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12/12/2019

Devastação

Devastação
Barata Cichetto



"Sabes quem sou eu?" - Perguntou a moça de tranças,
Assentada no dorso de um cavalo, com duas crianças.
Uma princesa, creio, respondi encolhendo os ombros,
E olhando a terra devastada que jazia em escombros.

"Mas como sabes que sou princesa, oh, nobre vate?"
Inquiriu a donzela, nem tão bela, e como quem late.
A princesa da morte, decerto; olhes bem o que cavalgas,
Um velho garanhão sem dentes e de patas muito largas.

"Falas de meu rocim, tolo plebeu de odes vadias?"
Quis saber a dama que nas mãos trazia covardias.
Falo de teu cavalo, de tua algibeira, e de teu chicote,
Disse eu, olhando-lhe os seios por debaixo do decote.

"Que ousadia tem o poeta chamando-me de sombria,
E não fosse eu acracia princesa, a tua sorte eu selaria."
Disse a dama, se enroscando nas rendas do seu tecido,
Tropeçando nas pedras e rasgando inteiro seu vestido.

"Como ousas olhar para mim com olhares tão fogosos,
Pois não sabes que sou apenas dos nobres fragorosos?"
Enxotando o animal a possuí sobre a terra calcinada,
Sob os aplausos escandalosos de multidão alucinada.

"Que queres de mim, depois de ter minha virgindade?"
Perguntou a mulher, com sorriso de falsa ingenuidade.
Quero que montes no teu pangaré e sumas nas cinzas,
Respondi-lhe com o orgulho tolo de velhos ranzinzas.

"Sou uma princesa, por acaso terás disso esquecido?"
E sua pergunta era arrogante e me senti enfurecido,
Juntei-lhe pela garganta e atirei-a ao solo feito boneca,
E a peruca caiu ao longe, exibindo uma cabeça careca.

"Vês agora, inominável poeta, que selastes a teu destino,
Pois que posso com minha lança rasgar-lhe o intestino?"
E das brumas negras surgiu uma horda de maltrapilhos,
Brandindo foices e martelos sob as ordens de caudilhos.

"De que forma desejas morrer, oh poeta de ode pervertida?
Basta-me, no entanto um dedo, para sua pena ser invertida."
E a perversa amparada pelos soldados pisou meus bagos,
Com o batalhão de famintos sucumbindo aos seus afagos.

"Posso arrancar-lhe tudo aquilo que tens de riqueza, poeta,
E jamais andarás pela terra devastada fingindo ser profeta."
Resfolegando feito cavalo, gritei-lhe um insulto inauspicioso,
Enquanto a maldita gargalhava derramando liquido rançoso.

"Maldito poeta, eu te condeno em nome da estrela rubra,
E tua existência será esquecida antes que a terra te cubra."
Ah, maldita princesa da morte, prostituta das camarilhas,
Teu sangue imundo um dia correrá junto com tuas filhas.

"Insolente pervertido, que a justiça te caia sobre a cabeça,
Por justo tenha que até teu filho pródigo de ti se esqueça."
E por ultimo pude enxergar o tirano sem um dedo na mão
Cavalgando até mim sobre as costas vergadas de um anão.

26/09/2019
©Luiz Carlos Cichettto - Direitos Autorais Reservados

16/11/2019

O Que é Isso, Companheira?

O Que é Isso, Companheira?
Barata Cichetto

Arte: Hamza Nesrate


Ela passou mais de um ano pedindo a liberdade ao ladrão,
Político que roubou a terra e portanto não merecia perdão.
Chegou a dormir na calçada, e comeu pão com mortadela,
E quase gozou quando o desgraçado lhe acenou da janela.

Dormiu até com deputado da oposição cheio de dinheiro,
Para ir até a cidade gritar pela liberdade do companheiro.
Ela sabia quem ele era, e que perderia toda sua dignidade,
Mas aceitou transar, apenas para justificar a necessidade.

Comprou camiseta vermelha com a estampa do milionário,
Acreditando que o mentiroso era pobre, portanto solidário.
E acreditou tanto, que tatuagem na perna deixou esculpir,
Pintou no rosto uma estrela e foi para a rua cagar e cuspir.

A dignidade de mulher, a custo conquistada por outras damas,
Ela jogou no chiqueiro onde porcos imundos fizeram de camas.
Xingou pai de fascista, mãe de egoísta, e achou ser comunista,
Sem saber o preço de nada, e nunca pagar a conta do dentista.

Chamou a todos de racista sem perceber seu próprio conceito,
E de nazista a qualquer um que discordou do seu preconceito.
Numa arrogância peculiar, em defesa das chamadas minorias,
Demonstrou ignorância acreditando em igualdade por teorias.

