A Idéia e a Sombra
(A uma amiga de nome Joanna)
Barata Cichetto
A travar monólogos com sombras e diálogos com idéias
Acabo confuso sobre o que uma fala e a outra versa
E misturo musas com Medusas, deusas com Medeias.
Afobado, ainda pergunto da origem daquelas substâncias
E longe de equilibrar, a simbiose das coisas causam medos
Então busco, desde outras eras, em recônditas reentrâncias
A origem das idéias, das sombras e seus cósmicos segredos.
Há tempos deixo de buscar no alheio inspiração a meu verso
Preferindo nas sombras e nas idéias encontrar meu Universo
E ainda que na noite, martírio de doutas e insanas criaturas
Encontro a prostituídos e monótonas corujas em ruas escuras.
Agora por fim pergunto, em um turbilhão de vocábulos acres
De onde vem a sombra, a idéia e os venábulos dos massacres
E tenho apenas o silêncio ígneo a queimar a carne exausta
E a certeza de que a idéia é apenas pobre sombra infausta.
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