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16/07/2019

Lou Reed Morreu! Antes Ele e Depois Eu

Lou Reed Morreu! Antes Ele e Depois Eu
Luiz Carlos Cichetto, AKA Barata

"(...) não há espaço nas calçadas para os personagens de Lou Reed. Festivais de rock hoje tem vibe de shopping center. E ‘Perfect Day’ foi cantada até por Susan Boyle. Lou Reed morreu ontem, mas o mundo que o tornou possível já tinha morrido faz tempo. (...)” - Camilo Rocha, "Lou Reed, o Cronista da Cidade Suja”, 28/11/2013

No mundo de (quase) 2020, não há mais lugar. Não apenas para as personagens de Lou Reed, como para o próprio, e qualquer um que ouse não ser politicamente correto à esquerda do espectro. Não há lugar para se cantar putas, bichas e travestis, sem ser apedrejado, processado, esquecido, ofendido. Nesse mundo de 2019, onde ando perdido e deslocado, não há lugar para artistas como Lou, Buk (a não ser para os que o usam como desculpas para serem bêbados), Henry Miller, e por tabela, não há espaço - nem para respirar - a pessoas como eu e tantos - nem tantos - outros. A sujeira debaixo do tapete sala de estar; a imundice disfarçada no barraco alimentado por bolsas do Estado; a educação jogada no lixo (em todos os sentidos da palavra educação, e em todos os sentidos da palavra lixo). A fome de que nos matam não é por falta de comida, mas de caráter. As putas ganharam o jogo e fazem plantão na porta de presídios pedindo a liberdade dos amantes bandidos, que lhes juraram amor eterno, apenas até gozar e balançar o pau. As putas ganham mal, não gozam, mas defendem seu cafetão, numa história que foi cantada de formas diferentes tanto por Lou quanto por Buk quanto por mim. Lou morreu rico, Buk também. Eu não. Ainda vivo. Pobre e fudido, como um personagem deles. Um personagem que não poderia ser descrito neste mundo de merda de (ainda) 2019. Um personagem feito eu não pode mais ser criado, sem que ele e o autor sejam processados, apedrejados, esquecidos. E eu, personagem de mim mesmo, ainda estou aqui, a despeito de tudo. Existo apenas como personagem de um autor fracassado, que jamais poderá existir enquanto a maldita e rançosa onda violenta do politicamente correto moer os cérebros.Muito obrigado, Marx e Gramsci. Seu genocídio corre muito bem.

16/07/2019

2 comentários:

  1. Lou Reed morreu matando muita gente de raiva. Houve até quem prometera dar-lhe alguns tiros, mesmo sabendo que ele estava perto do fim de sua vida, só porque -- ora veja! -- ele ousou produzir um álbum de rock com poesia de qualidade, em parceria com uma banda que é "propriedade" de batedores de cabeças (ocas). Especialistas em música também não entenderam o propósito do álbum, e o atacaram ferozmente, sem se darem conta que Lulu, o álbum herético segundo a ideologia da correção política, é a última obra-prima do rock.

    Nos tristes dias que correm, os personagens de Lou Reed não possuem a menor chance sem seu criador.

    Concordo com o Camilo Rocha.

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    1. Como sempre falamos, meu amigo, desde que saiu esse disco: vai demorar décadas para se compreenda a genialidade desse disco. Mas só vai acontecer se alguma hecatombe dizimar o politicamente correto e exterminar os xiitas do mundo. OU seja, possivelmente nunca será compreendido em sua grandeza.
      Outro dia li que houve um evento numa escola no Canadá, onde se tocou uma canção de Lou... E isso causou um enorme problema, com os organizadores tendo que pedir desculpas e retirar a musica... Enfim... Não há um mundo possível nem para as personagens de Lou, nem para o próprio.

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