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17/04/2013

Nasci em 1958 (E Não Era Poeta)


Nasci em 1958
(E Não Era Poeta)
Barata Cichetto

Um dia nasci em uma maternidade de periferia
E igual a muitos com cólica, hepatite e desinteria
Pouco acima dos três quilos e seiscentos gramas
E depois do parto, problemas com hemogramas.

Um dia o futebol da rua perdeu seu tijolo goleiro
Percebi que eu não queria ser o tijolo, mas oleiro
Construindo meus sonhos com canetas e cadernos
Para desespero dos sonhos de felicidade paternos.

Eu não nasci poeta, pois poeta não nasce, aparece
E depois feito uma estrela se apaga ou desaparece
Também não fui poeta, pois nunca se deixa de ser
E claro que não sou, porque estou poeta a crescer.

De um Office Boy de gravata em banco de dinheiro
A projetador de brinquedos, quase um engenheiro
Ganhei o que era meu, mas o alheio nunca peguei
E nas costas, o profundo pesar da família carreguei.

O poeta não é feito apenas a escrever tolos poemas
Mas também a consertar canos e outros problemas
Educar filhos, mostrar o que é errado e o que é belo
É tão poético quanto pintar as paredes de amarelo.

E mesmo que a Poesia não pague pelas minhas lutas
Ou que não lembrem de mim, as amantes e as putas
Um dia acontecerá de que aqueles que criei de mim
Entendam que fazê-los poesia era sempre o meu fim.

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