Barata Cichetto
Estou deitado no sofá da sala. É madrugada, e todos dormem, até mesmo quem nesta noite me causa os pensamentos mais confusos.
Apanho o celular e entro num desses sites de filmes pornôs. Quem sabe toda aquele escancaramento de gente se comendo, de bucetas e bundas, afastem meus pensamentos confusos sobre ela, que dorme.
Pior. Ali todas as mulheres parecem as mesmas. Ou melhor, a mesma. Ela. E todos os caras que as comem se parecem comigo. A diferença é que eles comem, mas eu não. Ela dorme. Eu não. Ela sonha. Eu apenas espero. Com o pau na mão, até um pouco frouxo, de tanto esperar.
Aquela gemedeira nos pornôs nem me excita. Dão até raiva. Gosto de mulheres que gritam e gemem alto, e nesse momento sou até capaz de imaginar o quão alto seriam os gemidos dela. Mas ela dorme, e eu estou no silêncio total, sem sequer um suspiro que sopre um ar quente e rápido no meu rosto.
Queria dormir, mas só pensar que agora ela dorme, com as pernas seminuas, solitárias e carentes, enquanto também as minhas estão sobre o solitário braço do sofá, minha mão instintivamente tateia minha cueca e alisa meu pinto.
Liberto, ele se ergue e equilibra buscando o ar. Ele a deseja, sonha tanto quanto eu estar dentro dela. Somos dois solitários. Eu e meu pinto. E ela também, e sua vagina também. Eu e meu pinto pensamos nela e na sua vagina.
Ah, aquela bundinha magrinha, aqueles peitinhos pequenos, aquele pescoço longo, digo ao meu pinto. Ele se anima, e ficamos um bom tempo trocando fábulas de desejo, e lamentando.
Eu o seguro pelo pescoço e massageio. Ele quase que sorri. E depois dorme. Até ele dorme. E eu não.
04/12/2019
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