Luiz Carlos Cichetto, AKA Barata
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Imagem: James Chan por Pixabay |
O poeta é um deus oposto: escreve torto por linhas retas. Um santo oposto que não faz milagres, traz desgosto. O poeta é um guerreiro oposto: não defende a luz, ofende a escuridão. É um crente oposto, que desacredita de deuses e de santos, mas tem fé no universo. O poeta é um deus inverso: escreve prosa como se fosse verso. O poeta é um deus torto: escreve vivo como se estivesse morto. Por fim o poeta é um deus oposto ao morto. Que se estivesse vivo não seria poeta.
30/05/2019
Um poeta pode ser o deus de si mesmo.
ResponderExcluirNo entanto, é necessário que demônios também ocupem o mesmo espaço, tornando inevitável o conflito, daí resultando no milagre da poesia, ora feita sob a luz, ora na mais completa escuridão.
A luz é um buraco na escuridão: uma frase que escrevi há muitos anos, que em parte sintetiza tudo isso. Obrigado por comentar.
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