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05/05/2013

À Vida


À Vida
Barata Cichetto

Morri! E tem tanto tempo que agora nem recordo
Certo! Tem mortes que morro sempre que acordo
A primeira foi no momento do parto, foi horrorosa
A dor que senti! E eu nem sabia que dor é gloriosa.

Morri! E tem tanta morte que eu nem morro agora
Certo! Tem as que morro sempre que chega a hora
E a última foi um instante antes do exato momento
Em que morri pela penúltima vez antes do aumento.

Morri! E uma de minhas mortes eu ainda era criança
E, certo! Eu nunca espero das coisas sem lembrança
Lembro só que a dor na infância é apenas arremedo
Daquilo que será conhecido com a alcunha de medo.

Morri! E nunca esqueci de nenhuma de minhas mortes
E, certo! Lembro de que as dores nem eram tão fortes
Somente recordo que em todos meus eternos falecimentos
Nunca morri sem deixar-te os mais ternos agradecimentos.

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