O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


Mostrando postagens com marcador Rock Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rock Brasil. Mostrar todas as postagens

07/05/2020

Luiz Domingues: "Luz, Câmera & Rock'n'Roll"

Luiz Domingues: "Luz, Câmera & Rock'n'Roll"
Barata Cichetto





Acredito que tenha sido em 1977 que conheci Luiz Antônio Domingues. Era ele quem respondia as cartas endereçadas ao "Sarrumor Jovem", revistinha criada pelo Laert Julio, que posteriormente viria ser conhecido como criador da banda Língua de Trapo. Nas cartas que trocamos por algum tempo, Luiz dizia estar estudando contrabaixo e que pretendia montar uma banda. (*) 

De lá para cá muita coisa aconteceu. Laert Julio se transformou em Laert Sarrumor, Luiz saiu do Língua de Trapo e foi tocar em e por outras bandas, como A Chave do Sol, The Key, Pittbulls On Crack e muitos etc. Luiz Antônio Domingues ficou conhecido como Tiguês, apelido que há muito ele execra, e o Rock brasileiro, que conheceu um momento de alguma - não muita - glória nos anos 1980, cedeu lugar a outros gêneros e estilos, e retornou ao gueto onde foi criado, e muitos músicos foram tocar em outros terreiros.

Mas Luiz Domingues nunca cedeu a modismos, e sempre se manteve fiel ao Espírito do Rock. Em 1999 se uniu ao capitão da Patrulha do Espaço, juntamente com - na época dois garotos quase imberbes - Marcello Schevano e Rodrigo Hid, para uma das mais icônicas formações da banda. Foram quatro discos com essa formação, até 2004, quando ele foi convidado pelo guitarrista Xando Zupo para, juntamente com Rodrigo, integrar a banda Pedra.

Foi durante uma boa parte do período da Patrulha do Espaço em que estreitamos nossos laços, viajando a bordo do "Azulão", icônico ônibus da Patrulha do Espaço pilotado pelo Walter Gonçalves, o Alemão, pelas estradas do interior de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Horas e horas de chão, e conversas e histórias pra lá de interessantes. Isso acabou por render uma série de crônicas com o título genérico de "Diário de Bordo", que eram publicadas em meu site A Barata, e depois incorporadas ao meu livro "Patrulha do Espaço no Planeta Rock".

Ao longo do tempo essa amizade sempre se manteve, já que Luiz Domingues é um amigo que sempre apóia todas as boas iniciativas relacionadas ao mundo do Rock, e sendo assim sempre compareceu a muitos dos eventos que criei, entre 2002 e 2015. Sempre com uma educação e nobreza, motivos pelos quais eu lhe conferi o título de "Gentleman do Rock Brasileiro".

Mas não é apenas Rock que Luiz Domingues respira. Literatura e cinema são outras de suas paixões e que agora em 2020 se unem em uma coleção: "Luz; Câmera & Rock'n'Roll". 

Dividido em três volumes, a coleção traz 131 resenhas sobre filmes produzidos direta ou indiretamente com o mote do Rock'n'Roll, numa combinação fortíssima e apaixonante entre Rock e Cinema, que historiadores modernos batizaram de "Rock Movies". "Luz; Câmera & Rock'n'Roll" é uma coleção imprescindível para quem ama Rock e Cinema.

Atualmente, Luiz Domingues participa da banda Kim Kehl & Os Kurandeiros, somando mais um grande trabalho a sua vasta carreira que inclui mais de vinte álbuns lançados no mercado fonográfico brasileiro. Como escritor, mantém três blogs na Internet e colabora com diversos outros, além de colaborações em revistas impressas.

Lançado através da plataforma Clube de Autores em parceira com a Matilda Produções, os três volumes podem ser comprados juntos ou em separado.

Indispensável!

Serviço:
Luz; Câmera & Rock’n’ Roll
(Obra Em Três Volumes)
Autor: Luiz Domingues
Editora: Matilda Produções
Apoio Gráfico: Clube de Autores
Editor: Cristiano Rocha Affonso da Costa
Revisão, Diagramação, Ficha Catalográfica: Alynne Cavalcante
Capa (Criação e Lay-out): Victoria Costa
Foto do Autor: Lincoln Baraccat

Link para Compra: https://bit.ly/2YeYIa9
Blog 1: http://luiz-domingues.blogspot.com

(*) (Comentário factual de Luiz Domingues, posterior à publicação: "Na verdade, eu já estava em uma banda, mesmo ainda a aprender a tocar a duras penas. O Boca do Céu fora fundado em 1976." 
Foi nessa época, pré criação da banda Língua de Trapo, que recebi um convite para uma reunião daquele pessoal em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. Fui, mas, encalacrado na minha profunda timidez, fiquei observando de longe, sem coragem de me aproximar, e assim perdi a oportunidade de conhecer aquelas pessoas, o que só ocorreria muitos e muitos anos depois. Comentei essa história há pouco tempo com Laert, e agora com Luiz. Ambos ficaram abismados.