Pintou o cabelo de roxo, cor-de-rosa e depois de amarelo,
Na base da nuca mandou tatuar uma foice e um martelo.
Colocou piercing de estrelas nos mamilos, e calçou coturno,
E xingou de fascista o padeiro, e de gado o guarda-noturno.

Brigou pelos privilégios que se arvorou de forma vil e arrogante,
E pelo direito de ter livre a esquerda ao descer a escada rolante.
Fez da esperteza seu dever, pilhar e roubar agora era ocupação,
E cobrar aluguel dos desvalidos, o que chamou de participação.

Gritou palavras de ordem e por ordem de alguém pichou muros,
Sem nunca conhecer a real razão por trás de tempos tão duros.
Por sua própria vontade aceitou o imposto por cerebral lavagem,
E assim deixou de ser uma pessoa, e virou apenas uma imagem.

Deixou de usar sutiã, maquiagem e depilar o suvaco e as pernas,
Crendo em mentiras que por bocas rotas viram verdades eternas.
Namorou traficante, fumou maconha e deu tiro de fuzil na favela,
Ficou tão bêbada que deu para doze acreditando ser uma novela.

Trocou o sentido das palavras e matou da língua seu significado,
Berrou em nome da liberdade, sem saber que a tinha sacrificado.
Chamou autoridade de opressão e de pai o malfeitor sacripanta,
Mas nunca chegou em casa depois de estar pronta a sua janta.

Acreditou na justiça pelos seus olhos, e assim a tudo sacrificar
E o que era o errado virou certo desde que pudesse lhe justicar.
Seu corpo eram suas regras e assim aborto virou revolucionário,
E virou dívida e direito aquilo que era apenas um ato partidário.

Exaltou o genocídio de acordo com a necessidade da revolução,
Acreditando que o importante era a causa e nunca seu coração.
Se indignou com a morte do moleque que matou um policial,
E na estação colocou fogo no Museu que não tinha fim social.

Quando enfim o bandido deixou as grades, sonhou ser dama,
E acordou molhada com um cadáver aos pés da própria cama.
Tinha tanta fé naquele que acreditava ser seu novo Salvador,
Que não percebeu o sangue escorrendo das mãos do ditador.

09/11/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

22/09/2019

Lumpesinato

Lumpesinato 
Luiz Carlos Cichetto


O termo Lumpen Proletariat, que pode ser traduzido como lumpesinato foi criado por Karl Marx e Friedrich Engels em 1845, e designa o queeles chamam de "subproletariado": "a população situada socialmente abaixo do proletariado, do ponto de vista das condições de vida e de trabalho, formada por frações miseráveis, não organizadas do proletariado, não apenas destituídas de recursos econômicos, mas também desprovidas de consciência política e de classe, sendo, portanto, suscetíveis de servir aos interesses da burguesia. Assim, segundo os teóricos da revolução, o lumpemproletariado seria pernicioso, já que seu cinismo e sua absoluta ausência de valores poderiam contaminar a consciência revolucionária do proletariado."

Interessante notar, quando olhamos com olhos mais sinceros e ouvidos não contaminados, que é justamente essa parcela da população que serve aos interesses da "esquerda". São essas pessoas que, por medo, ignorância ou interesse próprio alimentam a causa deles. São usados como bucha de canhão por uma burguesia socialista-comunista que miram em seus próprios interesses apenas. Assim, comunidades pobres são usadas como escudo humano, protegendo traficantes e alimentando a catarse popular. Jogar a população contra a polícia, protegendo assim o crime, é apenas a ponta visível de um iceberg. 

Temos sim, que nos indignar contra qualquer espécie de abuso, temos sim que lamentar mortes, mas que sejam todas. Há mártires, sim, mas de todos os lados. Eleger como herói um bandido morto e nem tomar conhecimento de um um policial torturado e morto não me parece uma atitude humana, mas é esse o jogo deles. Aliaram-se a bandidos, pois que são bandidos. E bandidos não tem moral, não tem ética, não tem humanidade.

22/09/2019

08/09/2019

Porcos Não Usam Colares

Porcos Não Usam Colares
Luiz Carlos Cichetto


Porcos dividem o mesmo cocho, a mesma lavagem, feita de sobras das mesas do poder. E um empurra o outro, dizendo que o outro é mais porco. O porco branco se acha melhor que o porco preto, o porco amarelo se diz superior. Cobram se entre si o que nenhum deles deve, enquanto a lavagem esfria. Todos são porcos diferentes, mas alguns porcos são mais diferentes que outros porcos. Ou mais porcos que outros. Enquanto isso, estala o chicote no lombo de todos os porcos, porque para os donos da porcaria, todos os porcos são iguais, e é ilusão da igualdade o que os separa. Do cocho ou da mesa de jantar. Que tipo de porco você é? Dá para escolher. Ou não?

07/09/2019