O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


Mostrando postagens com marcador Comunismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comunismo. Mostrar todas as postagens

07/09/2019

Esperando Manuel

Esperando Manuel
Luiz Carlos Cichetto

Meu amigo Manuel chegou de Portugal ontem. Fui esperá-lo no Aeroporto. Ele chegou cansado, mas eufórico, afinal o que eu lhe tinha prometido anos atrás era mesmo para causar euforia. Quando publiquei meu primeiro romance, Manuel foi o primeiro a comprar. Eu era um escritor muito pobre, sem esperanças de publicar, e muito menos de um dia chegar ao patamar aonde cheguei.

Manuel, meu amigo, tinha um sonho, que era participar de um bacanal com doze putas em Paris, e eu prometi que se um dia eu fosse um escritor rico, iríamos os dois até lá, contrataríamos as tais moças e faríamos nossa festa. Fiquei rico como escritor, e nunca esqueci a promessa, que só não foi possível acontecer da forma como sonháramos pelo fato de que Paris não existe mais. Foi tomada por islâmicos e depois incendiada, sob s aplausos dos comunistas franceses. Ele não quis que fosse em Portugal, pois é amante da cultura brasileira, embora eu insistisse com ele que a cultura que ele tanto admira também não existe mais, pois tudo foi tomado pelos comunistas brasileiros em uma estranha união com os neo-pentecostais. 

Saímos do Aeroporto, onde o topo da torre de controle ostenta o logotipo do governo, que é uma foice e uma cruz - não sei bem se é uma cruz ou uma espada, pois deve ter sido proposital o desenho estilizado para confundir - E atravessamos várias avenidas, onde tremulam bandeiras vermelhas com esse símbolo, e nos dirigimos para o Hotel Stalin, onde eu tinha feito reserva para o bacanal. As doze putas já deviam ter chegado. Todos os prédios governamentais tinham nomes de ditadores comunistas ou de pastores evangélicos. 

O recepcionista, que tinha barba, dois seios enormes, ancas largas e músculos aparentes, usava um cabelo de todas as cores do arco-íris e deu um murro no balcão. Eu não tinha de fato reserva, aliás, nem me conhecia, meu nome não constava entre as pessoas autorizadas a usar o Hotel, já que minha pontuação era baixa demais por proferir criticas ao Governo. Ainda tentei ponderar que eu era um escritor rico, e que tinha dinheiro para pagar o quarto e as putas. Ele disse que putas não me eram autorizadas, e que elas eram exclusivas aos membros do Partido ou do Templo.

Nervoso, Manuel ameaçou um escândalo, mas eu o contive. Eu era um escritor rico e poderia pagar por outras putas. Andamos horas por avenidas como a Edir Macedo e Lula da Silva, entramos por vielas escuras com nomes como Geisi Arruda, Manuela D'Ávila e Sônia Hernandes. Estavam desertas, cheiravam a urina e todas as paredes dos imóveis estavam pichadas. Não encontramos nenhuma puta. Deviam estar todas ocupadas bordando as fardas dos valorosos soldados brasileiros que tinham sido mandados à Venezuela lutar pela liberdade da América Latina, numa guerra que se estende desde que Maduro morreu aos 108 anos, e deixou em seu lugar um filho bastardo que teve com uma brasileira.

Meu amigo Manuel ficou triste. E eu também. Há dez anos esperamos por aquele momento. Não iríamos ter nosso bacanal, nenhuma puta e nenhuma celebração. Levei-o de volta ao Aeroporto. Ele embarcou triste e eu voltei para meu quartinho nos fundos de uma casa caindo aos pedaços, ocupada por traficantes armados, que também ostentam o símbolo do governo na porta. Agora são declaradamente amigos, já que a guerra que eles supostamente travavam era apenas um disfarce.

Eu contei que era um escritor rico, mas não disse que tinha dinheiro. Todo dia vou ao Aeroporto imaginando que vou esperar meu amigo Manuel, que nem sei mais se está vivo, já que todas as nossas comunicações foram cortadas depois de que o Facebook, propriedade do Presidente dos Estados Unidos, da ONU e da OEA, Mark Zuckemberg declarou guerra a todos os que se opunham, e bloqueou não apenas a rede, como toda a Internet e as comunicações. Sou um escritor rico, pois ainda escrevo coisas que ninguém lê, por não poder nem querer, e minha riqueza são apenas pilhas de papel empoeirado numa estante de tábuas de construção.

07/09/2019

01/09/2019

Carta Aos Pequenos Ditadores Filhos do Nove Dedos

Eu tinha escrito esse poema esta madrugada. Pretendia publicá-lo eventualmente, mas em vista do torpedeamento covarde do Facebook e seus ascelas da IntercePT , apoiados pelo dinheiro sujo do Banco Santander, creio que vem a calhar.



Carta Aos Pequenos Ditadores Filhos do Nove Dedos
Barata Cichetto, Luiz Carlos Cichetto, Luiz Carlos Giraçol Cichetto e todos os nomes pelos quais queiram enterrar.

