O Trem Bêbado
Barata Cichetto
Trafego altivo, meu ferro e aço carregando seus filhos
Que abrem o meu ventre ao aportar na estação imunda
E eu os esmago entre as paredes feito carne de segunda.
Engulo a seco carregando no bojo pobres pensamentos
E solto nas curvas um apito que encobre seus tormentos
Mas o silêncio das carnes que carrego esconde a morte
Dos que moem suas carcaças em busca de melhor sorte.
Lembrem dos tempos românticos, dos tijolos da estação
Das locomotivas soltando fumaça, caminho a prestação
E aguardem ao sinal sonoro de proibido pensar a bordo
Porque antes de cairem no vão da plataforma os acordo.
Bêbado com nojo de alguém vomito na próxima parada
Trilhos tortos e aço fundido causam vertigem descarada
Então apanhem agora os restos moídos de seus belos filhos
Porque bêbado e alegre sigo brilhando sobre meus trilhos.
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