O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


Mostrando postagens com marcador Coronarianas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Coronarianas. Mostrar todas as postagens

17/04/2020

CORONARIANA Nº 30

CORONARIANA Nº 30
Barata Cichetto



Estou pronto! Quando chega o ônibus do poder? Que carrega a nação sem noção? Estou pronto, quando chegar o trem na estação, e carregar meu coração. Estou pronto! Quando chegar o avião, que leva ao ar sem condição, o político ladrão, o pobre sem refeição, e o poeta sem direção. Estou pronto. Encostem a carruagem no trilho do bonde, celem o cavalo do bandido, e a mosca do cocô. Estou pronto. Para o caos, programado no porão do poder. Onde senta um chinês, uma bicha e um filho da puta. Escrevo contra o decreto, de isolamento, de sofrimento, de corrimento, de cimento contra o abstrato. Escrevo sem nexo, sem sexo, e sem circunflexo o palavrão. Estou com tesão, mas não pode não. Tesão contagia e propaga. Respiração pode não. Sufoco e sem foco. Com fogo e sem paixão. Não é nada, não. Nada é não e não é nada. Tudo é paixão. Tudo é tesão, tudo é cérebro. Nada é corpo. Tudo é porco. Porcos sentem tesão, poetas também não. E o anão, sem dedo na mão coloca fogo no circo. E a equilibrista de pernas abertas espera o cafetão na porta da estação. Acorda, Brasil!

08/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 29

CORONARIANA Nº 29
Barata Cichetto



Deitado no chão, em meu colchão de ar, assopro o cabelo que me teima em cair no rosto. Coço a barba, longa e branca e ensaio uma punheta. Na ampulheta a esperança de "dias melhores", que jamais chegarão. Não existem dias melhores, nem piores. Há dias em que a gente morre, outros não. Filosofia de pés sujos, de botequim e de puteiro. As putas estão solitárias. Fecharam o puteiro. Seus filhos e mães estão com fome. "Nem na pandemia de AIDS nos impediram de trabalhar", reclamam. Estão tristes minhas putas, como diria Garcia Marquez, e não sabem escrever memórias, apenas contar histórias de um tempo em que não morreram. Fecharam os puteiros, e não tem graça nenhuma. A piada não é engraçada, é disfarçada. É risada desgraçada. Deitado no chão, a punheta não sai. Preciso escrever sobre putas, não sobre epidemias. Há caráter em tudo. E motivo em nada.

07/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 28

CORONARIANA Nº 28
Barata Cichetto




Nada de praia, nada de dominó, nada de respirar na praça. Os pombos da praça estão com depressão, que não tem em quem cagar, o mendigo sem fumar, que não há a quem pedir o cigarro, os sem teto estão famintos, por não terem quem lhes dê uma moeda. Não há odores nas ruas, nem do pão da chaminé da padaria, nem das flores do florista, nem do perfume das putas, nem dos suores dos trabalhadores, nem dos cigarros, nem dos escapamentos. Não há odores, apenas cheiros. De medo e de terror. De morte. E todos, absolutamente todos, com medo simplesmente de respirar. Enquanto isso, políticos decretam o fim. Brigam numa rinha infinita por poder. Todos eles ganham, todos nós perdemos. Agora, nosso existir resume-se a caminhadas pelos retângulos cinzas dessa moldura azul. É a rua que nos permitem.

06/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 27

CORONARIANA Nº 27
Barata Cichetto



Todos nós aqui, incluindo a ti e a mim, somos medíocres tentando expor nossa superioridade, todos. Qualquer um acredita ser o dono absoluto da verdade, o que nos torna ainda mais que medíocres, prepotentes. Essa é a função de redes (anti) sociais: expor nossa imbecilidade, disfarçando a fragilidade.