Falam por aí que eu sou poeta autodidata,
E nas suas falsas modéstias de longa data,
Afirmam que suas faculdades são idôneas,
E, portanto jamais fariam poesias errôneas.

Falam por aí, mas nem por isso estão certos,
Que eu desconheço regras e acentos corretos,
E então pergunto sobre o acento em urubu,
Que na minha poesia o assento é do seu cu.

Falam e até confessam nunca os terem lido,
Poemas que escrevi antes de eu ter nascido.
Cantam faculdades, de letras e de comunismos,
Esquecendo que poemas são puros organismos.

Falam aí sobre escritor com universitária formação,
E eu, doutor, gargalho de sua doutrinária erudição.
Sua ignorância é até maior que sua hipocrisia,
Então pergunto que diploma precisa a poesia.

Falam com as bocas cheias de esterco autoritário,
Condenando com a palavra errada o hereditário,
E eu, que nada tenho de posse além de minha arte,
Passo fome por não receber o que é da minha parte.

Falam por aí sobre justiça com valores invertidos,
E defendem a carniça e seus mentores pervertidos.
Pois que eu digo que não há social sem o trabalho,
E que qualquer preconceito é moral e não ato falho.

Falam por aí com a boca cheia de alheio dinheiro,
Que arte é coletivo, que seu mestre é companheiro,
Enquanto eu dono da minha própria consciência,
Criei a minha própria filosofia, política e ciência.

Falam de mim por aí, até um tanto indecorosos,
Apenas tolos casados com políticos habilidosos.
E eu, quase analfabeto, de pai, de mãe e de puta,
Crio meu próprio alfabeto falando da minha luta.

Falam por aí, que estudaram literatura complexa,
Que aprenderam regras de semântica circunflexa,
Contam que cheiraram Baudelaire e comeram merda,
E eu lhes digo que poesia não se cheira, nem se herda.

Falam por aí, que poeta nem mesmo é escritor,
Respondo apenas: sou da palavra um escultor.
E aos que reclamam por eu ser chamado de Barata,
Digo que maldita é tua língua, aquela que me mata.

Falam por aí sobre o direito que têm à liberdade,
Mas esquecem de que o dever é o pilar da sociedade.
E eu, cujo direito ao respeito foi por eles revogado,
Tenho apenas eu mesmo por mim como advogado.

Falam com suas bocas que fumam a maconha,
Que o comunismo é a realidade do que sonha,
Alimentando o banquete do traficante estrangeiro,
Que derruba matas e chama índio de companheiro.

Falam e cospem em mim por não ter um diploma,
E digo que da sua doença eu não tenho o sintoma.
Sou formado nas esquinas pelas putas e escritores,
E não preciso de suas escolas criadas por ditadores.

Falam de mim, tiram minha nota do literário concurso,
E depois pagam por seu trabalho de conclusão de curso.
Meu diploma é de doutor, sou mestre de mim somente,
Um poeta analfabeto, e o único senhor da minha mente.

Falam de mim e nem sabem ser pai, nem artista,
E chamam de pai o ladrão e de mãe a terrorista.
Pensam que nasceram do ovo e que a mãe é santa,
Enquanto preciso esperar o almoço sem ter a janta.

Falam demais porque sua língua não cabe na cavidade,
E desconhecem as leis do retorno, e até a da gravidade.
Mas eu, que uma sepultura terei por moradia em breve,
Espero apenas que a morte a mim não entre em greve.

28/08/2019

07/05/2018

Comunismos Versus a Natureza Humana

Comunismos Versus a Natureza Humana
Luiz Carlos Cichetto

Um espermatozóide compete com milhões de outros para ser o único a fecundar um óvulo. Partindo desse fato, como é possível pensar em coletivismo, em igualdade? O ser humano é individualista e competitivo desde a sua origem, e tirar isso dele é simplesmente matá-lo. A humanidade cresceu, até chegar ao ponto onde hoje estamos, baseado essencialmente nisso. Cada item na evolução humana, desde o sujeito que, vendo um troco de árvore rolar e achou uso para ele, chamando-o de "roda", ou do outro, que passou décadas de uma vida criando um medicamento, escrevendo um livro, formulando uma tese cientifica. Todas essas coisas foram fruto de esforços individuais, que foram aproveitados pela humanidade depois. Toda conquista, toda pequena partícula do crescimento humano se deve inicialmente a um indivíduo. Mesmo num projeto feito por várias pessoas, o resultado é a soma de esforços e intelectos de cada um, resultando num conjunto.
Portanto, não tenho a menor dúvida em concluir, que qualquer tentativa de transformar o ser humano num "coletivo" é uma aberração, mais que ingênuo, mas mal intencionada.  O ser humano é competitivo e individualista, além de extremamente vaidoso. Todos nós somos assim. E qualquer tentativa, por parte de ideologias que pregam algum tipo de comunismo ou socialismo é mentirosa, falsa e interesseira. Um crime contra a humanidade, afinal.

07/05/2018