22/02/2020

Gyroscópio 69 - Programa 87 - Especial "Platina" (23/02/2020)

Gyroscópio 69 - Programa 87 - Especial "Platina" (23/02/2020)
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Participação Especial: Michel Camporeze Teer



Gyroscópio 69, um programa especial sobre a lendária banda paulistana PLATINA, com a participação de Michel Camporeze Teer, contando a história e tocando áudios inéditos, gravados ao vivo. Um programa imperdível para todos os amantes do Rock brasileiro.

"Platina foi uma banda brasileira de hard rock formada na capital de São Paulo em 1984 por Daril Parisi (guitarra), Andria Busic (baixo e vocal), Ivan Busic (bateria) e Sergio Sêman (vocal).

Por volta de 1981 os irmãos Andria e Ivan Busic se juntaram ao guitarrista Daril Parisi com a intenção inicial de formarem uma banda country. Nesta fase Ivan era somente o vocalista, com Andria no baixo e Daril na guitarra. Como não conseguiam arrumar um baterista fixo, por sugestão de Daril, Ivan passou a estudar bateria. Em junho de 1982 gravaram a canção Campestre, com Ivan ainda nos vocais. Como eram grandes fãs de Kiss e Black Sabbath, decidiram então formar uma banda de hard rock. Batizada inicialmente de Prisma e já com Ivan na bateria e Andria assumindo os vocais principais, passaram a fazer shows como power trio tocando covers do Kiss, Rush e Metallica, entre outros.


Em janeiro de 1984 decidem alterar o nome para Platina (variação de Platinum, ideia inicial de Ivan). Nos dias 8 e 9 de abril do mesmo ano fizeram seus primeiros shows como Platina no Teatro Lira Paulistana. Foram então convidados pelo lendário produtor Luiz Calanca para gravar um álbum pelo selo Baratos Afins.

E foi durante os ensaios para a gravação do álbum que surgiu o vocalista Sergio Sêman (pronuncia-se "Sheman"). Daril conheceu Sêman em 1982 no show do Van Halen em São Paulo. Após algum tempo sem contato, Daril ficou sabendo que o mesmo havia se tornado vocalista. Sêman então foi convidado para os ensaios do primeiro álbum. Fez uma canja com a banda e impressionou tanto pela voz quanto pelo porte físico (com seus 1,91 m de altura), sendo efetivado. A banda estava completa.

Gravado no final de 1984 no estúdio Vice Versa (SP), Platina foi lançado em janeiro de 1985 em formato de LP, curiosamente em 45 rotações (lembrando que o padrão de um LP é de 33 rotações).
O álbum foi muito bem aceito tanto pela imprensa especializada quanto pelos fãs, sendo bastante executado pelas rádios especializadas em rock de São Paulo e do Brasil.

Em 1987, quando várias músicas já estavam praticamente prontas para o que seria o segundo álbum, a banda acabou se separando por diferenças quanto ao direcionamento musical. Em 2001 o álbum "Platina" foi relançado em formato CD pela Baratos Afins.

Após 26 anos, no dia 25 de maio de 2013, a banda se reuniu no Manifesto Bar (SP) para executar as músicas Fascínio e Reflexão.

Em 1988, Andria, Ivan e Sêman se juntaram ao guitarrista Renato Nunes (ex-Harppia) e formaram o Cherokee, lançando um álbum auto intitulado também pela Baratos Afins.

Em 1989, Andria e Ivan se juntaram ao guitarrista Wander Taffo (ex-Rita Lee e Rádio Taxi) para a gravação do primeiro disco solo do mesmo. No ano seguinte formaram a banda Taffo.

Em 1991, Andria e Ivan formaram a banda Dr. Sin juntamente com o guitarrista Eduardo Ardanuy (ex-Chave do Sol e Anjos da Noite), onde ficaram até março de 2016. Os irmãos Busic também atuam como produtores musicais em seu estúdio Busic Produções.