06/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

16/04/2020

CORONARIANA Nº 26 - PANDEMIA-PANDEMÔNIO

CORONARIANA Nº 26 - PANDEMIA-PANDEMÔNIO
Barata Cichetto



Há pouco menos de um ano, logo depois de completar 61 de existência, e de estar passando por uma depressão, entre outras coisas por descaso familiar e mudança de cidade, decidi que precisaria me cuidar melhor, e tentar sair dessa situação. Para tanto, comecei a me alimentar melhor, reduzi o consumo de cigarros e a usar ervas para tentar reequilibrar o organismo. Em Janeiro comecei a perceber melhoras e a produzir, trabalhar mais, visando manter a cabeça ocupada, e tramei a edição de um livro que vinha postergando há anos. Minha auto-estima melhorou, apesar de todos os problemas pessoais e financeiros.
Acontece que, por coincidência logo após o carnaval, explode o pandemônio-pandemia, com o terrorismo da Ditadura do Voluntariado, com o ódio e a guerra a tudo que fosse contra isso pudessem desencadear. Para terminar, a Uiclap, poucas horas antes do que eu tinha planejado lançar o livro, resolver cancelar as vendas, o que jogou todo o trabalho e planejamento no lixo. Entendi a posição da Editora, mas isso foi à gota d'água para que minha cabeça saísse do seu trabalhoso centramento e girasse a ponto de perder todo o entusiasmo e com ele o apetite e o sono. Voltei a fumar desbragadamente e ao ser forçado a me tornar enclausurado, por conta menos de prevenção e mais ao terrorismo, minhas caminhadas cessaram.
O resultado disso ainda não sei, mas é certo que não será bom. Ademais, sei de muitas pessoas com históricos parecidos, e espero que pessoas em situação similar não sucumbam diante dessa guerra armada, em função de vírus que, sim causará mortes, como qualquer outro, em maior ou menor número, mas mais que qualquer outro resultará em mortes que não serão contabilizadas nas estatísticas dele, tão adoradas pelos estandartes do caos.

05/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 25

CORONARIANA Nº 25
Barata Cichetto



Meu colchão é no chão. Meus quatro metros quadrados de território, sem oratório e sem flexão abdominal. Minha gata dorme em cima da minha cabeça. Respiro o que posso, e o que me deixam. A Ditadura do Voluntariado tomou conta das ruas. Sou idoso, e quem sabe o último barbudo do planeta Terra. Preciso achar um caminho, mas não sei por onde começar.

04/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 24

CORONARIANA Nº 24
Barata Cichetto



Em breve, ainda antes do apocalipse zumbi, estarei lançando minha Ontologia Poética (Ontologia, mesmo). E estarei por aí, chutando uns rabos sujos e fodendo outros. E depois, eu, o último barbudo do mundo, e meu amigo Paulo Castro, vamos tomar uns drinks no inferno com Salma Hayek.

04/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 23

CORONARIANA Nº 23
Barata Cichetto



Eu, que sempre fui deixado do lado de fora, fui trancafiado, enquanto eles estão lá, lançando sua ira e seu terror, ninando meus filhos e preparando seu reinado de escuridão. Prendam a respiração e curtam a publicação. Não respirem, compartilhem a informação. Morram de inanição. Facebook is God. Parem de falar, parem de chorar, parem de lamentar. Parem de respirar. Respirar contamina. Tudo no humano contamina. Se calem, não se falem. Apenas se odeiem, que seu porco é melhor que o do outro. Escolham seu lado na guerra. Escolham sua forma de morrer. Contaminação ou inanição. O futuro da nação. Depende da sua condição. De pulga de circo. De circo de horrores. Parem. Parem tudo. Sejam o nada.

04/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 22

CORONARIANA Nº 22
Barata Cichetto



Há alguns anos venho brigando com minha ansiedade, angústia e, principalmente depressão, acompanhada de seus "efeitos colaterais", como desejo de suicídio. Venho me empenhando em sair dessa situação, sem virar um dependente de drogas legais, ou ilegais que sejam. O artifício que encontrei, além da sempre presente necessidade de escrever, foi me dedicar ao trabalho, seja ele de que forma for, remunerado ou não. Ocupar minha cabeça e meu corpo me mantiveram nos últimos meses longe desses pensamentos e sentimentos. Abracei o sonho de um amigo, o Wladimir de Paula, pessoa de caráter íntegro e uma vontade de trabalhar e acerta fora do comum. Criei artes, vinhetas, e atualmente sou responsável atualmente por cinco programas semanais, sendo que com isso produzo cerca de quinze horas de programas semanais, fora tempo gasto em pesquisas, edições e contatos, que multiplica esse numero certamente por três.
Tudo isso, entretanto, foi sendo desmontado com a paranóia criada pela mídia, por políticos escrotos e alimentada pelas pessoas que, seguindo a cartilha da massa burra e manipulável que amplifica o caos ao limite do insuportável, transformando uma epidemia séria num pasto para seus desejos de poder e ódios guardados. Afinal, as pessoas precisam ser guiadas, mesmo que seja ao matadouro, por nossos queridos e humanísticos líderes. Não basta educar, não basta ensinar. O pânico tem mais efeito. E segundo alguns, "é para nosso bem."
Nos últimos dias, com tudo isso, venho experimentando novamente as valas escuras da depressão, e nem direito de sair à rua e encontrar algumas pessoas, e beber uma cerveja e distrair o desejo da morte existe mais.
É certo que essa Gripe Chinesa, como todas as doenças que apareceram durante a existência da humanidade e antes dela, irá causar vítimas fatais, e as estatísticas serão engordas para aumentar o pânico, e assim buscar a eficácia nos métodos de controle, mas e quando as mortes que advirão desse isolamento forçado, "para nosso bem", de pessoas que morrerão por suicídio, violência e outras coisas. Serão todos colocados numa vala comum, aquela do dia-a-dia, e serão desprezadas.
Ao citar a minha própria experiência, tenho consciência de que o sinto hoje não é exclusivo, e sei de muitas pessoas que, como eu, se sentem sem qualquer expectativa, afinal, depressão não dá mídia, depressão não é contagiosa, não pega por beijo-abraço-aperto-de-mão. Mas garanto que o numero de mortes no mesmo período que a Gripe Chinesa é maior. E quem se interessa por isso? A não ser que alguém se sinta exatamente igual, vai me tachar como egoísta e maluco.

