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28/04/2018

Vermes

Vermes
Barata Cichetto

Eu encaro a morte com a soberba e a luxúria, e lúcido
A enxergo através de mim por um espelho translúcido
Dentro de mim a morte sob a forma de vermes hediondos
A ferroar minha existência feito enxames de marimbondos.

És meu verme, querida, a corroer minhas entranhas ordinárias
Matando em mim a vida, feito um câncer e putas sanguinárias
Adoras minhas carnes, chupas minha vida, sorves meu desejo
Matas sua fome com minha libido sem sequer me dar um beijo.

Deixa feder minha carne, sacia sua volúpia desgraçada
Voraz e insaciável criatura, verme de almas disfarçada
Destrua e roa minhas carniças, goza com a minha destruição
Mas folgo em saber que lhe restará apenas minha putrefação.

Encaro de frente a morte, destruo pobres sentimentos corrosivos
Padeço e deixo secar as dores, cicatrizar feridas, desejos incisivos
Enquanto ficas, quieta, silenciosa e mórbida minha porcaria a roer
Então não és meu verme enfim, pois sou eu o verme a lhe corroer.

30/12/2009

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