O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A.
(Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!
28/12/2012
(Isaac Soares de Souza) Eu Não Sou Poeta
O Grande Amigo Isaac Soares de Souza publicou no Facebook um poema onde cita suas grandes influencias poéticas. E para minha surpresa, dedicou alguns versos a mim. Como diria o rei dos tolos "são tantas emoções". Sem palavras para agradecer, meu amigo.
EU NÃO SOU POETA
Isaac Soares de Souza
Eu não sou poeta, tão-somente escrevo versos
Escrever poesia não é simplesmente escrever versos
O poeta é compromissado com a vida e com a palavra
Pois, assim como a palavra o poeta é verbo
E o verbo reverbera e influi na esfera da vida,
Como procela que se alastra e a tudo devasta
Eu não sou poeta, sou aprendiz e escrevo simples versos
Conjeturando sobre o presente e o porvir
Rimar palavras, assim como uma criança rima ão com coração
Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão
É como denegrir a verdadeira meta a que se dispôs um poeta
E eu não sou poeta, sou um discipulo da poesia,
A poesia tem como inimigo feroz qualquer ditadura,
Regimes autoritários são os calvários dos poetas
Na Rússia do Século XX a poesia florescia,
Viveu um momento raro de esplendor, Antes e depois da Revolução de Outubro,
Uma legião de artistas e poetas de exímia extirpe
Animaram a vida do povo russo:
Mas o regime soviético, autoritário e perverso
Matou toda a poesia e calou a maioria dos seus grandes poetas.
Nas primeiras décadas do século XX a poesia circula em larga escala
E impregna a vida de toda a Rússia,
Livros de poesia, na Rússia de então, atingiam a marca dos 100 mil exemplares vendidos,
20 mil livros,
Era a tiragem mínima que o povo adquiria
E a poesia florescia numa permanente celebração
Anna Akhmátova era poeta de mão cheia,
Poeta de ideais libertários, não temia o regime soviético,
Considerada uma mulher sem freios morais,
Anna culminou no expurgo, encetado pelos verdugos,
Mas sua poesia porque era poesia, permanece viva
Maiakóvski era poeta e foi lançado em desgraça,
Pois sentira a enorme pressão que privara, então,
A literatura do ar de liberdade de outrora,
Sufocada agora, pela garra sangrenta do regime russo
E não viu outra alternativa,
Senão dar cabo da própria vida,
Aos 37 anos de idade.
Maiakóvski, hoje resgatado ao panteão dos grandes poetas,
Mártir da poesia...
Lêdo Ivo, poeta maior, alagoano descendente de caetés,
Tinha a poesia a seus pés, pois fazia versos como quem ama uma mulher,
Cônscio de seu dever de poeta, assim morreu Lêdo Ivo,
Que permanecerá sempre vivo, enraizado em sua própria poesia...
Poeta foi Carlos Drummond de Andrade,
Affonso Romano de Sant´Ana é um grande poeta,
Assim como sabe fazer poesia o genial Ferreira Gullar,
Eu, Isaac Soares de Souza, não sei poetar
Escrevo versos como quem quer vomitar,
Palavras, palavras, sem métrica, sem rima sem compromisso
E a poesia é compromissada com a vida, senão não pode ser chamada de poesia
A poesia de WILBETT OLIVEIRA,
Viceja, faceira, à sorrelfa por entre as frestas
Da maltratada poesia brasileira...
Sua poesia é altaneira, porque brota de uma Oliveira...
Cruz & Sousa, cuja poesia negra de sofrimento,
Permanece como um alento, mais que verdadeira
Castro Alves, o poeta da Liberdade,
Estes são os eternos poetas, ascetas, profetas
Literatos de prêmios, modernos e eternos
Assim como o Boca do Inferno,
O grande Gregório de Matos,
Augusto dos Anjos, o poeta da morte,
Augusto, arguto, saprófago em sua genialidade,
Escreveu somente a verdade,
Embora o considerem ainda um poeta de mal agouro,
Sua poesia vale ouro,
pois deu à morte a mesma importância que tem a vida,
Mesmo porque vida e morte são fundidas,
Antagônicas mas gêmeas, eternas e perenes ao mesmo tempo,
Porque ambas são dirigidas pelo tempo,
Uma sem a presença da outra, esvair-se-ia exaurida...
A poesia do maldito-bendito Luiz Carlos Barata Cichetto,
Foi atirada ao gueto
Da ignorância daqueles que não a entenderam ou medrados diante dela,
Do poder de eloqüência farta,
Se borraram de pavor do Barata
E arquitetaram fadá-la ao esquecimento,
Mas Barata é como mosca que não adianta dedetizar
Insetos sempre haverão de se proliferar
E a poesia do Barata é epidêmica,
Criada exatamente pra empestar
Já a minha poesia não tem graça, devassa, cróia,
Meus versos passeiam nos guetos da esbórnia,
E sobrevêm como ataques
Da mais cruel covardia,
Porque eu sou o Isaac,
Eu não escrevo poesia...
Estou aprendendo com meus poetas preferidos a escrever poesia...
28/12/2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Respeite o Direito do Autor e Não Esqueça de Deixar um Comentário.
Todos os Textos Publicados Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. - Reprodução Proibida!