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25/07/2019

DOWNLOAD FREE - 10 Livros de Barata Cichetto

DOWNLOAD FREE - 10 Livros de Barata Cichetto

Aos amigos que afirmam gostar dos meus escritos, e que não puderam ou não quiseram comprar meus livros: acabei de colocar 10 deles - anteriormente lançados em papel - no Internet Archive para leitura e/ou download grátis. Os livros são:
- O Poeta Xingou Minha Mãe de Puta e Eu Lhe Dei uma Porrada
- Troco Poesia Por Dinamite
- Syd Barrett Não Mora Mais Aqui!
- O Poeta e Seus Espelhos
- O Cu de Vênus/O Câncer, o Leão e o Escorpião
- Manifesto Sem Eira Nem Beira
- Manual do Adultério Moderno
- Imprinting
- Falo
- Poemas de Pau Duro

O link: https://archive.org/details/@luiz_carlos_cichetto

Não deixem de comentar/favoritar. Enjoy

23/07/2019

Troco Poesia Por Dinamite (DOWNLOAD FREE)


“Troco poesia por dinamite” mostra um poeta intenso e íntegro e uma poesia obcecada por poesia, sexo, morte, marginalidade e escatologia. E o cenário onde flutuam estas obsessões neuróticas, eróticas e mórbidas é a cidade de São Paulo, outra obsessão de Barata Cichetto. " Do prefácio de Ciro Pessoa, sobre Troco Poesia Por Dinamite. Leitura on line e download fre, pelo Archive.Org.


26/04/2018

A crença na poesia e na dinamite

A crença na poesia e na dinamite
Resenha do livro "Troco Poesia Por Dinamite"
Sr. Arcano

O título do livro já nos traz uma reflexão: para muitos poetas, atualmente fazer poesia  é tão revoltante, que poderíamos supor que o escritor prefere trocar tudo por dinamite, com o intuito de explodir as injustiças que o rodeiam.

Em certas passagens o livro lembra o quanto essa profissão de poeta é ingrata. Tão ingrata que as pessoas não a reconhecem  como profissão. Pior: a tratam como um  material de vagabundagem, ou coisa para  quem não tem o que fazer.

Mas sem a poesia perdemos um instrumento que nos faz pensar, que nos traz momentos que mexem com nossos sentimentos. É literatura. E se desvalorizamos a poesia, isso quer dizer que estamos sendo intolerantes com a nossa própria capacidade de pensar e sentir.

Barata Cichetto, em seu livro “Troco poesia por dinamite”, lembra o quanto as pessoas são intolerantes com a poesia. Sendo que sua poesia já é, por si só, uma valorização dessa arte escrita.

O poema que abre o livro, “Troco poesia por sexo”, já nos deixa uma introdução do que é parte da poesia de Cichetto. Quando ele diz “Não se assuste  e não zombe de mim quando conto a epopeia / de um poeta que não trocou por nada sua vida e sua ideia. / Mas o fato que relato ao leitor, por mais que se ache sem nexo, /  foi que troquei minha poesia por um instante rápido de sexo. /  E se acham que fiz mal negócio dando poesia por um prazer, /  afirmo que nada mais sobre a arte e a poesia posso lhe dizer.”. A afirmação destes versos vem do fato de que é a experiência do autor que está em questão, como exemplo para o leitor, mostrando que se não fosse essa experiência, o autor não teria se tornado poeta. A vivência do autor é que tornou possível essa poesia.

A poesia é o todo; é o que tornou possível essa experiência, e vice-versa. A vida é essa poesia. Este é um exemplo de que existe poesia em tudo o que vivemos. Essa arte com versos e rimas é o fruto daquilo que vivemos. Papel, letras e versos bem construídos não significam muito se não tiverem a essência de uma experiência vivida pelo poeta.

O livro é dividido em cinco partes:
1 - Troco poesia por dinamite;
2 - Troco poesia por dinheiro;
3 - Troco poesia por Rock’n Roll;
4 - Troco poesia por sexo;
5 - Troco psicanálise por poesia.

Cada parte com um conjunto de poemas abrangendo um conteúdo diferente, de acordo com o que sugere cada título. Sendo que a poesia de Cichetto é inconfundível. Percebe-se que sua marca está em todo o livro, como quem diz: “O conteúdo é diferente, mas ainda sou eu!”. E é como se ele dissesse de forma bem contundente: “Ainda sou eu, porra!”. Pois o linguajar, por vezes, é vulgar, como num verso de seu poema ATO DE FÉ: “Seu nome era Maria e ela chupava cheia de graça”.

Mas não se enganem, achando que se trata de um poeta vulgar. Barata Cichetto é o que ele mesmo se define em seu poema FEDIDAS E FODIDAS: “Da sujeira sou o bardo e carrego imundície na mente / Sou poeta sujo e da sujeira é que carrego a semente. / Minha poesia é imunda, fede a bosta e quero a sujeira / Feito ao porco chafurdando na merda à sua maneira.”.

O poeta maldito de nossa época transfigura-se como o bardo da sujeira, pois vivemos em tempos sujos. Pego como exemplo a cidade do Rio de Janeiro (apesar de Barata ser de São Paulo, o que não difere muito), em que o centro da cidade é uma imundície total. A cidade maravilhosa de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, hoje é rodeada por sujeira e poluição. Ao contrário do que falavam os poetas de antigamente sobre o Rio de Janeiro, a cidade em que se dizia da mulher: “olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”, fala-se hoje apenas da sujeira, da prostituta, de imundícies. Este seria o retrato não só do poeta carioca atual, mas também de outros estados brasileiros.

E o autor mostra que, a seu exemplo, o poeta só pode mesmo é afundar-se na desgraça caso resolva assumir que é poeta. Nos versos do poema TROCO POESIA POR DINHEIRO, ele diz: “Queria mesmo era foder e ter dinheiro, foda-se a hipocrisia / Ter dentes inteiros, roupas decentes, mas tenho só a Poesia / E que grande bosta nascer poeta, eu preferia ser natimorto / Ou ter a sorte de ser apenas outro ato hediondo de aborto. / Quem sabe o que faria minha mãe se ao olhar àquele ser / Soubesse que em lugar de médico seria poeta ao crescer / Decerto num ato de vingança contra a natureza maldosa / Me jogaria na latrina e iria dormir com a mente insidiosa.”.

Estes versos traduzem bem o sentimento do poeta atual, numa sociedade que não valoriza a poesia em nada. Uma pessoa culta não significa nada atualmente, ao contrário da pessoa que é fútil; dos bandidos; e das putas (estas ganham mais dinheiro que qualquer poeta).

