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21/11/2012

Escrevo Como Quem Sonha e Sonho Como Quem Escreve


Escrevo Como Quem Sonha e Sonho Como Quem Escreve
Luiz Carlos Barata Cichetto


Eu escrevo como quem sonha e sonho como quem escreve! E assim, entre o sonho e a escrita, caminho. Não há flores! Tenho uma imensa fortuna, mas também tenho uma divida imensa comigo mesmo e o saldo, o produto, é o que escrevo. E escrevo feito um viciado, feito um esquizofrênico que não consegue se livrar de suas vozes sob pena de morrer e não mais ouvi-las. Ou soma ou some, ou some ou some, some ou suma! Tenho habilidades, sensibilidades e amabilidades, mas a monstruosidade da escrita arrebata minhas forças e o que sobra e o que me cobra é a voracidade. O tempo voraz e consumista consome-se a sim mesmo, a podridão é meu destino, e eu não sei como fugir da sina que me atina a sorte de não acreditar na sorte. A morte é a sina, assina a sentença, assassina! Assina a sentença assassina. Sou um escritor de mãos cheias, mas trêmulas e calejadas, um escritor sem livros nem glórias. E apenas de histórias estão cheias as minhas panelas. E tenho fome e as mato com palavras. E minhas janelas tem vidros sujos, as portas com trincos emperrados. E enquanto lhe conto histórias, irrisórias histórias, inglórias estórias, compras um carro e zombas de mim. E eu, num trem apertado, lotado, sempre atrasado, vou contando casas, ruas e avenidas que passam, histórias, enfim. Estou cansado de escritos, descritos, restritos. Proscritos. Eu bem que trocaria um monte de histórias por algum dinheiro, por algo mais sólido do que histórias, algo mais líquido do que sonhos. E poderia até mesmo ser algo mais gasoso do que esperanças. Eu bem que trocaria um par de histórias por um par de luvas no frio. Mas eu sei, fui eu que comecei! E não sei... Terminar. E no fim eu bem que trocaria uma centena de minhas histórias por uma, apenas uma noite sem histórias, sem sonhos. Mas eu, que apenas escrevo como quem sonha e sonho como quem escreve, conto desafetos, mortos fetos e desesperos. É o fim! Não mais começo, não há começos. Nem meios! Apenas o fim! Das histórias que escrevo.

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