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05/11/2017

Barat-of-hell

Barat-of-hell
Barata Cichetto

"Sirenes estão gritando. Fogos estão queimando. Nas sombras um homem com uma arma apontada para o olho." Em Gotham City a calma reina. E a alma queima. Morcegos cegos despencaram sobre os telhados das casas. Há mal no ar. No Inferno apenas solidão.  Batman está cansado. De descer pelo poste da batcaverna. No fim todos estamos cansados. De descer e de subir. Subindo por onde se desce. Descendo por onde se sobe. E no fim do dia. De todos os dias. Resta apenas o cansaço. Cobras rastejam. Sobem encostas. E nas tuas costas. Sobem todos. Não há mais estrelas em Gotham City. O luar está do avesso. Do avesso. E o que pode ser feito é acender a luz. Abrindo o buraco dentro da escuridão. Não risque fósforos. Perigo de explosão. De implosão. Mental. Eu escutei os sinos dobrarem. Era o chamado. De ser amado. E os sinos calaram. E sobrou apenas um par de botas no armário. Sem ninguém dentro delas. A gordura escorre pelo tapete da sala.  Há porcos no chiqueiro. Cachorros ladrando à noite. Galinhas cacarejam. Jacarés sem escrúpulos. À beira do pantanal. Do Inferno demônios relincham. Éguas no cio correndo peladas. Há fogo no ar. Cruzes brancas queimadas. Cruzes negras cheirando enxofre. Patas de bodes. Asas de anjo. Penas de ganso. Borboletas batem asas na Ásia. E mudam meu destino. Quero ir embora. Agora. Já não há senhora. Quero um par de tetas. De uma vaca profana. Esfregando na minha cara. A vaca de leite. A vaca sagrada. Sangrada. Meu deleite. Seu enfeite. A vaca tem pernas tortas. No pasto come a grama pisada pela história. Da escória. E eu. Que nem sei nada. Queria ensinar. A ser tarada. Acabou. Morreu. Aquele meu antigo brilho escureceu. Acabo meus dias sem fé nem esperança. Coisa mediúnica. Em Gotham City tudo é pálido. Ácido. Barulhento. Sou filósofo. Encoxo tua mãe no trem. Tem. Tem que ter coragem. Seguir a viagem. E foder com o maquinista. No fim da linha. Onde tinha uma nota de cem esperando.  Há que ter coragem para descer na estação errada. E depois retornar aos braços do amante. Sou o amante numero cem. Sem nada. Sem mim mesmo. Devorado. Sugado. Transformado em monstro ao anoitecer. Não sou belo. Mas soube tocar o sino. E fazer jorrar litros de tesão. Matei a sede. Morri de fome. Nem tenho mais nome. Sou apenas Barata. Bat out of hell. Barat-of-hell. Fui céu. Sou réu. Culpado. Tragam a forca. Enforquem-me na madeira mais alta da casa. Podem ficar com tudo. Nunca nada foi meu. O século XXI me deu razão. A razão que era de Piva. E de Shiva. De Chivas. A morte chega com a foice. Eu com o martelo. Belo é ser morto. Ser morto por decreto. Ato secreto. De um ditador. A semente do mal. Na água da cidade. Flúor e necrochorumem. Morte na torneira. Geração de acerebrados. Cérebros corroídos nas salas de aulas de faculdades de história. Maconha e cocaína. Ideologia tirana. E o amalgama criado pelo flúor. Distribuído pelas companhias de saneamento. Mas em Gotham City a bandeira vermelha tremula. E eu limpo a bunda com papel higiênico preto. A ideologia do crime. O crime da ideologia. Atropelamento e fuga. Não há mais socorro. Nem salvação. A solidão do Inferno está prestes a acabar. A horda de gafanhotos vorazes atacou a plantação. Ainda há tempo de foder antes de morrer. Então foda. Meu caráter foi minha ruína. E assim tudo termina. Sem mais. Nem menos!

25/10/2017

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