Luiz Carlos Barata Cichetto
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- O que é Poesia? - Perguntou a vadia parando de chupar meu pinto. - Pergunte ao Google, disse eu, apertando a cabeça dela. - Mas um poeta tem que saber explicar o que é. - Falou e eu não gostei de ela ter parado de me chupar. - Chupa meu pau em silêncio, disse eu contrariado. E ela, que de puta nada tinha, resmungando sentou na cama e cruzou os braços. Um ar de frustração nos olhos. Limpou os lábios, ajeitou o cabelo e apanhou o celular e em segundos leu, em tom solene e mecânico, desprovido de qualquer emoção: "Poesia, substantivo feminino, 1.lit arte de compor ou escrever versos., 2. lit composição em versos (livres e/ou providos de rima), ger. com associações harmoniosas de palavras, ritmos e imagens." - Então, o Google sabe o que é poesia. Eu sei, eu sei que ele sabe. Agora, dá pra continuar a chupar meu pau, porra?! Falei apanhando seus cabelos e guiando aquela boca deliciosa em direção ao meu caralho rígido. Não, disse ela. Não chupo mais seu pau enquanto não me explicar o que é poesia. Ah, baby, eu não sei. Não sei mesmo. Achei que seria você a pessoa certa para me explicar. Eu? Disse ela. Sim, disse eu. Não! Disse ela. Sim, disse eu. E ficamos ali, durante momentos longos, burros e gordos, em silêncio. Eu olhando aquele corpo, que dentro da sua imperfeição, esquelético e sujo, cheio de manchas e hematomas, mas de uma beleza imperfeita e tenra que consumia minha paixão. E ela, decerto também olhando meus ossos quase salientes das carnes, se debatia em desejos. E na sequencia seguinte, plano infinito, nos comemos, nos fodemos, nos chupamos, mordemos, rasgamos, unhamos, enfiamos, chamamos, clamamos, gozamos, lambuzamos, abusamos. Amamos. E então, em silêncio nos vestimos e olhamos como se fossemos antigos amigos ou amantes, cheios de certezas e prazeres consumados por instantes, com a eternidade, a verdade e a maldade... E nos despedimos, apenas com um olhar, daqueles de filme dos anos trinta ou quarenta. Na porta, ainda lembrei de perguntar: Ainda deseja saber o que é Poesia? E ela - Agora eu já sei. E eu, arrumando meu caralho dentro da cueca, pensei num discurso. Afinal, aquele momento... E ela, retirando da bolsa o celular. E enquanto passa batom naquela boca que chupava meu pau, estica o braço e me mostra.. A tela do Google. E eu, que também de poeta nem bobo tenho nada, enfio a mão no bolso da calça, retiro meu celular e coloco diante dos seus olhos negros, o vídeo que acabei de filmar da nossa foda. - Eu também sei, baby!
Foto: Internet (rs) |
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