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23/01/2018

Não Há Bondade Sobre a Terra

Não Há Bondade Sobre a Terra
Luiz Carlos Cichetto (Barata)

Serei eu, uma criatura monstruosa, a única a não acreditar na bondade como fator humano inerente? A não crer que não há nas crianças tal sentimento, pervertido pelo contato com a sociedade? 

Serei eu, o poeta desencantado, o único a acreditar que não existe a bondade? Que a bondade é uma ilusão interesseira, uma ideia implantada à força durante séculos de dominação religiosa? Um conceito religioso, criado para manter as pessoas num estado de letargia moral? A deidade símbolo da cristandade judaico-cristã, ela mesma é a própria negação do seu próprio conceito, pois ao mesmo tempo em que tal deus é pintado como exemplo maior de bondade, nele são atribuídas características que o transformariam no próprio mal encarnado. 

Serei eu, apenas eu e mais ninguém, o único a acreditar que pureza não é sinônimo de bondade, mas sim da própria negação de tudo que é conceito? Nascem as crianças puras, sim, isentas da bondade, mas, séculos de doutrinação as embute de ideias e objetivos de bondade, baseados única e exclusivamente em dogmas instituídos pela religião?

Serei eu, o único a acreditar que a tal bondade e a justiça nada tem a ver, já que a justiça, para que assim seja completa, necessita estar distante de quaisquer conceitos religiosos? E ainda, eu, como construtor de palavras e vitima de sua própria construção, um clamor isolado dentro de um deserto de sentimentos puros? Eu, um ser desalmado, por estar exatamente isento de alma, de espírito e do bem, o único ser vivente a acreditar que é a maldade, esta sim, compositora da natureza humana, muito mais do que a de qualquer outro animal sobre a face da Terra? Pois se tanto, serei eu, que desde o nascimento me debato contra os conceitos impuros de dogmas religiosos, ao agir sem sentimentos de bondade, e a lutar pela intrínseca natureza das pessoas e das coisas, em seu estado mais latente? A não crer na bondade das crianças, nem dos idosos? 

Sim, serei eu, o maldito, quase idoso e potencialmente perigoso, o poeta profeta que nas lides das manhãs ensolaradas desacredita do Sol, da manhãs e das profecias?

Serei eu, sim, o bruxo das redondezas, o mago das tristezas, o ser lúcido e lúdico a acreditar que nas mulheres há muito mais desejo que nos homens, e que só a elas a natureza propicia a distinção entre o bem e o mal, não como conceito religioso, mas essencialmente humano?

E eu, como um deus ateu, que não crê em sua própria existência como deidade, mas como entidade humana, declaro que há no nascimento humano um prazer sexual supremo, que nos faria livres, não fossem os crimes perpetrados pelas igrejas e absolvidos por elas próprias.

Que venham à luz, seres humanos sem bondade que nos causem orgasmos e não dores em seu nascimento.

À luz!!!!

25/12/2017

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