E não vamos esquecer da fama. Não importa como uma pessoa tornou-se famosa, mas se possui fama é valorizada. E pobre do ser que nasceu poeta. É o mesmo que nascer amaldiçoado.

O poeta nasceu com um princípio de dom, e conforme foi crescendo esse dom foi se aprimorando, e quando finalmente adulto obteve o dom completo da poesia. Mas de que adianta ter o dom da poesia nesta época?

A poesia é algo belo, é uma virtude valiosa. E, no entanto, nada vale nesta nossa atual realidade! Muito pelo contrário, o poeta é ridicularizado, chamado de vagabundo. Caso ele diga, com orgulho, que é poeta, as pessoas irão rir dele. Então, de que vale a poesia?

Vemos referências no livro que lembram Augusto dos Anjos, como por exemplo nos seguintes versos do poema ALPHA III: “E eu, que nas fileiras de Esparta fiz a minha morada / Encaro a luta de frente, rei deposto pela ira dourada / Pensando que se a vida é uma ilusão, que assim seja / Pois que a mesma mão que toca, é aquela que apedreja”. Mas Cichetto apenas se assemelha a Augusto, e essa semelhança ele mesmo faz questão de demonstrar, como admiração, talvez por Augusto ser tão atual em tempos modernos, porém a influência real de Cichetto vem de Lou Reed, que ele mesmo admite como sendo um ídolo de nossos tempos.

Mas o que sentem as pessoas próximas ao poeta? Será que elas se sentem ofendidas? Ou agradecidas por tomarem um gole de verdade? Creio que dificilmente uma pessoa comum iria brindar com uma taça transbordando de verdades. Isso é coisa para os raros. E Cichetto é raro. Ele simplesmente lamenta que o próximo o rebaixe, porque ele é poeta, e só um poeta tem a consciência de enxergar o que, de fato, é fútil. E simplesmente caminha em direção oposta à futilidade, como no poema “LAMENTO”, nos seguintes versos: “Lamento por não ter eu tirado dos que tinham / E por ter ido na direção de onde todos vinham.”, “E lamento muito, por acreditar em livros e poesia, / Mas muito mais ainda por não aceitar a hipocrisia”. Vemos aqui a incorruptível poesia, com sua pureza extraída da mais profunda beleza, mesmo rodeada de uma hipocrisia que fede (toda hipocrisia fede).

Mas se vocês me perguntam quem é o autor de “Troco poesia por dinamite”, eu diria, sem dúvida, que é a pessoa que escreveu o poema “Super-Homem, A poesia”. O poema mais belo dessa obra.


Toda a magia e encanto por trás de um poeta, toda a crença de que um poeta é um ser iluminado, um ser divino, toda essa concepção fantasiosa cai por terra nos versos de Barata Cichetto, para ganhar uma dimensão bem mais profunda. O livro é o exemplo atual de que o poeta é uma pessoa comum, como qualquer outra. E que a pessoa comum tem mais magia e encanto em sua profundidade, do que os acadêmicos fazedores de versos que se acham divinos. O escritor não é um ser intocável. É pessoa comum. Ele come, bebe, caga, fode. E pode dormir bêbado na rua. A beleza da poesia está no que a pessoa comum faz, e o poeta que tem esse dom de extrair beleza de coisas comuns, ou por vezes repugnantes, é o verdadeiro poeta. Ele não precisa ser divino ou mágico. O poeta é apenas um poeta. E é exatamente isso o que as pessoas comuns, dessas que acreditam em poetas divinos e intocáveis, não conseguem entender. Perguntam: “mas como ele consegue fazer esses poemas?”. Esse é o dom do poeta. Nasceu com ele, foi aprimorado por ele, e vive dentro dele. A poesia é o seu tesouro que todos ambicionam ou admiram, mas que para o poeta é coisa comum. Porque é um poeta, simplesmente.

Barata Cichetto não fala de flores, poesia “bonitinha e colorida”. Ele é autêntico. Fala do que sente e do que vive. Seus versos de “PORQUE EU NÃO FALEI DAS FLORES” traduzem bem isto: “Não, não quero falar sobre bondade, beleza e cheiros doces / Quero dar murros nas cabeças de idiotas, tratar aos coices / A parte boa de mim é má e meu lado pueril é cheio de rugas / E se tenho que falar de algo, será sobre os ratos e as pulgas”.

E toda essa sinceridade, toda essa realidade, é um murro na cara. Tanto que o próprio poeta sente-se preocupado com o que será da poesia amanhã (se é que existirá algum amanhã). A poesia está morta? Ou ela fala do mundo dos mortos, sussurrando ao ouvido do poeta, que vive num mundo perdido do qual a própria poesia desistiu de acreditar? O que pensar dos seguintes versos de “PÁTHOS E THÁNATOS”?

“Dormes enquanto escrevo sentimentos de destruição / Alheia ao que nos cerca, um mundo de prostituição / E enquanto dormes eu morro de tristeza e de agonia / Certo que amanhã de manhã não haverá mais poesia”.

E a máxima do poeta, é a transfiguração de valores em que vivemos atualmente. No fundo, o leitor sabe que concorda com o que lê, que deseja viver livre, mas o peso do arrependimento parece ser o mesmo do enorme peso de suas obrigações para com a sociedade. Nesse sentido, podemos apenas refletir nos seguintes versos de “MEU OUTRO FIM”:  “Que existência de merda a minha, de esposa e filhos / Uma carreira de trabalho, e vida correndo nos trilhos / Poesia feita a lápis, fogo em meus livros de ocultismo / E eu ainda acreditando no poder único do catolicismo”.

Eu não poderia deixar de finalizar este artigo com dois versos desse livro que, como uma mensagem, trazem uma reflexão que recai no próprio leitor que sabe o que sente. E se sente algo, é porque a poesia fez seu trabalho, e o poeta soube servir bem à sua deusa poesia. Então, por aqui termino com os versos finais de “QUE EU DESCANSE EM PAZ”:

“E se agora depois da minha morte esta poesia lhe traz emoção / Que eu descanse em paz, recompensado pela minha devoção.”.

27/03/2017

Barata, Que Bicho é Esse?

Barata, Que Bicho é Esse?
Foto: Marli Abduch

Barata Cichetto é o nome artístico do paulistano Luiz Carlos Giraçol Cichetto, poeta, escritor, artista plástico, produtor e apresentador de webradio e editor artesanal.  O apelido kafkiano de "Barata", surgiu em função de um site cultural de grande prestigio criado em1997, e nos primeiros anos do século XX, se tornou uma referência dentro do mundo do Rock e da Poesia.

