... Aqueles que também não dormem ás quatro e meia da manhã.

Daqui a pouco minha mulher estará acordando e eu farei o café para ela, lhe darei um beijo e ela irá trabalhar, contente por ajudar o marido fracassado em manter o aluguel do porão que chamamos de lar. E eu estarei deitado, cansado depois de uma noite de pesadelos e poesias. "Não joguem terra sobre Cohena, ele ainda respira!", diria a personagem de meu pesadelo á outra, enquanto eu escorregaria por uma montanha de terra e entulhos. Falta o ar. São quatro e meia, quase cinco da manhã e Cohena não dorme. Aperta as teclas e parece querer esmagar a todas feito batatas cozidas... Quase cinco... O cursor piscando, piscando, piscando... E Cohena não consegue dormir.  “Deixem Cohena dormir...!” 

Bem que eu poderia ler um livro de poemas ou assistir um filme pornô. Não! Fotos eróticas? Também não... Ou melhor, talvez seja interessante, sim. Fotos eróticas de mulheres sem pelos pubianos, bicos pequenos e duros.. bundas... Bundas! Cohena gosta de bundas, não joguem terra sobre Cohena.

São cinco, mais de cinco horas da manhã agora e as fotos ficam desbotadas aos olhos cansados de Cohena. As fotos, as mulheres, os peitinhos... Desbotados e cansados feito os sonhos de Cohena, aquele que ainda vive.

Queria calçar minhas botas, fechar o cinto das calças e ir até um bar e encher a cara de cerveja. Mas odeio bares, musica popular melosa e bêbados de fala pastosa. Odeio coisas grudentas e pastosas. Odeio donos de bares e odeio a sensação horrorosa da bebida, o torpor estúpido e a falta de controle sobre mim mesmo, sobre minha mente... Odeio! Não gosto de bares cheios de putas prontas a roubar meu dinheiro, fedendo a urina e formol. Odeio putas que jogam bilhar e mascam chicletes ao mesmo tempo em que bebem cerveja. Odeio bêbados pastosos, bares sebosos, putas melosas e bebidas sem rima. E também não tenho nenhuma garrafa de bebida em casa, apenas café. Café e cigarros. Cafeína e nicotina são minhas drogas... Não joguem terra sobre Cohena, deixem que ele morra dentro de meus sonhos, dentro de meus pesadelos, deixem que ele morra!

Mais de cinco... Cinco e vinte... E o tempo... Esse carrasco maldito que cavou sulcos em minha face, que tingiu de branco meus cabelos, que transformou minha pele numa coisa quebradiça e flácida. Maldito carrasco que não espera o amanhã chegar, que transforma o hoje em ontem, o segundo anterior em apenas lembranças... "Daqui a pouco irá amanhecer", assim começou esse texto, mas isso já é passado, porque o tempo não espera que eu termine agora, apenas depois. E depois, quando terminar não será depois, será o agora... Depois...

Depois... "Deixem Cohena em paz!" Pesadelos são fracassos que tomam forma, desejos que tomam nossas mentes enquanto dormimos... E de fracassos e desejos, de desejos fracassados somamos noites e noites sem dormir direito. Quatro e meia da manhã era, agora são quase cinco e meia e nem sei quanto demora ainda a amanhecer e os trabalhadores sairem em direção a estação de trem, chacoalhando suas existências miseráveis em busca de um amanhã que no fim nunca terão. No fim da linha do trem apenas a morte, nada mais.

Os trabalhadores que chacoalham no trem a caminho de um trabalho miserável, também sonham que são Cohena? Cohena habita também os pesadelos dos trabalhadores? Ou apenas dos idiotas poetas insones e insanos? Cohena vive dentro deles?

Amanhece, amanhece... Quero a manhã, o amanhã... Enquanto os ponteiros do relógio esmagam minha cabeça e eu as teclas do computador, minha mulher dorme, linda, tranquila... Estaria ela também sonhando que é Cohena? Não atirem pedras em Cohena, não atirem terra sobre ela. Ela é tão doce, ela é tão meiga e tão sensual que nem acredito que está ali, deitada em minha cama enquanto eu permaneço acordado numa noite que deveria estar dormindo abraçado à sua nudez. Sua mudez é linda e sua beleza é muda. “Cohena está vivo!”, picharam no muro dos meus pesadelos. E “Cohena é Deus”, em outra parede descascada e desbotada.

Eram quatro e meia da manhã... Mas agora é bem mais. E o sol empurra a janela e entra, machucando e queimando meus olhos acostumados à escuridão desse porão que chamamos de lar, enquanto minha mulher ainda dorme, nua feito a Lua. Não sou mais só, não estou mais só. Cohena?  O Sol conhece Cohena? Seria Cohena o Sol?

Mas Cohena é apenas um pesadelo e minha mulher acorda e sai para trabalho, enquanto eu deito e tenho pesadelos em que sou Cohena, apenas um poeta, um escritor que não consegue dormir nem as quatro meia da manhã, enquanto trabalhadores se preparam para acordar e ir ao trabalho, sustentando seus lares, pagando o aluguel de porões que chamam de lares.

Mas eu, eu sou Cohena, aquele que ainda respira deslizando em um monte de terra e entulho enquanto as mulheres sujas e desgrenhadas gritam de dentro de um carro amassado: “Cohena Vive! Não joguem terra sobre ele. Cohena é um ser humano!”

6/3/2012


09/08/2011

(Poesia) Réquiem Para os Vivos


Réquiem Para os Vivos
Barata Cichetto

Pois quando morrer um daqueles que eu amo tanto
Decerto por ele derramarei o meu mais puro pranto
Mas não peçam que compareça a fúnebre cerimônia
Pois que não gosto de rosas, de rezas ou de amônia.

Quando morrer algum daqueles que eu tanto detesto
Ao certo dirão que sou um louco e que eu não presto
Porque em seu sepultamento darei a minha presença
Pois que a morte, a esta nunca tratei com indiferença.

Eis que então dirão aqueles, estandartes da hipocrisia
Que um dia minha morte chegará acabando a poesia
E a estes agora respondo, que deixem o morto a sós
Porque a Morte é a única santa que irá rogar por nós.

E então tirem hipócritas, rezas e rosas da minha frente
Deixem que fique sozinho com a bicharada indiferente
E deixem tocar a música, réquiem para um poeta terno
Que da existência fez morte e da morte o amor eterno.