§33
"O Rock nasceu de uma necessidade psicológica original: eliminar as garras da sombra". Essa frase, de autoria do filósofo Luiz Carlos Maciel, publicada em "A Morte Organizada", 1976, sempre me foi verdadeira. O Rock dentro de mim era simplesmente isso, eliminar as garras da sombra, jogar luz dentro de minha mente escura, sombria, lotada de fantasmas. E mais do que em qualquer momento, naquele 2007, um dos anos mais gelados de toda minha lembrança, eu precisava de muito Rock. Morando em um canto na fábrica de etiquetas onde também passei a trabalhar. Um pequeno retângulo de cerca de 5 metros quadros era o suficiente, pois qualquer coisa maior aumentaria ainda mais o meu sentido de solidão extrema. Quando as sombras da solidão nos esperam, precisamos estar num espaço pequeno, pois quanto maior é o tamanho do nosso quarto, maiores são as sombras na parede. E era por isso que eu coloquei duas coisas essenciais naquele cubículo da Penha: um pôster em preto e branco (o preto e branco é maravilhoso e se confunde com as sombras) de Janis Joplin nua e um peixe beta. A parte boa da solidão, além de podermos cagar de porta aberta, é que ela nos faz sentir importantes a nós mesmos, quando olhamos por uma ótica intima.
Entre rolos de etiquetas e impressoras de código de barras, o dia corria. Mas a noite, era entre litros de Rum com Fanta e muita putaria que ela acontecia. Ia todas as noites jantar numa Casa do Norte próxima ao Cemitério da Penha e acabei jantando (e almoçando) duas das garçonetes. Uma delas que era muito magra e branca, as 4 e meia da manhã no muro do Cemitério. A outra, uma negra que lembraria um pouco "Sweet Jane", foi devorada num motel. "Foi" devorada é maneira de falar, por na verdade ela foi quem me devorou. Numa quebrada, em meio a um monte de lixo e entulho atrás da Led Slay, uma garota de nome Cristina, se não me engano. Eu, completamente bêbado e ela muito chapada achando que eu era Raul Seixas. Foi muito engraçado porque a garota era fanática e ficava o tempo todo, enquanto eu a comia, cantando músicas como "Maluco Beleza", "A Maçã"... E outras. Um outro dia, na Galeria do Rock encontro uma gótica... Ela conhecia A Barata e disse estar contente por estar ali comigo, que conhecia e admirava minhas poesias e tarari, tarará.... Mas era ruim de cama pra cacete, do tipo de mulher que parece que irá lhe arrancar o saco de tanto lhe chupar, lhe dar até o buraco das orelhas... Mas na hora agá, deita, abre as pernas e... Mais nada...
Num puteiro das proximidades, conheci a Puta Caridosa. Ela fazia programas e depois saia na calada da madrugada com parte do dinheiro arrecadado comprando comida e distribuindo aos mendigos da rua. Sai umas duas ou três vezes com ela fazendo esse roteiro, depois de fechado o puteiro. Ela parecia a Madre de Calcutá enquanto distribuía pão, mortadela e refrigerante aos mendigos. Mas uma Madre Tereza de um par de peitos e uma bunda enormes, além de uma buceta muito suculenta e sempre querendo ser penetrada.
Num puteiro das proximidades, conheci a Puta Caridosa. Ela fazia programas e depois saia na calada da madrugada com parte do dinheiro arrecadado comprando comida e distribuindo aos mendigos da rua. Sai umas duas ou três vezes com ela fazendo esse roteiro, depois de fechado o puteiro. Ela parecia a Madre de Calcutá enquanto distribuía pão, mortadela e refrigerante aos mendigos. Mas uma Madre Tereza de um par de peitos e uma bunda enormes, além de uma buceta muito suculenta e sempre querendo ser penetrada.
De sexta a domingo era Dia de Rock. Led Slay, Fofinho, Café Piu-Piu. Nas duas primeiras, desde a época em que realizara meus eventos, eu tinha passagem livre e principalmente na Led, ainda certo prestigio, herdado da época em que fazia o website. E foi então que percebi que, ao contrário do que pensava, não era tão desinteressante às mulheres. Algumas, sabendo que agora eu não tinha amarras nem algemas, confessaram que tinham interesse por mim há bastante tempo. Então, ao que interessa... Dayana era um desses casos. Mas foi em outro bar que a conheci, trabalhando. Ela era garota de um conhecido da Led Slay e tinha um filho pequeno com ele. Confessou interesse em minha pessoa há bastante tempo. Fui ficando, bebendo e percebendo que aquele olhos claros não desgrudavam de mim. Fechado o lugar ela disse que precisava recolher as garrafas e copos dentro do salão. Prontifiquei-me matreiramente a ajudá-la. O salão às escuras e eu trepei com ela em cima de uma das mesas de plástico, em meio a copos de cerveja e guardanapos de papel lambuzados de molho de cachorro quente. E depois foi que percebi que o DJ ainda no fundo do salão enrolava seus cabos. Acho que ele nem percebeu...
Prezado Barata!
ResponderExcluirArrebatador, como toda a autobiografia deve ser.E intenso. Prende a atenção! Vou comprar!