Filho de família pobre, de italianos, desde garoto, em função de sua extrema timidez, buscou nos livros a companhia às brincadeiras e jogos a que os garotos da época preferiam. Segundo palavras do próprio, a respeito de seu ano de nascimento: "nasci no mesmo Ano da Graça de Cazuza, Madonna, Bruce Dickinson, Tim Burton e Michael Jackson." E nos primeiros anos da década de 1970, era comum encontrá-lo nas salas das bibliotecas públicas, onde começou a ler os clássicos, como Machado de Assis e Aldous Huxley. Ou em casas de amigo escutando discos de Rock, já que dinheiro para comprar livros ou discos não existia.

Começou a trabalhar com 14 anos, como office-boy onde conheceu as ruas escuras do centro de São Paulo e toda a fauna louca que por elas perambulavam nas madrugadas, particularmente as prostitutas de rua, que foram suas primeiras musas inspiradoras. Foi nessa época que conheceu a musica e a poesia do americano Lou Reed, figura fundamental no desenvolvimento de sua poesia, com suas histórias a respeito dos mesmos personagens que habitavam o mundo do adolescente Luiz Carlos. A partir daí, para a poesia de Augusto dos Anjos, Rimbaud, Baudelaire e outros "poetas malditos" foi um salto pequeno.

Nos anos seguintes, teve inúmeras profissões, como bancário e escriturário e todo o tempo e dinheiro livres eram gasto com livros, revistas e nos prostíbulos mais decadentes da região conhecida como Boca do Lixo, onde se concentravam também os estúdios de produtoras de filmes eróticos.

Em 1981, com ajuda de um casal de amigos, lançou seu primeiro livro, mimeografado, com o título de "Arquiloco", em homenagem ao poeta e soldado grego Arquíloco de Paros. O pequeno volume, assinado como "Carlos Cichetto", mereceu a atenção do critico literário do jornal Diário Popular Henrique Novak, um dos mais conceituados na época.

No ano seguinte conheceu sua primeira esposa como que se casou e teve dois filhos. Nesse período, para dedicar-se integralmente à criação dos filhos, deixou de lado a escrita, que só foi retomada por volta de 1996. A partir daí, como que procurando resgatar o "tempo perdido", sua produção passou a cada dia ser mais intensa e num ritmo cada vez mais frenético. E como qualquer expressão da natureza, tudo que é represado, um dia estoura e causa enchentes e tudo que existe em seu caminho é derrubado, carregado.

Durante o tempo em que esteve casado, trabalhou em inúmeras atividades profissionais, indo de desenhista mecânico a projetista de brinquedos e embalagens, até virar dono de uma escola de informática, nos últimos anos do século passado. Em 1999, mudou-se a trabalho para Belém, PA, onde permaneceu durante um ano. Essa passagem segundo ele teve efeitos determinantes de enorme peso, pois foi ali que tomou contato com uma cultura muito forte, cheia de contrastes, daquela cidade ao norte do país. Ali nasceu o apelido "Barata". E ali renascia o provocativo, irrequieto e determinado artista Barata Cichetto.

Em 2000 retornou a São Paulo, onde o já muito conhecido web site A Barata, foi motivo de reportagem e entrevista para o programa Vitrine da TV Cultura. A partir daí Barata começou a produzir eventos que envolviam as suas duas maiores paixões: Rock e Poesia. Foram dezenas, em casas muito conhecidas do publico roqueiro de São Paulo, como Led Slay, Fofinho e outras. A produção intelectual cresceu absurdamente, incluindo com a criação de revistas impressas e Xerox.

Em 2001 começou a trabalhar como "Manager" da histórica banda Patrulha do Espaço, onde foi responsável entre outras coisas pela produção artística de um CD da banda, o EP".ComPacto".  Ali, Barata conheceu todos os meandros e muitas histórias dos bastidores de uma banda de Rock, que culminou com seu livro mais vendido até agora: "Patrulha do Espaço no Planeta Rock", lançado em 2012.

Em 2004, depois de 22 anos, chega ao fim de seu primeiro casamento e nos anos seguintes, até 2010, passa por outros dois relacionamentos conturbados, mas que lhe rendeu material para centenas de seus poemas, que passaram por todos os sentimentos inerentes às relações de casais: da doçura à loucura; do prazer à dor. No final de 2009, conheceu sua atual companheira, Izabel, com quem se casou oficialmente em 2016, incorporando mais um sobrenome.

Em 2010, Barata escreveu o libreto e criou toda a concepção de uma Opera Rock: "Vitória, ou a Filha de Adão e Eva". Esse fato foi crucial em toda produção futura do artista, pois em função dela conheceu um dos maiores músicos do Brasil, de formação erudita e um dos maiores estandarte do Rock Progressivo no Brasil, Amyr Cantusio Jr., com quem faria outros dois trabalhos: o disco conceitual "Seren Goch: 2332" em 2013, e "Madame X - À Sombra de Uma Morta Viva", em 2015. 

A edição do libreto dessa Opera Rock, ensejou ao irrequieto artista, que buscava uma forma de publicar seus escritos, sem nenhuma porta de editora aberta, a criação de um de seus maiores desafios: a "Editor'A Barata Artesanal", criada no referido ano. A partir daí, a "editora", que embora use tal nome, se trata de fato de um trabalho de edição artesanal de livros, trabalhando com qualquer tiragem, passou a aceitar encomendas de outros escritores, tendo lançado até agora, em 2017, mais de oitenta títulos, incluindo 25 do próprio autor--editor, que se considera, de fato, um "artesão de livros".  Dentre esses títulos, o destaque fica para livros sobre filosofia e ocultismo do parceiro Amyr e livros sobre o mundo da Beatlemania, escritos em italiano pelo musico milanês Alex Schiavi, de Milão. Todo o trabalho, da editoração a montagem final do livro - costura e colagem manuais, é feito inteiramente pelas mãos hábeis do editor-poeta, ou poeta-editor, concedendo a cada exemplar do livro, um quê de personalização impossível de ser conseguido em qualquer esquema tradicional de editoras.

