Pessoal Mas Transferível
Barata Cichetto
E aproveita e corta essa barba, seu vagabundo do caralho!
Não tem respeito quem não madruga em fila de emprego
Escuta o que falo ou preciso falar em russo ou em grego?
Ah, mas que tolo fui eu em acreditar naquilo que eu podia
Minha arte não dá dinheiro e a cada poesia mais me fodia
Com escrita nunca recebi sequer uma moeda de um real
E o mundo que conheci acabou, agora o mundo é surreal.
- Acorda, filho da puta! Nesses dentes podres dá um jeito
Ninguém precisa de poesia e poeta não é um bom sujeito
O trem funciona desde as cinco da manhã, todos os dias
E estou farta de suas poesias e de suas eternas covardias!
Esqueci o que sabia e não aguento mais subir descidas
Precisamos de comida e as contas estão todas vencidas
Eu preciso provar que não sou um ladrão ou vagabundo
Ainda arranjo um emprego nem que seja um moribundo.
- Acorda e manda curriculo, qualquer emprego lhe serve
E peço em nome de Deus, que seu emprego lhe conserve
Lembra da senhoria, paga as contas de luz e o crediário
Deixa portanto essas histórias de poesia, Poeta Ordinário!
Hoje pensei em abrir o gás do fogão e tal a Torquato Neto
Enfiar a cabeça deixando um bilhete de adeus bem direto
Mas não tenho coragem, deixo que me matem aos poucos
Pois tenho a covardia dos poetas e a coragem dos loucos.
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