Daril Parisi montou um estúdio e se tornou produtor musical, grava jingles e lançou métodos para guitarra. Também mantêm, juntamente com seu filho Jota Parisi, a Parisi Escola de Guitarra.

Sergio Sêman se dedicou ao fisiculturismo e atua como personal trainer em sua academia de musculação. Em 2012 gravou um cover da canção "One Of These Days" (Whitesnake) com Andria Busic (baixo, guitarra, violão e backing vocal), Ivan Busic (bateria e backing vocal) e Marcelo Souss (teclado).

Discografia: 
Platina (1985)

A Banda:
Daril Parisi - Guitarra
Andria Busic - Baixo, Vocais em Sorte e Stress
Ivan Busic - Bateria
Sergio Sêman - Vocais.
Músicos Convidados:
Marcelo Souss - Teclado em Fascínio,
Edson Rahal - Teclado em Sorte."

(Wikipedia)



Playlist do Programa

Platina - 01 - Instrumetal
Platina - 03 - Prisma
Platina - 02 - Reflexão
Platina - 06 - Fascínio
Platina - 05 - Stress
Platina - 04 - Sorte
Platina - Sorte (Ao Vivo)
Platina - Guilty of Love (Whitesnake)
Platina - Here I go Again (Whitesnake)
Platina - Fascínio (25/05/2013)
Platina - Reflexão (25/05/2013)
One of These Days - Sergio to Denise With Love
Cherokee - Beck Rock
Dr. Sin - Zero
A Chave do Sol - Sun City (1987)
Anjos da Noite - Como as Ondas

Sepultura e Zé do Caixão - Prenúncio


Barata Cichetto - Rubens Giogia - Michel Teer


Barata Cichetto - Rolando Castello Junior - Michel Teer


15/08/2018

Resenha de Disco: "High Level Low Profile" - CA$CH

Resenha de Disco:
"High Level Low Profile"
CA$CH

Ano: 2018
Gravadora: Rock Artisan
Músicos:
Marcello Schevano - Vocais/Guitarra/Teclados
Ricardo Schevano - Baixo
Rolando Castello Jr. - Bateria
Faixas:
High Level
God
Earth Spinning Backwards
Big Paul's Basement
Flesh
 
Houve uma época em que os chamados "power trios" de Rock, mais por intenção de juntar três dos melhores baixistas, guitarristas e bateristas, e possivelmente menos por juntar muita grana, enchiam o mundo do Rock de trabalhos geniais. Assim aconteceu com bandas como Cream, Beck, Boggert & Appice, West, Bruce & Laing e outros históricos e emblemáticos, como a Jimmi Hendrix Experience. Isso foi há muito tempo, quando a maioria dos chamados "rockers" da atualidade sequer tinha nascido. Agora, na segunda década do século XXI, a união de três músicos fora de série não tem mais o mesmo apelo, e quando tem, é por pura questão de mercado.

Acontece que quando a gente conhece um trabalho, como o da "Ca$ch", ótima sacada com os nomes dos integrantes, o batera Rolando Castello Junior, uma autêntica lenda do Rock Latino Americano, que dispensa maiores apresentações, e o multinstrumentista e cantor Marcello Schevano e seu irmão Ricardo Schevano, um baixista absurdamente acima da média, a coisa se torna um pouco mais complicada. Rolando, decerto o maior baterista brasileiro, e influenciou uma verdade legião de bateras Brasil afora (e possivelmente fora dele, mesmo que não reconheçam) e Marcello já tocaram juntos na formação da Patrulha do Espaço que se reuniu em 99 e durou até 2004 e Ricardo é o mestre do ritmo na banda Baranga, desde sua formação, onde toca com outro fera das baquetas, o Paulão, um dos confessos discípulos do mestre Junior.

Por algum motivo, que a banda pode explicar, todas as letras de "High Level Low Profile" são em inglês. Já escutei milhares de explicações sobre as razões pelas quais uma banda formada por brasileiros, no Brasil, compõe em inglês, e nenhuma delas me deixou totalmente satisfeito, mas nesse caso específico, pensei: "dane-se, que isso é Rock'n'Roll, baby!". Então, "let's Rock!". A sonoridade ficou perfeita, e é isso o que, no final, importa.

