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08/10/2012

Evohé!

Evohé!
Barata Cichetto
(Brado de evocação a Baco nas orgias: “eram evohés e brindes a ecoar em todo o recinto.”)

Evohé! (1)  Orgia

Traga seu desejo e nós faremos uma festa
Porque comemorar é aquilo que nos resta
Sua buceta é desejosa, sua bunda ardente
Então a tratarei por vaca e puta sorridente.

Venha de buceta raspada, a pelos eu detesto
E chegue que lhe chupo a cona, o cu e o resto
Deuses líquidos descerão à terra no seu gozo
E o maior dos mistérios deixará de ser gozoso.

- Evohé, Baco! Evohé, todas as putas de bordel
Que comece a festa, com pão, circo e o cordel
Dance no meu cacete e chupe ao meu caralho
Pois neste jogo sou rei e és a rainha do baralho.

Acendo o fogo e queimo as suas carnes moles
Devoro-lhe as entranhas e bebo-lhe aos goles
Fartemo-nos de nós, regozijo e tesão ilimitado
Tesão supremo, que nunca jamais foi imitado.

Evohé! (2) Rock'n'Roll

Evohé! Saudam todos aqueles a beira da morte
Evocam a morte e o prazer, a primeira por sorte
E numa arena suburbana, motel de beira de rua
Dança a bailarina louca que cheira inerte a Lua.

A maconha, cigarro e vinho em plásticas garrafas 
As narinas ardem, olhos esbugalhados de girafas
Dançam com camisas quadriculadas, cabelos lisos
E meninas balançam os rabos e perdem os guizos.

Rock’n’Roll, Baby! Música eterna, é o que acho
“Dançar é para bichas, Rock é coisa de macho!”
Evohé a todos os travestis da Republica do Libâno
E os da Praça da Republica com orelhas de abano.

Evohé a todos que bebem na sepultura fedendo mijo
E aos que fodem sobre tumbas, o meu eterno regozijo
Góticos que fodem e bebem sobre a lápide de Rimbaud
A todos eu mostro o testamento de Cobain ou de Artaud.

Evohé! (3) Os Miseráveis

Evohé, mercadores e comerciantes da miséria humana
Estamos prestes a morrer nas garras da igreja romana
Nero incendiou o cativeiro, morte aos travestis e ateus 
E não adianta orar a santos, ou ler a bíblia dos judeus.

Então guardem espadas e limpem o sangue das janelas
Alimentem as galinhas e coloquem as putas nas panelas
Matem o poeta e queimem livros para aquecer os pobres
E alimentem aos porcos com pérolas e merda dos nobres.

Políticos comem as crianças remelentas e sujas de bosta
É festa! Quem é que não chega, quem é que não gosta?
Elejam o prefeito, louvem o pastor e protejam o senador
E acabem de vez com o tesão, dando o cu pro vereador.

Brindem a moral do capitalismo e a ética do protestantismo
Arrotem deus, leiam as bulas e dancem sobre o diletantismo
Evohé, hipócritas! Evohé crentes de pernas e conas peludas
Que carregam deuses mortos debaixo das axilas cabeludas.

Evohé! (4) Fim de Jogo

Mágicos sem magia e jogadores de futebol frustrados
Ganha lei dos fracos criada pelos porcos magistrados
Trabalhadores que ganhem por salário a sua esmola
Surdos que escutem o samba que nunca foi à escola.

Tragam a bola, o jogo começou empatado em dois tentos
Mas não contem as regras do jogo aos juizes e aos detentos
Quebrem a batuta, silenciem a orquestra, matem o maestro
Emudeçam ao surdo e arranquem os braços do ambidestro.

Retalhem o escritor, proíbam palavras no dicionário oficial
E processem os alienígenas por absoluto preconceito racial
Separem as pessoas por cores nos campos de extermínio
E sob a torpe desculpa da igualdade exerçam seu domínio.

Evohé! Idiotas de todas as cores, vícios, crenças religiosas
Salvem suas peles, vistam seus ouros e vestes prestigiosas
Recebam o lucro da venda das vendas que lhes cegam
Por conta dos verdadeiros ditadores que lhe empregam.


"Bacanal" - Tiziano

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