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18/08/2012

Patrulha do Espaço no Planeta Rock


Apresentação

Desde 1977, quando estive presente ao primeiro show da Patrulha do Espaço, no Concerto Latino Americano de Rock, em São Paulo, ainda como “a banda do mutante Arnaldo Baptista” nunca mais desgrudei os olhos e ouvidos dessa banda. São trinta e cinco anos de carreira, vinte discos, entre CDs e LPs, centenas e centenas de shows.

Durante determinado período de tempo, passei a viajar e participar intensamente dessa tripulação, vendendo shows, organizando eventos, criando artes, sites, conceitos de discos (como foi o caso de “.ComPacto”) e principalmente participando da minha maior experiência como roqueiro. Foi um período de muita criatividade, tanto por parte da banda como minha, e essa convivência culminou com uma amizade com seu capitão-mor Rolando Castello Junior, que não canso de declarar aos quatro ventos, é um dos maiores bateristas do mundo em todos os tempos e em pé de igualdade com os grandes gênios das baquetas, como Keith Moon, John Bonhan e Neil Peart. 

Donos das chamadas “personalidades fortes” (apelido dado às pessoas teimosas e persistentes e que amam aquilo que fazem acima de tudo) tivemos alguns atritos ao longo dos anos. E alguns até contados nestes textos. E atritos em uma amizade são como dizia Nietzsche: ou a mata ou fortalece. Fortaleceu.

Durante minha jornada a bordo da Patrulha, durante algum tempo escrevi crônicas diárias sobre cada show ou viagem, escrevi um texto para release, fiz entrevistas com Rolando e mais recentemente, já neste ano de 2012, tive a honra de construir mais um site para a banda.

Este pequeno volume, criado especialmente aos seguidores desta que é uma das maiores e mais importantes bandas do combalido cenário de Rock no Brasil, é um apanhado desses escritos, publicados em A Barata, blogs e sites de música e é dedicado a todos Espaçonautas que fizeram dessa tripulação a mais roqueira do planeta.


Patrulha do Espaço no Planeta Rock
Luiz Carlos Barata Cichetto
Editor'A Barata Artesanal - 2012
96 Páginas

Um comentário:

  1. Diário de bordo. Data estelar: 28 de julho de 2013, Brasil, Planeta Terra.

    Li o livro e reli trechos sobre a epopeia de uns caras malucos, escrita por um não menos maluco escritor, poeta, fabricador de ideias e ideais com cara e voz próprias de quem sempre esteve para o que desse e viesse, ainda que tivesse que pagar (e ainda paga) um preço esse misto de teimosia e atitudes bem "roquenrrol", iniciadas num longínquo ano terráqueo de 1977, quando, como posso deduzir, era melhor estar vagando pela Via Láctea do que estar no Brasil prestando contas à polícia, ao governo e à sociedade, sobre essa coisa "nefasta" de expressar-se ao som de guitarras barulhentas. Aqueles eram tempos duro;, o Rock era coisa de vagabundo, alienado, drogado, "vendido", enfim, dependendo de como aquela praga importada do Império (leia-se: os EUA) era vista pelo regime militar ou pela esquerda festiva. Uma coisa era certa: ambas as correntes compartilhavam a mesma intolerância. Liberdade sempre foi uma palavra fácil de dizer e difícil de executar.

    Barata Cichetto transferiu para as páginas do que é uma mistura de livro e diário de bordo, muito a ver com o nome da banda da qual é Patrulheiro Emérito, coisa de amor à primeira ouvida, relatos do período em que se uniu à trupe que patrulhou as estradas do país, a bordo de uma "nave espacial" travestida em um clássico ônibus Mercedes-Benz azul -- o Azulão, para os mais chegados --, cuja missão, quase impossível ou não, era a de levar o rock aos mais distantes rincões do Brasil, fossem as estradas boas ou nem tanto assim.

    Uma coisa que chama a atenção nessa coletânea de causos reunidos nas 140 páginas da obra do Barata, é a anarquia estética editorial, textos que não escondem uma forma de tietagem típica de adolescentes, afinal, o relator é fã incondicional da banda, que apesar de ser uma das mais importantes do Brasil, nunca saiu do underground, e nele teima em existir e resistir às mudanças no cenário musical, sejam elas fabricadas ou espontâneas. A Patrulha do Espaço, a exemplo da Enterprise de Star Trek, tem seu Capitão Kirk, na pessoa de Rolando Castello Júnior, o baterista que segura firme não só nas baquetas como nos controles, como forma de evitar que se perca no Buraco Negro deste país desmemoriado.

    Evidentemente, que os mais de 35 anos de história da banda não cabem todos no livro do Barata, mas a síntese desse rico período está bem fundamentada na figura de pessoas que integraram a tripulação, cada uma delas, em maior ou menor grau, mas nunca desimportantes. Também, são claros e diretos os pontos de vista, sobretudo, os do Capitão Rolando, a respeito do cenário musical como um todo. A acidez dos comentários do experiente Comandante são um convite à reflexão. Os fatos falam por si.

    Por fim, o livro, além de cumprir sua missão, dá asas à imaginação, além de uma visão diferenciada do cenário do rock brasileiro, vista sob um outro ângulo, cujos riffs e viradas de bateria determinam a diferença entre a persistência corajosa de uma banda sem mídia e a de bandas que só existem por ela e para ela.

    O livro vale a viagem.

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