A produção literária de Barata Cichetto inclui 13 livros de poesia e 12 de contos, crônicas, ensaios e até uma auto-ficção chamada "Barata: 40 Anos de Sexo, Poesia e Rock'n'Roll". Todos esses livros, com exceção de um "Cohena Vive", que foi lançado pela Editora Multifoco, do Rio de Janeiro, foram lançados pela sua Editora. Seu penúltimo livro de poesia, "Troco Poesia Por Dinamite", tem o prefácio do cofundador d banda Titãs, Ciro Pessoa.

Em 2008, outra habilidade do polivalente artista desponta, com um convite para produzir e apresentar programas em uma webradio. O rádio sempre fez parte de seu cotidiano, e era um antigo sonho, propiciado com a era da Internet, que simplificara e abria oportunidades a pessoas de fora dos meios tradicionais do esquema das grandes rádios. Desde então, Barata passou por várias webradios, sendo que entre 2011 e 2012, criou um projeto próprio com o intuito de fazer algo diferente do esquema, que seguia os antigos padrões das rádios "tradicionais". Nascia assim a "KFK Webrádio, com o "slogan" "a rádio que toca idéias". Por falta de apoio financeiro, a webradio foi extinta, mas retorna agora no inicio de 2017, com seu projeto inicial preservado, mas contando com novas tecnologias e ideias reformatadas e outras criadas.

No final do ano de 2016, incentivado pela artista plástica gaúcha Nua Estrela, Barata começa a produzir pinturas, algo que sempre achou impossível de realizar. Em três meses, Barata pinta mais de 80 quadros, tendo como temas principais, mais uma vez o seu trinômio vital: Sexo, Poesia e Rock'n'Roll. Suas pinturas chamam a atenção não apenas pelos materiais usados, como tinta látex de parede sobre papelão, mas pelos temas polêmicos.

Aos cinquenta e oito anos de idade, Barata Cichetto mantém um olhar crítico apurado sobre a sociedade moderna, buscando transmitir em suas diversas formas de arte, toda sua perplexidade diante de um mundo que chega cada dia mais perto do abismo fatal, segundo ele. É um livre pensador, que tendo passado por inúmeras correntes políticas, atualmente se define como um "conservador liberal".  Acredita que a chamada "arte social" é uma falácia, pois é a arte, segundo ele, "algo feito do individuo para o individuo", e que "essa coisa de arte coletiva é uma absoluta mentira, uma farsa pregada pela onda politicamente correta que é alimentada pelo pensamento esquerdóide para enfraquecer o verdadeiro poder da arte, que é o único de fato revolucionário."

Sobre o poeta Barata Cichetto, Amyr Cantúsio Jr. - Músico, Teósofo, Compositor, Filósofo, de Campinas, SP diz: "Posso enfatizar que Cichetto é o Dante, Milton, Boca do Inferno e Blake resumido da literatura nacional!". Já o Professor-Doutor em Arte de Goiás e artista multimídia Edgar Franco afirma: "Barata Cichetto é um poeta visceral, com uma peculiar e louvável visão da vida e dos caminhos e descaminhos de nossa espécie, belamente radical diante do bundamolismo vigente e da ditadura do politicamente correto que inunda as mídias e a cultura...".  Smail Della, artista plástico: "Homens a frente do tempo, sempre vão existir. Raros, mas sempre existirão e eu tive sorte de nessa vida poder conhecer essa praticante da Arte... Incansável, persistente, guerreiro na estrada.". Mas é o trecho inicial do prefácio escrito pelo ex-titã Ciro Pessoa, o que demonstra quem é realmente o poeta Barata: "A sensação que tive ao terminar de ler 'Troco Poesia por Dinamite' foi a mesma que alguém deve ter após sobreviver a um intenso bombardeio. Ou a atravessar um extenso campo minado e conseguir chegar do outro lado razoavelmente intacto. Porque a poesia bélica de Barata Cichetto é semelhante a um míssil cortando a noite anestesiada e explodindo no centro do comodismo mental e comportamental que tão bem caracteriza este irritante e retrógado começo de século XXI."

Por fim, Barata é um assíduo usuário de mídias sociais, procurando retirar delas algum resquício de debate inteligente, e um veiculo eficaz para a transmissão de suas idéias e projetos artísticos. E dentre seus projetos para o ano de 2017, estão o lançamento de dois romances, um livro de aforismos e mais, quem sabe, algumas dezenas de pinturas. "O dia em que parar de criar, estarei morto, mesmo que vivo." Arremata.

17/02/2017

31/07/2016

Fedidas & Fodidas

FEDIDAS & FODIDAS
Barata Cichetto
Do Livro "Troco Poesia Por Dinamite"


E quanto a mim, prefiro foder mulheres fedidas
Sentir da bunda o cheiro das merdas dormidas.
Pelos grudados no cu, um torrão duro de bosta
Fodendo o cu fedido do jeito que o pau gosta.

Adoro foder mulheres fedendo a merda e urina
A sujeira da pele brilhando na luz da purpurina.
O cheiro do esperma velho das fodas antigas
Inundando o quarto de saudades e lombrigas.

Adoro foder as putas sujas, melhor as fedorentas
Bom dinheiro pelas limpas, outro pelas  nojentas.
Na sujeira está a poesia da putaria, da imundice
Higiene na cabeça, sujeira no cu minha crendice.

Adoro foder um cu no meio de uma linda bunda
Enquanto meu dedo na buceta gosmenta afunda.
Amo arregaçar as pregas sujas com o meu caralho
Igual arregaça a buceta de uma virgem o bandalho.

A sujeira é doce e da imundice da carne eu abuso
E faço dela minha delicia e do prazer me lambuzo.
Fedas e fodas comigo, putinha de cabelos sujos
Sujes de mim sua pele, da sujeira dos ditos cujos.

Da sujeira sou o bardo e carrego imundice na mente
Sou poeta sujo e da sujeira é que carrego a semente.
Minha poesia é imunda, fede bosta e quero a sujeira
Feito ao porco chafurdando na merda à sua maneira.

