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26/12/2012

Aos Poetas Bacanas

Aos Poetas Bacanas
Luiz Carlos Barata Cichetto


E eu, que pensei que ser poeta era ser bom, que ser poeta era demais, que ser poeta era ser... Era ser. Seria, caso não fosse a poesia o disfarce dos medíocres e dos hipócritas. Seria bom caso não fosse ruim, demais se não fosse o que menos importa. Poesia é conversa de chato, de prepotente e de arrogante, metido a intelectual. A maioria desses tolos adora falar que escreve poesia em guardanapo de papel em botecos imundos, mas são mentirosos. Falam disso com honra, mas isso é estúpido. Ah, esses poetas que querem ser Beats, Hippies e Groupies, que querem ser Buk, que querem ser do contra só para serem considerados os bacanas da turma. Estou cheio disso! Eu pensei mesmo que poetas eram irmãos, mas são apenas tolos empedernidos, idiotas sem cultura, com discursos pseudo-intelectuais, onde arrotam uma fome que nunca sentiram, beijam um asfalto que nunca queimou seus pés e fazem odes a putas que nunca comeram. Falam de puteiros que nunca entraram e de bibliotecas que conhecem apenas a fachada. Estou cansado deles e de sua poesia sem nexo, com palavras roubadas dos mestres, sexo frouxo em orgasmos sem tesão. Larguei de mão a poesia por causa desses medíocres, que falam de um sofrimento que não lhes pertence, de uma dor ocorrida na França ou nas estradas americanas e não conhecem sequer o caminho da periferia, dos subúrbios pobres e imundos. Não abri meu presente de Natal e daqui a alguns dias começa tudo de novo. Quarenta anos comendo a merda do pão que o diabo amassou com a bunda e agora chegam a mim e falam sobre seu ódio ou sobre amores perdidos numa adolescência eterna. E por falar em eterno, nunca beijaram a bunda de deus e nunca comeram o rabo do diabo e se acham no direito de falar sobre religião e sobre gozos. Não sabem nada, meus queridos. Acham que as casas de rosas são o palco da poesia e chamam de mestre a qualquer um. Não existem mestres vivos na poesia, porque a poesia é essa universidade em que o único diploma é a morte. Tese de mestrado de poeta é defendida no cemitério ou no crematório, de dentro do tumulo ou debaixo das chamas. Nunca sangraram, de fato, esses que falam do sangue de revoluções travadas dentro de seus quartos bem decorados; nunca gozaram de fato, esses que falam de orgasmo segurando o próprio pinto ou enfiando os dedos na própria buceta. São masturbadores, enfim. Esses, que falam em bissexualidade, mas não entendem nem de biscoito recheado. Não sabem foder de fato. Ah, esses poetas, falsos profetas, realmente patetas, que falam com pudor em cu, caralho e buceta e que infamizam seus nomes, aos bugalhos, chacoalhos e canetas, sem notar que ficam ruborizados perante suas mães e que cujas tias lésbicas ainda lhes repreende o palavrão. Eh, esses tolos que fumam maconha na frente da câmera do computador e batem suas punhetas embaixo da ponte, achando que são bandeiras de sua revolução, pensando que grito é poesia e que escarro é metralhadora. Deixo agora a poesia jogada pelas ruas, que a comam esses eunucos. Estou cansado de sentir fome de fato e o hálito de salame desses patéticos. Cheiro de whisky, cerveja e roupas de grife. E agora, promessa de final de ano: arrumar um emprego, de carteira assinada, trem lotado as seis da manhã e uma proposta de uma aposentaria por idade daqui a dez anos. Fiquem com a poesia, queridas crianças estúpidas que a usam feito as putas: aos seus nefandos desejos, escadas de seus egos.  Estou com fortes dores de cabeça, o neurologista me disse que tenho que parar.

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