Barata Cichetto
Quero estar desnudo a frente desse olhar temudo
Pelado e tarado, um tanto cego e um outro mudo
Apenas de poesia trajado e portanto quase surdo.
E quero cair de boca totalmente desequilibrado
Poesia em riste, pau duro de poeta endiabrado
Devorando seu desejo feito monstro apudorado.
Desejo comer-te as palavras e devorar teu medo
Feito uma rajada de vento deflorar seu arvoredo
E decerto ser seu maior erro mantido em segredo.
E eu que sou o monstro por pesadelos transpirado
Desperto agora diante de seu olhar desesperado
Sem entender tanto desejo por um olhar inspirado.
Busco em dicionários a tradução literal de tesudo
A vulgaridade do tesão eu procuro em quase tudo
O cavalo baio de cascos largos, teúdo e manteúdo.
E nem sei por que acordei pensando em tal sentido
Sabendo que desejo guardado é um beijo mentido
E um olhar silencioso emudece um poeta ressentido.
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