O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


27/09/2017

Bolo de Tolo

Sou tolo. Até que me provem o contrário. Ou o contrário do contrário. Sou um tolo. Por acreditar na inocência das mulheres. Por acreditar no sentido de palavras que não tem. Por acreditar em palavras de mulheres. Ou simplesmente em palavras. Ou ainda simplesmente em mulheres. Sou um tolo. Idiota que pensa. Que pensa que não é idiota. Uma cenoura pendurada em frente a meu focinho e ando o dia inteiro, sem nunca perceber que jamais poderei alcançar. A tolice é parte de mim. Como a cor dos meus olhos e dos meus cabelos. E não confundam tolice com ingenuidade. Ingênuos nem sempre são tolos. E tolos nem sempre são ingênuos. Há sempre tolice na ingenuidade, no entanto. Sou um tolo, por direito, não por decreto. Um tonto que acredita nas cenouras que apodrecem e nunca serão alcançadas. E nunca percebe que elas apodrecem. E as palavras são como cenouras que apodreceram e eu não percebo. Fazer poesia é diferente que fazer um bolo de cenouras. Um bolo é algo util. Mas a poesia é o bolo do tolo. Que não come. Não sei fazer bolos. Sou tolo. Apenas trabalhar. E escrever. E escrever por trabalho. E trabalhar por paixão. A paixão pelo trabalho, pela escrita, pelo que podem produzir minha cabeça e minhas mãos fazem de mim um tolo eterno. Então fico aqui serrando e lixando palavras feito um marceneiro tolo. Pregando pregos em palavras, cimentando rimas, sedimentando sentidos e sentimentos tolos. Tolos. Tolos. Sou mesmo um tolo. Jamais deixarei de ser. Ninguém acredita o quanto sou. E às vezes me iludo que não sou. Mas sou. Adoçam-me a boca. Tiram o açúcar. Me deixam sem nada. Perdas e danos. Herança de tolos. Não há herança aos tolos. E cobram mais e mais e quanto mais dou, mais querem. E o tolo dá tudo. Menos a cenoura pendurada em seu focinho. O cabresto da tolice é foda. Não enxerga o tolo um centímetro adiante de seu nariz de cavalo. E "não se mata cavalo?" Cavalos de patas quebradas são inúteis. Não servem pra nada. São tolos. Acaba assim, como apenas um tolo terminaria um texto.

27/09/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Respeite o Direito do Autor e Não Esqueça de Deixar um Comentário.
Todos os Textos Publicados Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. - Reprodução Proibida!