O Barco Bêbado e o Barril de Amontillado
Barata Cichetto
Há muito que busco cometer a maior de minhas obras literárias
Decerto o romance perfeito formado de histórias extraordinárias
Mas embarquei num barco bêbado qual marinheiro amotinado
Caido em desgraça com o mar, morto num barril de amontillado.
Com romances dormi muitas noites e aos épicos abraçado
Mas ao acordar de manhã com olhar um tanto embaçado
Sabia que jamais tal esplendor surgiria de minha mente
Porque sou poeta e poeta não é escritor, apenas doente.
Quanto eu queria aos romances dedicar às minhas retóricas
Contar belas fábulas sobre bruxas más e putas pré-históricas
Ou criar o horror nas mentes de leitores sequiosos de medo
E no fim de tal romance contar da rainha seu maior segredo.
Entretanto, e não somente por falta de desejo de eternidade
Perguntei aos gurus sobre os porquês da falta de perenidade
Ao que responderam sem olhar, porque mortos não enxergam
Que a Poesia é a arte dos cegos e dos pregos que não pregam.
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