03/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 21

CORONARIANA Nº 21
Barata Cichetto



Sobre epidemias e manipulações: ano passado, com a epidemia de Dengue, Araraquara, cidade onde moro e tem uma população de cerca de 240.000 habitantes, teve 27.000 casos da doença confirmados, e oito óbitos. Percentualmente, esse numero correspondente a mais de 10 por cento da população. Tal proporção, se levada à comparação com o país, significaria um numero perto de 20 milhões e daí daria para se calcular o numero de mortos usando a mesma régua. Os postos de saúde andavam lotados, e a prefeitura o que fez, sendo que se sabia exatamente onde moravam os inimigos: basicamente em vagões de trem abandonados: usou um drone pulverizando, em duas oportunidades. O foco continuou vivo. Neste ano, parece que simplesmente o mosquito da dengue resolveu dar uma trégua, já que existe coisa pior que ele. Só que não. A dengue continua fazendo vítimas, mas não está mais na moda.

03/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 20

CORONARIANA Nº 20
Barata Cichetto



Em 2014, o estado de São Paulo especialmente, foi envolvido numa crise sem precedentes de falta d'água. As pessoas entraram em desespero, diminuindo seu consumo de água, abrindo mão de higiene, e os que eram pegos cometendo o crime de "desperdício", eram sistematicamente ostracizados e ofendidos por vizinhos zelosos do futuro do planeta. A crise, como sempre atribuída a "fatores naturais", foi contestada por alguns que tentaram demonstrar que era fabricada. E com isso, a loucura desenfreada em busca de comprar - e pagar qualquer preço - por caixas d'água gigantes, e campanhas de conscientização, acabou enriquecendo mais ainda os fabricantes de tal item e os donos de depósitos de material de construção. Enquanto isso, a Sabesp,a segunda mais empresa do país, foi transformada em empresa de Capital Aberto, com ações negociadas no mercado internacional, e seus maiores clientes, fabricantes de bebidas, por exemplo, eram bonificados e tinham descontos por serem grandes clientes da empresa. Poucos meses depois, a tal crise desapareceu da mídia e as pessoas retornaram seu estranho hábito de usar a água como qualquer ser civilizado o faz. Nessa época se falava em mortandades infinitas e se atribuía aos céus o castigo. Em meio a isso, o senhor Geraldo Alckimin, do PSDB, foi reeleito governador. 
Em resumo, as catástrofes podem não ser criadas por esses políticos, mas sempre serão usadas em proveito próprios e de seus apadrinhados. E criar o pânico faz parte da sua estratégia de marketing. Aquele velho ditado: criam a dificuldade para vender facilidade. "Criam a doença, depois vendem o remédio.", como cantou a banda Outro Destino. 

03/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 19

CORONARIANA Nº 19
Barata Cichetto



Com relação a minha poesia, o sentimento que busco, que a pessoa que a ler se "aproprie" de minha poesia, no sentido de usufruir e compartilhar seus próprios sentimentos. Não falo de política na minha poesia, não falo de lugares, falo de coisas que estou certo estão dentro de muitos, que não o admitem, pois têm vergonha ou medo. Acho que é por isso que pouca gente gosta do que escrevo: vergonha ou medo.

