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15/04/2013

Moloque


Moloque
Barata Cichetto
(Moloch ou Moloque é o nome do deus ao qual os amonitas, uma etnia de Canaã, sacrificavam seus recém-nascidos, jogando-os em uma fogueira. Também é o nome de um demônio na tradição cristã e cabalística.)

1
Um dia acreditamos que poesia nos traria melhor sorte
E que seria ela e não o amor a compensação da morte
Até sabermos que somos porcos perdidos no galinheiro
Matando nossos filhos por desejo, e a mãe por dinheiro.

E abortada a poesia, queimada em tributos a Moloque
Feito às crianças da guerra que causam dor e choque
Até chegarmos à esquina e deparando com seres rotos
Chutarmos as lembranças, esmagando a seus escrotos.

2
E há poetas demais no mundo, que morra um pouco!
O mundo não precisa de tanto poeta e de tanto louco
E o que há de menos é do que precisa, que é a poesia
Pois morram os poetas, os loucos e morra a hipocrisia.

Acreditamos um dia que a poesia iria nos libertar enfim
E nos prendemos antes mesmo do poema chegar ao fim
E se existem poetas demais e poesia de menos no mundo
É porque poeta não é trabalho, mas coisa de vagabundo.

3
Esqueça da poesia, tolo poeta cheirando a leite e cerveja
Seja honesto, esconda-se e fuja antes que sua mãe o veja
Pois se um dia acreditamos na poesia, agora ela está morta
E Moloque ainda queima debaixo do manto da igreja torta.

Se existe escuridão na noite e poesia no dia, acendam a luz
E se o fazer poesia é casar e ter filhos, queimem o que reluz
Pois um dia, talvez uma noite dessas, porcos estarão a feder
E seus filhos cobrarão o lucro do dinheiro que possas render.

4

Ah, Moloque, demônio desgraçado comedor de criança
Quanto comeste daquilo que era considerado esperança
E quantos de meus filhos foram dados a matar tua fome?
Cuidarão de mim quando não restar nem o meu nome?


Oh, maldito Moloque, em cujas fogueiras tantos queimaram
E cujas vestes das amantes debaixo do seu manto acharam
Deixe agora queimar a poesia nas asas do débil fanatismo
Pois em seu nome morrerão todos os deuses do paganismo.


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