O disco começa com a batida característica de Rolando, na faixa "High Level", extremamente pesada e rápida, de cujo refrão "High level, low profile", foi tirado o nome do disco. Os solos de guitarra de Marcello ponteiam a musica, que já mostra bem o que iremos encontrar nesse disco.

A segunda faixa do disco, "God", começa com um teclado dando a impressão que estaremos à beira de uma canção daquelas características com Rock Progressivo setentista, mas depois de poucos minutos, a coisa começa a mudar, e o que parecia ser, simplesmente não é. A pegada se torna mais forte e mais pesada, com o baixo do Ricardo se destacando soberbamente. O ritmo vai ficando cada vez mais rápido e mais tenso, com a letra sendo quase urrada pelo vocalista. Difícil não lembrar de Black Sabbath nas suas seções mais pesadas. Entretanto, o desenrolar dessa faixa, de mais de nove minutos, reserva muitas surpresas. Todas elas maravilhosas. Quando a quebradeira parece ir até o final, com a guitarra solando sobre um ritmo alucinante, entra um piano ponteando um vocal em tom quase suplicante. E ai vem o ponto alto, com o teclado voando sobre uma cama rítmica feroz e densa, que faz a gente prender a respiração, só esperando o êxtase.

Depois disso, só a gente dando uma parada, né?! Respirar um pouco, beber uma água, um café, uma cerveja, qualquer coisa assim. Levantei com o intuito de respirar, mas aí acabou a energia elétrica do bairro. Acho que nem a hidrelétrica da região aguentou tanta energia.

Meia hora depois, retomo a audição, que, aliás, é a quarta ou quinta de hoje, poucas horas depois de ser chamado pelo carteiro ao portão com o pacote contendo esse disco. "Earth Spinning Backwards" é quase uma balada, que lembrou bem as músicas da formação de 1999, que além de Rolando e Marcello, tinham ainda outros dois músicos excepcionais, o baixista Luiz Domingues e o guitarrista Rodrigo Hid. Formação essa que pude acompanhar bem de perto, durante cerca de três anos, pelas estradas e palcos do Brasil.

A quarta faixa, "Big Paul's Basement", é um Rock bem básico, embora tanto pesadinho, e a letra faz referência, com certeza a certo porão do Paulão, uma referência que decerto os músicos de Rock de São Paulo, e os fãs mais aficcionados irão entender. Uma faixa sem grandes novidades, nem virtuosismos, mas competente e, enfim, como diz o refrão: "always rock'n'roll in Big Paul's Basement".

A quinta e última faixa desse disco, que além de me tirar o fôlego, fez cair a energia elétrica na cidade é: "Flesh", que já na primeira audição se tornou a minha predileta do disco. A coesão entre os músicos, o ritmo preciso entre os instrumentos e o amálgama com a letra, tornam essa música, em minha opinião, um clássico do Rock pesado. Uma levada que lembra em alguns momentos Uriah Heep, em outras Grand Funk Railroad, e inúmeras bandas de Rock Progressivo. O trecho onde há um solo de teclado, sobre a base rítmica é esplêndido e remete aos bons tempos do Prog Italiano. Uma preciosidade que merece ser escutada centenas, milhares de vezes.

O disco foi lançado recentemente, dia 6 de Agosto, data em que se lembra da explosão da bomba atômica sobre Hiroshima. E fico pensando sobre o fato de que os sujeitos que criaram o Rock, ou ao menos os que fizeram dele o que se tornou a maior expressão cultural e artística, no sentido de popularidade, do mundo. Então, uma data como essa, não poderia ser mais bem escolhida para o lançamento desse disco. Espero apenas que aconteçam apresentações ao vivo dessa banda, e que venham muitos outros discos.

A ressalva, na minha nota de avaliação fica por conta do "quero mais", ou seja, apenas cinco faixas? A gente queria no mínimo dez. Fora isso, estou certo de que o público roqueiro, especialmente os fãs de uma música mais elaborada e feita com profissionalismo irão simplesmente ficar apaixonados. Esperemos que, ao contrário do que sempre acontece, prestigiem, comprando o disco e indo aos shows.

Escrito por Barata Cichetto, um admirador do trabalho e um amigo de longa data do genial Rolando Castello Junior, e desses irmãos prodígios, Marcello e Ricardo, sobre um exemplar ofertado pelo amigo, em Araraquara, Morada do Sol, em 15 de Agosto de 2018.


Read more: http://abarata.com.br/musica_reviews_detalhe.asp?codigo=1153#ixzz5OHTaJKTq