O Cachorro, a Caixa de Sapatos e o Destino
Barata Cichetto
Perro Rascándose - Matias Grunewald, 1480 |
Junto de impuros desejos e poemas indistintos
Dentro de antigas e rasgadas caixas de sapatos
Guardada por um cão sujo lotado de carrapatos.
Cometia poemas enormes, igual crimes perfeitos
Segredos guardados, instintos e desejos desfeitos
E naquelas caixas sujas, sem tampa e sem fundo
Eram guardados todos os desejos do meu mundo.
Mas apodrecida a caixa e morto o animal
Percebi que nada mais havia de anormal
E deixei de precisar da caixa e do cachorro
Pois não havia mais a quem pedir socorro.
Agora olho embaixo da cama, nada mais resta
Em cima, apenas de mim aquilo que não presta
E quem dera sobrassem meus instintos de menino
E não apenas coisas que não creio, como destino.
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