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05/04/2017

O Dia Em Que Fui Assasinado

Um dia eu fui assassinado. Não, não foi bala perdida, carro desgovernado, facada de marido traído, pedrada em campo de futebol, estrangulamento por amante em ritual de sexo selvagem, paulada em ato político, bandeirada em passeata estudantil, garrafada em puteiro, empalamento por vingança de amante, decapitação por ato contra algum governo, crucificação por rebeldia contra alguma religião, envenamento por algum herdeiro na pressa por dinheiro, estiletada de algum travesti numa rua escura ou de um moleque querendo roubar minha carteira para comprar drogas. Não. Não foi nada disso. Mas fui assassinado. Fui morto, e não por overdose de nenhuma droga, superdose de nenhuma bebida, câncer no pulmão por causa de cigarro, indigestão por comer feijoada estragada. Não, não fui morto por nenhuma causa natural. Ou artificial. Mas fui, sim, assassinado. E o assassino não tem um rosto conhecido, nem é apenas um rosto na multidão.  Mas fui morto. Assassinado. E não foi a fome ou a sede. Não de comida, nem de bebiba. Não foi a falta de dinheiro, nem de aplausos. Não foi a falta de sexo, nem de tesão. Não, não foi. Mas fui assassinado. Morto. E o assassino, ou melhor, assassinos, continuam à solta por aí, com suas consciências leves e soltas, dormindo em seus travesseiros de espumas que não flutuam. Aliás, eu poderia fazer seu retrato falado. Falado, cantado e escrito, mas prefiro que seja identificado de outra forma: ficando em silêncio, esse mesmo silêncio assassino do qual fui vítima. Identifique-se!
01/04/2017

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