Luiz Carlos Cichetto
Dias atrás postei no Facebook um texto-desabafo sobre o destino de artistas que, como eu, são ignorados pela imensa maioria das pessoas, mas que teimam em continuar com sua arte. Entre "curtidas" diretas à postagem e compartilhamentos, chegamos a mais de 100.. Puxa, dirão alguns, é bastante... Bem eu tenho 2.200 "amigos" no Facebook. Então, matematicamente esse numero é ridículo. Acontece que estou acostumado a números ridículos. Mas acima de ridículos percentuais, acima de ridículos interesses, existe algo que muito me deixa perplexo, é saber do conformismo da maioria. Mesmo entre aqueles que concordaram comigo, a maioria ainda acredita que "é assim mesmo, o que podemos fazer?" O que pode fazer? Tem muito o que podes fazer. E garanto que a própria pergunta já é em si confissão de conformismo. Desânimo, claro, existe. Mas entre as pessoas que se conformam, e que com seu conformismo nos mantém com a cabeça enfiada na merda? Essas pessoas que se conformam nos mantém na miséria, sem sequer o conforto de uma palavra, de um elogio... Para não falar que a imensa maioria desses conformados, não compram nossos livros, CDs ou quadros. Não querem, muito mais do que não podem. A maioria, e tenho exemplos bem próximos que me provam isso, usam o "não posso" como desculpa para "não quero".
Falando por mim, estou acostumado a ser ignorado. E o fato de afirmar que estou acostumado a isso não quer dizer que me conformo. Até pessoas mais próximas silenciam à simples menção do meu trabalho literário... Não gostam? Ah, sim, há muitos palavrões no que escrevo... É isso? Claro que não. Quanto muito uma desculpa.. Mas, fico me perguntando: desculpa para o quê? O que faço é ruim? Minha poesia é ruim? Não, ela não é. Tenho consciência disso, tenho senso crítico apurado. Então, qual o motivo real? Nunca perguntei diretamente talvez por medo da resposta (?)
Ah, sim, as mesmas pessoas que criticam meus palavrões - o que é de uma hipocrisia filhadaputa - assistem programas violentos na televisão, por exemplo. E até expõem seus filhos a isso com uma normalidade absurda. Isso é: sangue e porrada na tela da TV pode. Gente se arrebentando na pancada pode. Palavrão não pode... E se acham donos da cultura. A maioria são fantoches criados nos laboratórios das faculdades.
E antes de terminar um adendo: não cursei nenhuma universidade, sequer o ensino médio, mas me orgulho sim dos livros que li, das putas, das bichas e das ex mulheres com quem aprendi o que sei. E de transportar esse mundo através da minha história para os meus poemas. Do que vocês tem medo, afinal? De mim? Ah, não tenham medo de mim e não me ignorem para tentar afastar de si o espelho. Não tenham medo do espelho.
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