03/04/2015
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 18

CORONARIANA Nº 18
Barata Cichetto



Não estou em quarentena, mas em isolamento. Não, não comecei há um mês, uma semana, e não foi voluntário, nem por causa da gripe chinesa. O isolamento começou há muito tempo, creio que desde que nasci, mas para não parecer dramático, meu isolamento social nada em a ver com minha idade, 61 anos, mas com meu pensamento e minha forma de agir, e isso me custou caro, sempre. Afinal, quem aceita uma pessoa que preza por sua própria mentalidade, acima de dogmas e ideologias criminosas? Quem preza por alguém que sempre ficou de fora de todas as pragas? Que é chamado de comunista pelos fanáticos da direita, e de fascista pelos fanáticos da esquerda? Alguém aceita? Não, não seja hipócrita, a não ser que entenda o que eu falo. Não finja que entende, ou então ou se cale. E a não ser que me entenda, se junte aos que me isolaram, não por uma doença, não por me preservar, mas por terem medo do contágio, com uma mente livre, de pés sujos e mãos limpas.

31/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 17

CORONARIANA Nº 17
Barata Cichetto



Numa sociedade cada vez mais isolada do mundo real através das redes sociais, cada vez menos consciente do externo às telas de computadores e celulares, cada vez mais isolada num mundo virtual, de mentirinha, e dentro de seus próprios "teres", uma doença que pode ser adquirida por qualquer contato físico, até pela respiração, é algo muito providencial. Quando tudo isso passar, e de alguma forma vai, como tantas outros apocalipses anunciados e nunca ocorridos, as pessoas nem perceberão, mas continuarão isoladas mais ainda, natural e alegremente. Agora há a desculpa perfeita!

29/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 16

CORONARIANA Nº 16
Barata Cichetto



Numa crise aguda, seja ela de que natureza for, especialmente as que ameaçam a humanidade em conjunto, pessoas que ousam pensar fora dos muros de ignorância erguidos pelos porcos sedentos de poder, são escorraçadas, humilhados, tachados de loucos, desacreditados e até ameaçados de morte. Afinal, sua teimosia em pensar além da letalidade principal, considerando outras tão ou mais, enxergando num multiverso fora do caos, é um crime perante a manada que segue no corredor estreito construído com tijolos banhados em sangue, rumo ao destino a eles traçado.
Assim, a história está repleta deles, do mesmo jeito que cheia de monstros que lavaram suas mãos no sangue que derramaram. 
Outras doenças tão ou mais fatais apareceram nas ultimas décadas, e o caos pregado pela imprensa que sempre lucra com isso, e propagado por bocas mocas, nunca aconteceu. Em pouco tempo foi esquecido, os mortos enterrados e os lucros, financeiros e políticos devidamente cacifados.
Sempre busquei a análise ampla e honesta de todas as coisas e meus sessenta e dois anos de idade me deram vivência suficiente, por tudo que vi, ouvi e pensei, para perceber certas coisas, especialmente a não confiar em boas intenções de quaisquer políticos.
Há uns dez dias venho publicando textos nunca falando diretamente sobre a Gripe Chinesa, nem sobre política, mas que todos entenderam as intenções constantes deles. Percebo o medo e o desespero em cada postagem nervosa em Facebook, mesmo quando tentam disfarçar postando piadas fora desse contexto. Por outro lado percebo também pessoas a quem tenho como portadores de inteligência e bom senso sucumbindo ao terrorismo imposto. Ninguém está imune, aparentemente.
Claro que temos uma crise mundial de saúde, óbvio que temos um vírus poderoso e causará a morte de muita gente, como sempre tivemos na história da humanidade. A única diferença é que temos um instrumento de disseminação de toda sorte de besteiras, de pânico, etc. O Facebook e outras redes sociais são exatamente o que aqueles que criaram e manipular essa situação precisavam. Idiotas espalham o pânico e disfarçam de prevenção e cuidado.
Existe, sim uma crise de saúde mundial, mas a maior crise que estamos enfrentando é a de caráter. O caráter humano está à mostra, e seu maior traço, a hipocrisia, à mostra. Como pus de seu vírus interior.
Não escreverei mais sobre esse assunto, nem indiretamente.

28/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

15/04/2020

CORONARIANA Nº 15

CORONARIANA Nº 15
Barata Cichetto



Estamos diante de um imenso fracasso. O fracasso da espécie humana. Fracassamos como raça evoluída. Acreditem! Somos uma sub-raça, imersos num cupinzeiro (cupins, sociedade que corrói, não confundir com formigas). Diante do medo nos borramos nas calças e chamamos mamãe, papai, Jesus, Lênin, Buda, Jesus, Stalin, Bolsonaro, Lula, e nossos pares de fascistas e loucos, enquanto continuamos com nossa saga demente de nos proliferarmos, feito lagartixas, feito baratas, feito vermes. Diante de nossos medos clamamos aos chinelos que nos abatem. Fracassamos, pois! Somos merecedores do que plantamos. O medo não nos fez fortes como deveria. O medo nos reduziu a larvas. De raça dominante a meros espectadores de minúsculos vírus, o da ignorância. Não somos ignorantes, somos estúpidos, e corremos ao primeiro buraco de minhoca, e depois chamamos o escorpião de rei.  Fracassamos? Não, eu não fracassei, outros fracassaram e correram a se esconder no meio das pernas da mamãe, essa puta a quem chamam carinhosamente de Política. Parvos fracassaram. Eu não fracassei!

