Barata Cichetto
Trabalho aos domingos, que sou um ser humano
Durante a semana, pois sou um poeta suburbano
Apanho o trem lotado de esperanças e cansaços
Sem cair no vão entre a plataforma e seus braços.
E não sonhe de olhos abertos "para sua segurança"
Mas trabalho aos domingos e na segunda eu acordo
Com a máquina rugindo “é proibido comer a bordo”.
Olho o relógio, o calendário e lembro do que tinha
Pensando que poesia nunca chega ao final da linha
Dentro do trem é “proibido o comércio ambulante”
Pois não sabem o que é ser uma espuma flutuante.
Dorme a estação e até os trilhos sobre os dormentes
As escuras o trem, apagados seus olhos de serpente
E eu que não fecho meus olhos a noite, poeta reflito
Que não existe um trem seguro a um coração aflito.
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