24/05/2014

21/06/2015

Rock In Poetry no Rick'n'Roll


Rock In Poetry no Rick'n'Roll
Tarde de autógrafos do livro de Barata Cichetto "Troco Poesia Por Dinamite" + Show com a banda Steady Job, de Blues Rock.
18/07/2015 - Sábado - 14:00
Rick'n'Roll
Av. Conde Francisco Matarazzo 85 - Loja 5
São Caetano do Sul
011 2376-8966
www.rickandroll.com.br

08/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 08

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 08

Rush - Anthem
Poesia: Barata - Troco Poesia Por Dinheiro
Meat Loaf - Bat Out Of Hell
Grand Funk - Et Pluribus Funk - 04 - I Come Tumblin
Black Sabbath - 08 - Breakout
Poesia: Barata - Ausência (Animal Serenade)
Manfred Mann's Earth Band - Spirits in the Night
Esperanto - Eleanor Rigby 2
Ram Jam - Black Betty
Poesia: Cassionei Niches Petri - Ateu
Crazy World of Arthur Brown - Fire
Screamin Jay Hawkins - I Put a Spell On You
Johnny Cash - (Ghost) Riders In The Sky
Poesia: Barata - Confissões de Um Abismo
Seu Juvenal - Homem Analogico
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"Estou escrevendo mais um texto antipático e arrogante no blog. Vou postar aqui para parecer mais arrogante ainda."
Luiz Carlos Barata Cichetto Arroganteie-se, Cassionei Niches Petry. rs
Cassionei Niches Petry Escrevi uma vez um aforismo: "Arrogo-me o direito de ser arrogante."
Cassionei Niches Petry: este poema que está no blog também está no meu romance "Os óculos de Paula". Teria sido escrito pelo personagem Fred. Gostaria de ouvi-lo na tua voz no programa:
http://cassionei.blogspot.com.br/2012/07/concurso-leia-um-exercicio-poetico-do.html
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Ateu
Cassionei Niches Petri
Exercício Poético 

ateu

ateu
atiça
ata
desata
à cata
mata
rato
pato
acredita
mentira
escrita
ateu
desacredita
cita
medita
regurgita
poética
cética
tua
ética
patética
anti
ateia
trava
tudo
turva
túnel
até
tem
gente
crente
tolerante
inocente
taco
tiro
certo
mente
demente
tio
tia
parente
tiro
da frente
teia
tecido
texto
testa
tino
desatino
teu
teísmo
atesta
intelecto
ateu
traça
trajeto
reto
torto
até
restar
morto.

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Confissões de Um Abismo
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

A um citador contumaz de Niezsche: "Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."


Durante muito tempo eu mirei de perto o abismo
E numa falta absoluta de sentimento e de cinismo
Trocamos de lugar durante o resto da eternidade
E eu era agora o abismo e ele a minha perenidade.

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Ausência
(Animal Serenade)
Barata Cichetto

(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

"Busco um abrigo das tempestades vermelhas quase invisíveis" - Joanna Franko

Ando deprimido e obscuro feito sombra de um burro cansado
Cabisbaixo feito lesma e mal afortunado feito ao feto abortado.
E entre ser a sombra de um asno ou torto igual um desgraçado
Prefiro estar morto, teso e fétido por meus pesadelos derrotado.

Quando desapareci feito sombra, ninguém sentiu falta de mim
E quando morri feito um aborto, ninguém pensou ser meu fim.
Mas já que eu era morto, obscuro e torto, fui sem jamais ter ido
E ninguém lembrou que eu era, então eu fui sem jamais ter sido.

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Anthem
Rush

Know your place in life is where you want to be
Don't let them tell you that you owe it all to me
Keep on looking forward, no use in looking 'round
Hold your head above the crowd and they won't bring you down

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought

Live for yourself
There's no one else more worth living for
Begging hands and bleeding hearts
Will only cry out for more

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought

Well, I know they've always told you
Selfishness was wrong
Yet it was for me, not you
I came to write this song

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought, wrought, wrought


Hino

Saiba que seu lugar na vida é onde você quer estar
Não os deixe falar que você deve tudo pra mim
Continue olhando pra frente, não há porque olhar em volta
Mantenha a sua cabeça longe do chão que eles não vão conseguir te derrubar

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram

Viva para você mesmo
Não há mais ninguém por quem valha mais viver
Mãos esmoleiras e corações sangrentos
Irão apenas gritar por mais

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram

Bem, eu sei que sempre te disseram
Que era errado o egoísmo
No entanto, era para mim, não você
Que eu escrevi esta canção

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram.
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Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727

contato@gatosealfaces.com.br

Troco Poesia Por Dinamite - Resumo

Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727
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02/06/2015

Pacote de Fim de Outono - Gatos & Alfaces

Edição 5 da Gatos & Alfaces + CD da banda Nicotines + livro Troco Poesia Por Dinamite por R$ 60,00 correio grátis para todo o Brasil. E de BRINDE um chaveiro Gatos & Alfaces. Pedidos: barata.cichetto@gmail.com


01/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 07

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa  07

Uriah Heep (Demons and Wizards) - Rainbow Demon
Barata Suicida - Lúcifer
Luciferian Light Orchestra - Venus in Flames
Poesia: Barata - Indecências


Jerry Garcia - Sugaree (Studio Version)
Leonard Cohen - The Future
Blues Magoos - (We Ain't Got) Nothing Yet (1967)
Alvaro de Campos - Lisbon Revisited (1923) Rodrigo Alencar

X Japan - Rose of Pain (Live Performance)
La Renga - La Furia De La Bestia Rock
Titãs - Sonifera Ilha
Poesia: Barata - A Lenda da Fada da Foda
(Trilha Sonora: Epsylon - Libertango Metal)

Suzi Quatro - Race Is On

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Indecências
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)
Do livro "Troco Poesia Por Dinamite", 2015

“Temos o direito de esperar decência comum até mesmo de um poeta” - George Orwell. 

E esperam de mim decerto que eu tenha alguma decência
Pois a um poeta imaginam que se tenha alguma clemência
Mas eu que não sou um poeta e muito menos sou decente
Ajo como quem não ama de fato aquilo que deveras sente.

31/03/2014

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A Lenda da Fada da Foda
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)
Do livro "Troco Poesia Por Dinamite", 2015

Há muito tempo surgiu na Terra uma lenda
A respeito da mulher da buceta encantada
Que atraia a todos os machos à sua tenda
E depois da foda se transformava em fada.

E a todos os machos da aldeia a fada comeu
Como Fada da Foda ficou conhecida na região
E mesmo nos arredores com todos ela fodeu
Do rei ao príncipe e do exército toda a legião.

Antigos contam que a Fada tinha bela vagina
E que sua fama não lhe fazia jus a realidade
Pois era ela até mais gostosa que a Messalina
E seu orgasmo uma descarga de eletricidade.

A nenhum homem a fada poupava, a todos fodia
E as mulheres da cidade, desesperadas rezavam
Pela morte da Fada da Foda, oração de covardia
E quando mais a fada fodia, mas a desprezavam.

Chamaram o padre, o prefeito e até o imperador
Achando um jeito de estar livres da Fada da Foda
Mas com todos ela fodeu, sem respeito nem pudor
Afinal foder com ela era o ultimo suspiro da moda.

Até que os machos não comiam, fracos e doentes
E a fada os atraia e devorava como comida animal
Doíam-lhes os ossos, o caralho e caiam os dentes
Até que de inanição todos morriam, livres do mal.

As mulheres ficaram sem machos e sem vida a fada 
Pois as mulheres se rebelaram com a falta de pinto
Com ira a fizeram em pedaços até não sobrar nada
E essa é a história contada inteira do jeito que sinto.

E assim, do jeito dos que gostam de contar histórias
Que a lenda da Fada da Foda e sua buceta nasceu
E ainda hoje em dia aos que sabem de suas glórias
Contam felizes como foi das cinzas que ela renasceu.


18/05/2015

Gatos & Alfaces Rock in Poetry 2


Gatos & Alfaces Apresenta
Rock in Poetry 2
Lançamento da Edição 5 da revista Gatos & Alfaces, incluindo o CD exclusivo "A Mil Por Hora", da banda de Manaus Nicotines.
30 de Maio de 2015, - Sábado, 19:00H
Bar do Aranha, Av. Álvaro Ramos, 934, Belém, Próximo ao SESC Belenzinho)
Show com as Bandas: Vento Motivo e Poolsar
E ainda  Ciro Pessoa, co-fundador dos Titãs e criador da Cabine C, declamando poemas de seu livro: Relatos da Existência Caótica.
Entrada: Franca
www.gatosealfaces.com.br
Apoio Stay Rock Brasil

Preços de Venda:
Livro "Troco Poesia Por Dinamite" = $ 40,00
Revista Gatos & Alfaces 5 + CD Nicotines = 20,00
Pacote Revista + Livro = $ 50,00 (Exclusivamente no Evento)

13/05/2015

O Campo Minado de Barata Cichetto

O Campo Minado de Barata Cichetto
Ciro Pessoa, Músico, Poeta, Poeta. Cofundador da banda Titãs e criador da Cabine C.


A sensação que tive ao terminar de ler “Troco Poesia Por Dinamite” foi a mesma que alguém deve ter após sobreviver a um intenso bombardeio. Ou a atravessar um extenso campo minado e conseguir chegar do outro lado razoavelmente intacto. Porque a poesia bélica de Barata Cichetto é semelhante a um míssil cortando a noite anestesiada e explodindo no centro do comodismo mental e comportamental que tão bem caracteriza este irritante e retrógrado começo de século XXI.

Localizar a constelação onde se encontra a poesia de Barata não é uma tarefa fácil. É claro que ouvimos aqui e ali as vozes rumorosas de Marques de Sade, que os vultos de Rimbaud e Baudelaire sobrevoam um ou outro poema e que as presenças físicas de Lou Reed e Patti Smith em diversos momentos do livro os tornam influências explícitas. Mas a poesia de Cichetto vai além das suas influências e inventa uma constelação própria que ele próprio define: “Da sujeira sou o bardo e carrego imundice na mente/Sou poeta sujo e da sujeira é que carrego a semente/Minha poesia é imunda, fede bosta e quero sujeira/Feito o porco chafurdando na merda à sua maneira.”

“Troco Poesia Por Dinamite” mostra um poeta intenso e íntegro e uma poesia obcecada por poesia, sexo, morte, marginalidade e escatologia. E o cenário onde flutuam estas obsessões neuróticas, eróticas e mórbidas é a cidade de São Paulo, outra obsessão de Barata Cichetto.

No desconcertante poema “Roteiro para filme pornô”, por exemplo, o poeta descreve um casal que pega o metrô na Estação Barra Funda e vai transando até a estação terminal de Itaquera “Artur Alvim, tua boca no meu pau e usuários de bocas abertas/A surpresa só é boa demais quando acontece nas horas incertas/ E antes de chegar no que seria o fim de uma trepada seminal/ Gozei na tua cara antes do trem chegar a Itaquera, a terminal”.

“Troco poesia por dinamite”, por fim, exibe uma poesia vigorosa, destemida e absolutamente atemporal e atual: “Porque a minha poesia é escrita com gosto/Eu não gosto de quem escreve por desgosto” clama Barata em “Desgosto e desgosto”. Atesto: é verdade.


Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
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Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
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Impressões Sobre "Troco Poesia Por Dinamite"

Impressões
Esdras M. Junior,  Professor e Filósofo



Viver não é algo exatamente tranquilo e leve. Amar, também não. A realidade é feita de oposições e contradições. A leveza e o peso andam juntos, assim como o amor e ódio, por exemplo.

Nesse paradoxo que é o mundo das emoções, o mais difícil talvez seja identificar ate onde vai a leveza e desde onde começa o peso. Mesmo porque, as emoções e suas essências não estão nem num nem noutro, mas em nós mesmos. Nós é que abastecemos os momentos da vida ou com tensão ou com tranquilidade (eis aí mais uma oposição).

Neste ambiente surgem os poetas. Para tentar demonstrar os opostos. Alguns autores, com mais tranquilidade, bucolismo, suavidade ou leveza, enquanto que outros, com mais tensão, mais peso, mais acidez, mais nervosismo...

Neste sentido, o poeta Barata, dono de um estilo escancarado, explicito e provocador, mostra-se em grande performance. Misturando putas, asnos, dinamite e outras "coisinhas" mais, denuncia a existência de muito mais que apenas um mar de rosas e beijos suaves na alma humana durante momentos de uma vida.

Apresenta, com sua impavidez, a existência das contradições do ser. Ou as contradições necessárias para o ser humano ser.

É como se expusesse o que há de pior entre as rosas, que nem por isso deixarão de ser o que são: rosas. Rosas serão sempre rosas, a despeito de terem (ou até por que tem) espinhos. Destarte, o ser humano também será sempre humano, apesar de ser (ou mesmo por que é) selvagem, animal e grotesco.

O homem que fecha os olhos para o feio e só vê o bonito nega a sua própria existência. Sempre temos que ser capazes de perceber os dois lados de nossas ambiguidades. Assim, o Barata cumpre muito bem o seu papel de poeta, expondo a tensão que é viver emoções.

Por que trocar poesia por dinamite? Talvez por que precisamos mesmo, muitas vezes, trocar o suave (poesia, como normalmente é considerada) pelo tenso (no caso, dinamite). Mas sem que+ nenhum dos opostos se sobressaia por que, para estarmos em equilíbrio, precisamos viver sempre o antagonismo.
Se a suavidade se sobressai, nos tornamos passivos e acomodados, mas, por outro lado, se a tensão se sobressai, nos tornamos ansiosos, agressivos, violentos, estressados...

Ou seja, até no título, o Barata foi genial.

"Jesus Woman" - Quadro de Nua Estrela
Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
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Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 04



Blues Riders - Nos Caminhos da Morte
Babe Ruth - The Mexican (Live in Canada - 1974)
Joy Division - Transmission
Augusto de Campos (Rimbaud) - O Barco Bêbado

Mão Morta - Horas de Matar
Lou Reed - Animal Serenade - 2004  (Outtake) Sweet Jane
Rammstein - Te Quiero Puta
Mário Bortolotto e Banda Saco de Ratos - Putaria

T.M. Stevens - Burn
Steely Dan - Do It Again
Tierra Santa - Sangre De Reyes
Barata - Troco Poesia Por Dinheiro

Encerramento: Alpha III - Ajna


Troco Poesia Por Dinheiro
Barata Cichetto
Do Livro Troco Poesia Por Dinamite
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)


Não fosse por Baudelaire eu seria um poeta incomparável
E não fosse por Rimbaud seria um mercenário inigualável
Mas da forma que a Poesia deseja, sou poeta despejado
Pobre e desconhecido, pelas amantes homem indesejado.

A Europa está morta e a África fede a defuntos insepultos
E eu caminho na sujeira da periferia entre bichas e putos
Mas da forma como a Poesia me deseja, sou amante total
Maldito poeta, fodendo doentes com sua síndrome mortal.

Queria mesmo era foder e ter dinheiro, foda-se a hipocrisia
Ter dentes inteiros, roupas decentes, mas tenho só a Poesia
E que grande bosta nascer poeta, eu preferia ser natimorto
Ou ter a sorte de ser apenas outro ato hediondo de aborto.

Quem sabe o que faria minha mãe se ao olhar àquele ser
Soubesse que em lugar de médico seria poeta ao crescer
Decerto num ato de vingança contra a natureza maldosa
Me jogaria na latrina e iria dormir com a mente insidiosa.

19/01/2015

01/05/2015

Troco Poesia Por Dinamite

Quarto poema do desafio proposto pelo amigo Daniel Kobra Kaemmerer, para que publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. . 
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

TROCO POESIA POR DINAMITE
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Troco uma poesia por uma banana de dinamite
Uma poesia por alguém que em poesia acredite
E troco uma poesia por qualquer coisa de valor
Qualquer coisa que seja vivo e que tenha calor.

Troco uma poesia por uma trepada num puteiro
Por um gozo efêmero ou um carinho por inteiro
E troco qualquer poesia por qualquer coisa de útil
Já que não tenho utilidade à poesia, a coisa inútil.

Troco uma poesia por uma chupada no escuro
E duas poesias por algum lugar quente e seguro
Três poesias é o máximo que pago por uma buceta
Mas por um cu posso pagar quatro e uma punheta.

Troco quinhentas poesias por uma bela casa confortável
E umas mil e poucas por um carro e uma boneca inflável
Por um cigarro e um trago eu troco qualquer poesia escrita
Pois na fumaça do cigarro existe uma verdade não descrita.

Troco poesia por qualquer coisa que seja inteira
Porque a mentira é coisa sempre meio verdadeira
E por ter uma troca totalmente justa e honesta
Aceito trocar poesia por qualquer coisa indigesta.

Troco a poesia a troco de um par de macacos mancos
Em troca de uma poesia escrita a trancos e barrancos
E para não parecer que diminuo o valor do meu produto
Aceito troca por casa de menor valor embaixo do viaduto.

Troco poesia por barbante, linha ou corda de enforcado
Um poema por metro de corda e um nó firme, apertado
Justa troca, negócio de morte, contrato cláusula aberta
E ainda dou um desconto caso a poesia não seja a certa.

Troco, enfim, a poesia por qualquer coisa, e até por nada
Porque nada é melhor que tudo e puta é melhor que fada
E se nessa troca, nada eu possa ter por lucros ou ganhos
Resta o consolo de ser apenas um carneiro nos rebanhos.

30/11/2013

Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos &; Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
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30/04/2015

Troco Poesia Por Rock'n'Roll

Meu terceiro poema, sobre o desafio proposto pelo amigo Daniel Kobra Kaemmerer, para que eu publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. .
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Rock'n'Roll
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

A nenhum poeta é permitido seguir os passos de Rimbaud, o cínico
E passar alguma Temporada no Inferno, com o olhar de um clínico
Quanto a mim trago o Inferno nas mãos e espalho sobre a Terra Santa
E prefiro me lambuzar com o melado de putas a foder virgens na janta.

E a nenhum é permitido largar a poesia, tal Rimbaud, o mercenário
Aos poetas é permitido ter dinheiro sem guardar a alma no armário
E quanto a mim, me permito não ter luxos, médicos ou puteiros caros
De forma a manter minha obra com sensos que atualmente são raros.

A ninguém é permitido ler Rimbaud nem Bukowski com olhos de vício
O ópio e a bebida não constroem um poeta, que o é por seu sacrifício
Mas quanto a mim, não desejo ser cordeiro, nem o mártir de esquina
Apenas viciado em letras, em notas e nas pernas de uma doce cafetina.

E a nenhum, seja Dos Anjos, Verlaine ou Baudelaire, o poeta algo deve
Pois Poesia é o Espírito Santo e a Sagrada Alma daquele que a escreve
Quanto a mim, não acerto contas com outros criadores por ser deidade
E se há deuses no Infinito são eles poetas cheios de egoísmo e vaidade.

01/02/2015


29/04/2015

Troco Poesia Por Dinheiro

O amigo Daniel Kobra Kaemmerer lançou o desafio e eu o aceitei
Aqui está a minha primeira poesia, a primeira das quatro que devo publicar nos próximos quatro dias.
E como as "regras" dizem que devo publicar poesia, gostaria de compartilhar nesses quatro dias quatro poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também deixo meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila para participarem deste desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Dinheiro
(Registrado no Escritorio de Direitos Autorais)

Não fosse por Baudelaire eu seria um poeta incomparável
E não fosse por Rimbaud seria um mercenário inigualável
Mas da forma que a Poesia deseja, sou poeta despejado
Pobre e desconhecido, pelas amantes homem indesejado.