25/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 14

CORONARIANA Nº 14
Barata Cichetto



Prendam os idosos, raspem a barba, parem de trabalhar, fujam para a colina, xinguem a China, matem o Presidente, se tranquem em casa, enlouqueçam, esqueçam das contas, aparem as pontas, façam de conta que estão doentes, com dor de dentes, caguem quadrado, mijem sentados, se ajoelhem na beira da cama, comam grama, fumem maconha, dêem a bunda, morram de fome, mudem de nome, espalhem seu medo, contem seu segredo, fiquem calados, falem pelos cotovelos, ajam como gados, sagrados, profanados, sejam petistas, comunistas, fascistas, simplistas, sigam a manada, que ela manda berrar, chorar e correr para dentro de casa. O mito da caverna. Enxerguem apenas as sombras projetadas, pela vela da televisão e do Facebook. Chamem de criminosos e monstros aqueles que discordam da sua opinião deformada sobre tudo, afinal de contas é apenas sua excelentíssima pessoa com capacidade de pensar, e mudar o mundo, antes de acabar tudo. Estejam certos que estão certos nas suas certezas. Se tranquem em casa e joguem vídeo game, xinguem o patrão, o dono do caminhão e esqueçam o preço da comida. Ouçam os lunáticos, sejam fanáticos; tomem remédios, lavem seu cu com sabão. Deixem que a solidão mate mais rápido que qualquer doença, esqueçam tudo que sabiam, que o planeta inteiro é seu quintal. Limpem a casa duzentas vezes por dia, que o inimigo é cruel. Se entupam de papel higiênico, lavem a mão com sabão até arrancar a pele. Chamem o poeta de imbecil, encomendem droga pelo delivery, que as ruas estão desertas, e ouçam o que diz o ladrão da nação. Digam que não, digam que eu não sei de nada, que nem de madrugada eu sei dormir. Acatem a fúria, discutam a injúria e prendam a respiração. Transmitam seus medos ao maior numero de pessoas. O coletivo é ordinário e burro. Fiquem com suas consciências tranquilas, e garantam o lugar no Paraíso mandando um idoso ficar dentro de casa, sem abraço, sem beijo e sem aperto de mão. Deixem os depressivos, que só encontram no dominó, na cerveja e na companhia a distância necessária do pote de veneno ou da corda. Sejam humanos, como os romanos, e joguem às feras os inimigos do Imperador. Aproveitem e lancem à arena todos aqueles que torcem ao time contrário, que pensam diferente, e que portanto não são gente. Façam tudo o que quiserem, na sua sina de parvos, cabresto na mente, burrice crônica e ignorância disfarçada. A voz dos idiotas é a que mais se ouve. Ouçam a suas! 

25/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 13

CORONARIANA Nº 13
Barata Cichetto



Não existem revoluções populares, apenas estratégias de dominação onde pessoas comuns são usadas. O "povo" não faz revoluções, poderosos fazem. O que muitas vezes as massas fazem é se revoltar, o que é diferente de revolução. E mesmo assim, sempre instigadas por interesses outros, convencidos que são de que é deles a causa.

24/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 12

CORONARIANA Nº 12
Barata Cichetto



Existem doenças e existem doentes. Existe o remédio e existe a cura. Existe a precaução e existe o pânico. Existe solidariedade e existe a hipocrisia. Existe a esperança e existe a ciência. Existe a prudência e existe a irresponsabilidade. Existe a fome e existe o lucro.

24/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 11

CORONARIANA Nº 11
Barata Cichetto



Ninguém tira a alegria de ninguém, que alegria é um estado de espírito falso. Não existe essa tal de alegria, isso é só uma máscara. Pessoas que se dizem alegres e felizes são sempre as mais infelizes e tristes. Tai essa tal doença, que é apenas mais uma entre tantas, até bem piores, para demonstrar minha razão. As pessoas, especialmente brasileiros, que se julgam tão felizes, mostram agora suas verdadeiras faces, e não são tão alegres e felizes como queriam fazer parecer. 

24/03/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados