Enfim, Tudo Acaba no Fim
Luiz Carlos Barata Cichetto
Acordei de manhã e fui preparar o café... O pó de café tinha acabado. Procurei pelo açúcar, pela água na torneira, tinha também tudo acabado. Procurei pelo dinheiro nos bolsos, mas neles só encontrei buracos. Minha mulher queria seu leite, as gatas queriam comida e eu, eu apenas queria morrer. Procurei o gás da cozinha e lembrei-me de Torquato Neto. Torquato tinha acabado aos vinte e oito anos de idade e o gás, o gás também tinha acabado! Queria uma faca ou uma corda. Acorda, que corda eu não tinha e a faca que eu tinha não cortava nem pão. Ah, o pão também tinha acabado. As gatas miando, minha mulher chorando e eu... Bem, eu mesmo tinha acabado há bastante tempo. Nem era por ter acabado o pão, o leite, a ração das gatas, o pó de café ou a água da torneira. Tinha acabado porque no fim, tudo sempre acaba. Queria fumar, queria um cigarro, mas é claro que também tinha acabado. Era o fim! Sentei e procurei a inspiração para escrever um poema e relatar meu fim. Também tinha acabado!
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