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01/09/2019

Let It Be, Let It Bleed, Let It Seed

Let It Be, Let It Bleed, Let It Seed
Barata Cichetto


Deixa eu dilapidar teus patrimônios, lapidar teus demônios, brindar teus hormônios, blindar teus heteronômios; dançar no teu cabaré literário e cavalgar teu pangaré temerário. Deixa eu mastigar tuas vestes e instigar tuas pestes; comer teu pastel e beber teu bordel. Comer teu pão de queijo, derreter teu não desejo e dissolver teu não ensejo. Deixa eu me queimar com teu café e teimar com tua fé; escorrer pelas tuas curvas e correr pelas tuas retas. Deixa eu envelhecer nas tuas idades e enveredar pelas tuas cidades; morrer por tuas necessidades, e viver pelas tuas vaidades. Deixa eu morder tua jugular e morrer de sangrar; te sagrar rainha e concubina do universo, ser teu verso e teu inverso. Deixa eu morrer de desgosto a seu gosto, em agosto, antes do verão te chegar, ou da aurora me cegar. Deixa eu me molhar na tua chuva e me encharcar na tua vulva; secar tua testa e me enfiar na tua fresta; ser tua festa, e o que mais resta. Deixa eu ser teu vampiro e teu suspiro; o ar que eu respiro e o poema que te inspiro. Deixa eu deixar te comer e parar de querer; deixa eu ser, deixa eu estar. Deixa eu querer?

26/08/2019

14/08/2019

A Uma Poeta Triste Por Causa de Ti

A Uma Poeta Triste Por Causa de Ti
Barata Cichetto


Que sejas tão bela quanto Pagu, em ordem inversa,
E que das bodas de Lucrécia seja madrinha reversa,
Feito Hypatia, a apedrejada nas ruas de Alexandria,
Ou que sejas Francisca Júlia tratando a hipocondria.

Que sejas quem quiseres, da Dominique até a Cristina,
E  que sejas o que quiseres, mulher, poeta ou menina.

Que não sejas o que querem por capricho e covardia,
E se não desejas, não sejas apenas poeta por um dia,
Não sejas apenas mulher, mas o verso de uma poesia,
E não sejas a santa, dentro do universo da hipocrisia.

Que sejas baronesa, que sejas a condessa ou regina,
Nunca deixes de ser o que és, e tudo o que imagina,

Que sejas Ales, e se preciso, dos males sua perfídia,
E quanto aos desprezíveis, não desprezes a insídia,
Faças dos teus cabelos a corda, dos teus nós a saída,
E lembres que fracos são os que tem-lhe por decaída.

Que sejas a fruta, que sejas a astuta, e até prostituta,
Mas que sejas sempre a quem quer é quem te escuta.

14/08/2019

05/08/2019

As Mil Faces de Ales

As Mil Faces de Ales
Barata Cichetto
"- 'A boca úmida eu tenho e trago em mim a ciência / De no fundo de um leito afogar a consciência. / As lágrimas eu seco em meios seios triunfantes, / E os velhos faço rir com o riso dos infantes. '" - "As Metamorfoses do Vampiro" - Charles Baudelaire, França, 1861

Queria ter a coragem de apenas uma das tuas faces,
Assim eu não teria desistido dos Gatos e das Alfaces.
A poesia que brota de apenas um de teus mil lábios,
E assim seria tão belo quanto aos lobos e aos sábios.

Ah, eu queria tanto conhecer todas as faces de Ales,
E assim, quem dera assim, enxergar os meus males.
São mil faces, mil rostos, mas apenas uma realidade,
E todas são belas, mesmo quando falam de maldade.

Queria conhecer cada uma das tuas mil guerreiras,
Um exército indestrutível marchando pelas fileiras.
Rasgando as roupas finas e bordadas do imperador,
E exibindo a nudez cruel que veste qualquer ditador.

Ah, queria tanto ter coragem de amar qualquer uma,
Entre as mil, a que pudesse ser a outra ou nenhuma.
Mil faces e mais duas, um desejo ou mais de dois mil,
E eu que não consigo me olhar no espelho sem ser vil.

Ales tem mil faces e nenhuma delas usa maquiagem,
Todas foram pintadas à semelhança de sua imagem.
A libertina liberta do papel todas suas almas sadistas,
E todas são belas, todas são poetas, todas são artistas.

Ah, e eu feito um pobre Baudelaire pouco requintado,
Colocaria todas tuas personas num bordel encantado.
E as amaria além de como se ama a abóboda noturna,
No universo dos seus versos, minha "grande taciturna.".

Li sobre ti antes mesmo de conhecer tuas mil Lucrécia,
Nos livros dos poetas embalsamados da antiga Grécia.
Predestinado ao caminho dos tolos feito escravo liberto,
Segui escrevendo errado em um tempo que era incerto.

Espero que não me queiram por meus versos apedrejar,
Mas que o faça sem desprezo, alguma que assim desejar.
E que feito a lua ofendida, não me privem da sua alcova,
Antes do final, ou que da vulva temporal também chova.

05/08/2019

02/08/2019

Verve Voraz, Vulva Veloz

Verve Voraz, Vulva Veloz
Para e Por Ales Menon
Barata Cichetto



1 - (Por Ales)

Guardo ainda, no bolso traseiro da minha calça,
O retrato de uma mulher que caminha descalça.
Com uma carteira e um maço de cigarros vazios,
Eu caminho sem destino andando pelos desvios.

Digo bom dia, e ela me declama um de seus versos,
Minha heroína vadia conhece de cor meus universos.
Eu não tenho o que fumar, nem tenho dinheiro vivo,
Mas tenho a imagem guardada, e dela eu sobrevivo.

Ela conta uma história que me condena e me absolve,
Uma lira mundana, verbo que me excita e me absorve.
A verve venenosa busca as vagas da minha consciência,
E eu, verme vadio, acho no verbo a verdade da ciência.

A vulva viva rasga a manhã que nem me parece um dia,
E versa voraz em verso vivo a viuvez da minha covardia.
Mas agora te vejo vertendo a vastidão voraz da tua ira,
Virando vozes vazias como vingança viva da minha lira.


2 - (Para Ales)

Voraz vivente vendo a vida que invento,
E vou vendo vulvas em chuvas de vento.
Vulgarmente vadio, venero as vacas vãs,
E vendo vagas a vista, às vitoriosas vilãs.

Venho de vetustos vastos vales, vate servil,
E vejo vir um vulto vadio de vingança viril.
Visto a verdade voraz e vou vivendo,
Sem ver a vaidade vaga se vendendo.

Veja a vitória vindo e vá-te vestir de atrevida,
E voe na vertente da veia viva que foi servida.
Cadavérico, visto as vestes do vilipêndio vão,
E vou varrendo a volúpia nas vigas do vagão.

Vamos vadiar, vistosa vate de vontade prevista,
E ver a vertigem vulgar a vagar vil e imprevista?
Vista o vestido de voal e venha ver o Universo,
E viver o verbo na velocidade voraz do inverso.

02/08/2019