Luiz Carlos Cichetto
Cheguei à cidade. Forasteiro. Desarmado. De braços abertos. Fui recebido. A balas. Então saquei minhas almas. E caí. Ferido. Mas cai atirando. Com a mão direita. Que a esquerda é inútil. Tinha botas de cowboy. Que gastaram na estrada. Chutaram a boca. Do meu estômago. E eu senti a dor. Mas não morri. Corri. E me escondi. Num vagão enferrujado. Mas não era o bastante. Fui encontrado. E morto. E esquartejado. Ao som da "Internacional". Fui sepultado. Feito bandido. Ressurgi. Ainda ontem. Quase Agosto. Depois de um ano. Como quem ressuscita. Por desgosto. E jurei que nunca mais. Eu morreria. Por que ainda não era. O dia de estar morto.
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