A Europa está morta e a África fede a defuntos insepultos
E eu caminho na sujeira da periferia entre bichas e putos
Mas da forma como a Poesia me deseja, sou amante total
Maldito poeta, fodendo doentes com sua síndrome mortal.

Queria mesmo era foder e ter dinheiro, foda-se a hipocrisia
Ter dentes inteiros, roupas decentes, mas tenho só a Poesia
E que grande bosta nascer poeta, eu preferia ser natimorto
Ou ter a sorte de ser apenas outro ato hediondo de aborto.

Quem sabe o que faria minha mãe se ao olhar àquele ser
Soubesse que em lugar de médico seria poeta ao crescer
Decerto num ato de vingança contra a natureza maldosa
Me jogaria na latrina e iria dormir com a mente insidiosa.


Troco Poesia Por Sexo

Segundo poema, sobre o convite do amigo Daniel Kobra Kaemmerer, que lançou o desafio, para que eu publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. . 
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Sexo
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Uma dessas noites vagabundas, cheias de filhos do poder
Eu, bêbado e encharcado de chuva e de vontade de foder
Trafegava pelas esquinas cheias de putas e de seus filhos
Quando uma, que não conheci por causa dos seus brilhos
Pediu meu isqueiro, meu dinheiro ou algo que eu não tinha
E eu lhe dei um livro, que era bom no lugar de onde vinha.

Mas eu não sei se por não saber ler ou por pura safadeza
A desgraçada, malcriada e certa de sua certeira esperteza
Sorriu e disse que aquilo não daria de comer aos rebentos
E que só queria era foder por dinheiro, e sem documentos
Pois um livro, ainda pior, repleto de poesia de nada lhe valia
Mas era essa minha fortuna e eu queria foder aquela vadia.

E depois de eu ler uma dúzia de poemas, imune ao seu bocejo
A vagabunda me deu a buceta atendendo meu obsceno desejo
E quanto eu a comia, outro poema em minha cabeça crescia
Tão intenso e tão maldito, enquanto eu subia e a puta descia
Que quando gozei, com minha porra em sua calcinha negra
Escrevi sobre a maldição de todas as putas de origem grega.

Não se assuste e não zombe de mim quando conto a epopeia
De um poeta que não trocou por nada sua vida e sua ideia
Mas o fato, que relato ao leitor, por mais que ache sem nexo
Foi que troquei minha poesia por um instante rápido de sexo
E se acham que fiz mau negócio dando poesia por um prazer
Afirmo que nada mais sobre a arte e a poesia posso lhe dizer.

01/02/2015

23/02/2015

A Poesia no Divã do Psicanalista

"Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim."  - S. Freud

Por E. M. Jr., Psicanalista, Professor e Filósofo, sobre "Troco Poesia Por Dinamite"

Cazzo! Por que pode um cara querer trocar poesia por dinamite?  Dinamite: um bastão roliço, fálico, geralmente vermelho, que inflama e explode por uma das pontas?

Seria uma representação de desejos e vontades? Seria apenas para aplacar suas angustias? Seria apenas para seu alívio? Se for o caso, posso sugerir um massageador. Alguns, inclusive, tem formato semelhante ao objeto em questão. E muitas pessoas, de qualquer gênero, gostam deles.

Assim sendo, amém, grande gênio do quixotesco underground paulista! Seu novo livro propõe um X da questão, que apesar de personalizado e egocêntrico, traduz o que muitos gostariam de dizer, sentir, ser, estar, parecer, escolher e fazer na hora H, no ponto G, no vértice do Y, no olho do C...

A comunicação humana traz problemas. Nem sempre pelo que diz, mas pelo que pretende (conscientemente ou não) esconder.

Já nos falam os psicanalistas sobre o ato falho, que é o que ocorre quando podemos estar falando, escrevendo ou querendo mostrar algo, mas nossos atos e sons demonstram mais, ou menos, ou até o contrário daquilo que queremos comunicar. Geralmente negando nossas afirmativas.

Paul Ricoeur, filósofo e pensador francês, do período pós 2ª Guerra Mundial, já nos dizia que o ser humano é incontestavelmente dissimulado. Ou seja, que tem em si inseguranças, medos e incertezas e dissimula, inconscientemente, criando verdades a serem transmitidas, mas que não reproduzem fielmente aquilo que ele de fato é ou sente.

Sexo agressivo, asnos, dinamite e outras "figuras" presentes na obra do Barata, assim, representam o que, de fato real?

Há nas técnicas usadas por espiões, de persuasão para vendedores e pregadores, na propaganda e na arte mágica, expressões como "mensagem subliminar" e "misdirection", que também são formas de dissimulação para induzir, o receptor da mensagem, a erro. No caso da dissimulação dita por Ricouer, no entanto, o efeito é diferente, pois primeiro iludimos a nós mesmos, e, uma vez persuadidos pelos nossos enganos, nos expomos conforme esta nova expectativa que criamos.

Resta, no caso, então, a pergunta: o que seria esta dinamite que dá titulo ao livro? Talvez o autor possa responder numa próxima publicação.



15/02/2015

Fogo Vivo

Fogo Vivo
Barata Cichetto
Do Livro "Troco Poesia Por Dinamite" - 2015
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida

E tu também perguntas se algo em ti a mim inspira
Respondo que minha inspiração é tudo que respira
E todas as criaturas femininas sem nenhuma exceção
Despertam em mim a vontade de retirar algum tesão.

Mesmo sem ter visto pouco além de teus fartos seios
E das carnes abundantes das tuas coxas, sem receios
Afirmo que me inspiras o desejo de foder a tua bunda
Te chamando de maldita, de puta e até de vagabunda.

Mas fico eu a pensar com o botão da minha braguilha
Se pensas mesmo em foder comigo gostoso numa ilha
Ou é só curiosidade e inveja o que enseja tua questão
Incitando meu abuso poético por obra de autossugestão.

Acaso e por sinal de eternas loucuras, ainda imaginas
Grudar com a outra musa, as duas deliciosas vaginas
E por sina de minha imaginação e sendo eu um tarado
Adoraria vê-las fodendo ante o meu pau desesperado.

E diante do esplendor, do monumento carnal ao prazer
Teria eu, poeta da perversão, muitas coisas a lhe dizer
Mas sem saber se és carne real ou apenas uma miragem
Conto até dez, bato uma punheta e como a tua imagem.

E quando tua vulva molhar por desejo do meu caralho
Saberás a diferença entre o certo e aquilo que é falho
Então minha porra inundará tuas cavidades volumosas
Marcando para sempre tuas vagas verdades libidinosas.

15/02/2015