Barata Cichetto
Em 2014, o estado de São Paulo especialmente, foi envolvido numa crise sem precedentes de falta d'água. As pessoas entraram em desespero, diminuindo seu consumo de água, abrindo mão de higiene, e os que eram pegos cometendo o crime de "desperdício", eram sistematicamente ostracizados e ofendidos por vizinhos zelosos do futuro do planeta. A crise, como sempre atribuída a "fatores naturais", foi contestada por alguns que tentaram demonstrar que era fabricada. E com isso, a loucura desenfreada em busca de comprar - e pagar qualquer preço - por caixas d'água gigantes, e campanhas de conscientização, acabou enriquecendo mais ainda os fabricantes de tal item e os donos de depósitos de material de construção. Enquanto isso, a Sabesp,a segunda mais empresa do país, foi transformada em empresa de Capital Aberto, com ações negociadas no mercado internacional, e seus maiores clientes, fabricantes de bebidas, por exemplo, eram bonificados e tinham descontos por serem grandes clientes da empresa. Poucos meses depois, a tal crise desapareceu da mídia e as pessoas retornaram seu estranho hábito de usar a água como qualquer ser civilizado o faz. Nessa época se falava em mortandades infinitas e se atribuía aos céus o castigo. Em meio a isso, o senhor Geraldo Alckimin, do PSDB, foi reeleito governador.
Em resumo, as catástrofes podem não ser criadas por esses políticos, mas sempre serão usadas em proveito próprios e de seus apadrinhados. E criar o pânico faz parte da sua estratégia de marketing. Aquele velho ditado: criam a dificuldade para vender facilidade. "Criam a doença, depois vendem o remédio.", como cantou a banda Outro Destino.
03/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados
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